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Como a prisão do Almirante Othon serviu aos interesses dos EUA

Quando historiadores se debruçarem sobre a Grande Guerra Jurídica (lawfare, em inglês), iniciada em março de 2014, com a Lava Jato, e que hoje vive seus últimos estertores, deverão prestar atenção especial a um de seus capítulos mais grotescos e emblemáticos: a prisão e condenação do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva.  Sigam a linha […]

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Quando historiadores se debruçarem sobre a Grande Guerra Jurídica (lawfare, em inglês), iniciada em março de 2014, com a Lava Jato, e que hoje vive seus últimos estertores, deverão prestar atenção especial a um de seus capítulos mais grotescos e emblemáticos: a prisão e condenação do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. 

Sigam a linha do tempo. Ela vai nos ajudar a entender o desenvolvimento não apenas de uma brutal injustiça, mas de algo bem mais sinistro: o ataque à soberania energética do país. 

Em alguns momentos sairei da ordem cronológica, mas logo volto. 

Em 8 de abril de 2015, o então ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi o principal convidado da Comissão de Infraestrutura do Senado, onde apresentou o projeto do governo federal para os investimentos em energia nuclear ao longo dos anos seguintes. 

Braga disse que o governo planejava ter um total de 15 usinas nucleares em operação no Brasil até 2050, e informava que o Ministério da Fazenda já havia liberado os recursos para a conclusão das obras de Angra 3. 

Para efeito de comparação: os Estados Unidos, que são o maior produtor mundial de energia nuclear, possuem hoje 99 reatores nucleares em funcionamento, contra apenas 2 do Brasil. A energia nuclear corresponde a cerca de 20% da matriz energética dos EUA, e 10% do mundo. Alguns países são especialmente dependentes da energia nuclear, como França (onde a energia nuclear corresponde a 71% da matriz), Bélgica (50%), Suécia (40%), Suíça (33%) e Coréia do Sul (27%).

No caso do Brasil, a energia nuclear responde por apenas 3% da nossa matriz. 

O Almirante Othon Pinheiro foi preso no dia 28 de julho de 2015, por determinação do então juiz Sergio Moro. O despacho de Moro é uma obra de ficção jurídica, oportunismo político e crueldade humana.  Dou um exemplo de crueldade: Moro fez questão de autorizar, no texto, o uso de algemas num senhor quase octogenário, que era o mais importante engenheiro nuclear do país. 

Ainda em julho de 2015, a Eletrobras, controladora da Eletronuclear, pressionada pela Lava Jato, assinou seus primeiros contratos com a Hogan Lovells, consultora americana especializada em crises. Os valores começam em alguns milhões, mas logo atingirão, em poucos anos, o montante de quase R$ 400 milhões, segundo apuração da revista Época, publicada em 26 de janeiro de 2018. 

Alguns meses depois, em setembro de 2015, a Lava Jato ganhou seu primeiro prêmio internacional, concedida pelo Global Investigations Review (GIR), um “site jornalístico” especializado em investigações sobre corrupção, sobretudo aquelas conectadas ao famigerado Foreign Corrupt Act, uma lei americana que permite à justiça americana processar empresas estrangeiras. Com base nessa lei, empresas como Odebrecht, Eletrobras e Petrobras iriam desembolsar bilhões de reais em multas a acionistas privados americanos ou ao governo do país.  

Na cerimônia de premiação, três procuradores da Lava Jato estiveram presentes em Nova York, representando uma equipe de onze membros: Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Martinazzo Dallagnol e Roberson Henrique Pozzobon.

Enquanto os procuradores participavam do regabofe em Nova York, a Eletrobrás anunciou a paralisação das obras de Angra 3. Até hoje, fevereiro de 2022, elas não foram retomadas.

A propósito, em outubro de 2015, a Petrobras divulgou um comunicado, admitindo que tinha contratado empresas americanas de advocacia, como a Gibson, Dunn & Crutcher LLP, para lidar com a crise provocada pela Lava Jato. Algum tempo depois, o Conjur publicaria uma reportagem informando que a Petrobras pagou R$ 573 milhões a escritórios americanos de advocacia. 

O Global Investigations Review, que deu o prêmio a Lava Jato, é um site patrocinado e controlado por grandes firmas de advocacia. Entre elas, a Hogan Lovells e a Gibson, Dunn & Crutcher. 

Vamos saltar alguns anos. Em 27 de setembro de 2021, Wilson Ferreira Jr, ex-presidente da Eletrobrás, e hoje à frente da Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, declarou amargamente, em entrevista ao jornal O Globo, que “se Angra 3 estivesse aqui, estaríamos com certeza sem problema e com um custo bem menor”. Naquela data, o Brasil vivia a pior crise hídrica em 91 anos, e que apenas havia sido contornada pelo uso intensivo de nossas termoelétricas, movidas a diesel, carvão e gás natural. 

Ferreira lembrava que, das 430 usinas termonucleares em operação no planeta, Angra 1 e 2 estavam entre as dez mais eficientes. 

Em novembro de 2021, o jornal Valor Econômico publicou estudo feito por três conceituadas organizações, o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), segundo o qual a crise hídrica daquele mesmo ano iria custar, numa estimativa conservadora, R$ 144 bilhões aos contribuintes brasileiros. 

Taí mais uma conta para espetar nas costas da Lava Jato!

Voltemos ao caso do almirante. 

Após o seu caso ser distribuído para o Rio de Janeiro, ele seria condenado pelo juiz Marcelo Bretas, em sentença assinada no dia 3 de agosto de 2016, a 43 anos em regime fechado. Ainda naquele fatídico agosto, no dia 31, o Senado decidiu, por 61 votos X 20, pelo afastamento definitivo da então presidenta Dilma Rousseff. Tristes anos, em que só ouvíamos falar de prisão, destituição, paralisação. Os improdutivos, que não inventam nada, que não ganham eleições, que apenas se regozijam diante da tragédia alheia, haviam vencido.  

Na sentença que o condenou, página 44, Marcelo Bretas nos informa que, após uma minuciosa devassa na vida bancária do Almirante Othon Pinheiro, os investigadores concluíram que ele recebeu exatamente R$ 3,4 milhões de “propina”, pagos pela empreiteira Andrade Gutierrez, entre os anos de 2007 a 2015. 

A versão do almirante era de que se tratava de um acordo firmado entre ele e a empresa em 2004, um ano antes dele assumir a presidência da Eletronuclear, para a prestação de um serviço de consultoria sobre o futuro da energia nuclear no Brasil. 

Segundo o almirante, ele procurou mostrar à empresa que o modelo energético brasileiro estava obsoleto, pois desde os anos 80 o país mantinha o mesmo volume de água em seus reservatórios, ao passo que a demanda havia se multiplicado várias vezes. 

A solução que vinha sendo aplicada, de uso de termoelétricas movidas a diesel, carvão ou gás natural, acarretava em custo muito alto ao contribuinte e às indústrias nacionais, além de extremamente poluente. 

Como o Brasil possui grandes reservas de urânio, a resposta mais inteligente aos riscos de desabastecimento seria ampliar o uso da energia nuclear como o principal complemento às hidrelétricas. Quando faltasse chuva, ligava-se as termonucleares.  Enquanto isso, o Brasil poderia seguir investindo em energias ainda mais seguras e limpas que a nuclear. Ele mesmo, Othon, tinha uma ideia: o desenvolvimento de micro-hidrelétricas, que poderiam ser instaladas em pequenas quedas de água em todo país. 

Um dos pontos realmente grotescos da acusação do Ministério Público contra o almirante, e que também consta na sentença de condenação de Bretas, é o desprezo pelos conhecimentos de Othon Pinheiro enquanto engenheiro nuclear. Os procuradores declaram, e Bretas chancela, que a consultoria de Othon é superficial, inútil, e que não vale os R$ 3 milhões pagos ao longo de 11 anos!

Em 28 de janeiro de 2022, Sergio Moro, agora ex-juiz e ex-ministro, declara que ganhou o equivalente a R$ 3,5 milhões por 11 meses de trabalho para a empresa americana Alvarez & Marsal.

Diante das acusações, vindas de diversas partes, incluindo o TCU, de que esse valor poderia ser visto como uma espécie de propina, Deltan Dallagnol, que também desistiu do serviço público, o mesmo Dallagnol que outrora se mostrara tão duro com o almirante Othon, veio a público defender Sergio Moro e dizer que a Lava Jato estaria sendo “perseguida”. 

Moro pode ganhar R$ 3,5 milhões em 11 meses, sabe-se lá por que serviço, e o almirante Othon, o maior engenheiro nuclear da história brasileira, não pode auferir R$ 3,4 milhões em 11 anos?

Em 25 de setembro de 2017, a Reuters informa que, segundo publicado no Diário Oficial da União, a Eletronuclear assina o seu primeiro contrato com a Alvarez & Marsal, no valor de R$ 3,86 milhões…

Desde então, tem sido difícil seguir o quanto a Alvarez recebeu da Eletronuclear, porque novos contratos e aditamentos se sucedem frequentemente. Encontrei notícia de aditamento de R$ 503 mil, assinado em 13/09/2019, e de um novo contrato de 25 de maio de 2020, de R$ 1 milhão. Sempre com a Alvarez & Marsal. 

Além disso, as relações entre essas grandes firmas americanas de advogacia, especializadas em processos de corrupção de alcance internacional, e a comunidade de inteligência dos Estados Unidos, são profundas. 

Nossa conhecida Hogan Lovells, por exemplo, que espetou recentemente uma conta de R$ 400 milhões na Eletrobras, para “ajudar” a estatal a enfrentar os problemas que a Lava Jato gerou junto a Justiça americana, tem entre seus quadros o advogado Timothy S.Bergerer, que foi o último diretor de equipe do Comitê de Inteligência do Congresso, órgão responsável por supervisionar todos os serviços de inteligência ligados ao governo.

Bergerer foi também, durante doze anos, o chefe de gabinete do deputado democrata Adam Schiff, presidente do mesmo Comitê desde janeiro de 2019.

No dia 2 de fevereiro de 2022, 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2) formou maioria em favor de uma brutal redução na pena de Othon Pinheiro. 

Ao invés de 43 anos, o desembargador Antonio Ivan Athié, relator da apelação, sugeriu 4 anos e 10 meses. 

Ele foi seguido pela desembargadora Simone Schreiber. A turma tem apenas três nomes. O desembargador Flávio Lucas, o terceiro voto, pediu vistas. O julgamento deverá ser finalizado em menos de 30 dias. Procurado, o advogado Fernando Augusto Fernandes, responsável atual pela defesa do almirante, explicou que não pode se manifestar antes do resultado final. Mas apuramos junto a outras fontes que é certo que a defesa deverá pedir a anulação do processo junto ao STJ. 

O argumento principal da defesa é que as acusações contra o almirante são exclusivamente baseadas em delações de empresários intimidados pelos procuradores. 

Além disso, numa outra reviravolta, Marcelo Bretas,  o juiz que condenou Othon, também foi citado por um delator, o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, que revelou diálogos constrangedores, que manteve com o magistrado. Num dos diálogos, Bretas dá a entender que a severidade na condenação do almirante Othon, 43 anos em regime fechado, teria a função de assustar outros réus, para fazê-los pagar propina ao juiz, em troca de “alívio” na sentença. 

Uma outra mutreta descoberta pela defesa do almirante envolve a cooperação internacional “selvagem” entre a Lava Jato e órgãos de investigação de outros países.  Numa das denúncias contra Othon, os procuradores revelam saber o valor exato da quantia que ele mantinha numa conta no exterior, US$ 185 mil, antes mesmo de obterem autorização judicial para quebrarem o sigilo bancário do réu em eventuais contas que possuísse no estrangeiro. Sinal de que fuçavam ilegalmente, com auxílio de procuradores corruptos de outros países, as contas do almirante.

Bretas também ignorou o fato de que a referida conta foi devidamente informada ao Banco Central e à Receita Federal em agosto de 2015, antes que a denúncia fosse aceita pela justiça brasileira. 

Entretanto, o mais chocante, em todo o processo envolvendo o almirante Othon é o ódio, o desprezo, e mesmo a crueldade com que procuradores e juízes do caso tratam um cientista com um tal histórico de serviços prestados ao país.

Esse ódio ao Brasil que produz, que inventa, que desafia o mundo, é impressionante. 

A postura de tratar o almirante como inimigo público nacional é visível tanto no despacho de prisão de Sergio Moro, em julho de 2015, quanto na coletiva dos procuradores da Lava Jato, dada no mesmo dia da prisão. 

O procurador Athayde Ribeiro Costa é a voz mais estridente dessa coletiva, que recebe uma cobertura totalmente sensacionalista da grande mídia, a começar pela Globo

Costa solta frases de efeito, como a de que a corrupção no Brasil tinha se tornado uma “metástase”, ou seja, associando o almirante Othon Pinheiro a um câncer. Detalhe, naquele momento a denúncia não havia sido sequer recebida. Não havia ainda nenhuma condenação objetiva, jurídica, do almirante. Mas a condenação midiática já era definitiva, mortal. 

Quando o caso é distribuído ao juiz Marcelo Bretas, no Rio de Janeiro, esse ódio ao almirante é ainda mais explícito. Mesmo sabendo que o almirante era um idoso com quase 80 anos, que cuidava da esposa doente (mal de Parkison), Bretas mandou que o cientista saísse de sua prisão domiciliar e fosse conduzido a uma unidade militar, na Base de Fuzileiros Navais, em Duque de Caxias. 

Neste local, o almirante pedia para ligar para sua esposa diariamente, para saber se ela estava bem, usando um telefone da unidade. Bretas, informado disso, reagiu furiosamente, e ordenou que o almirante fosse levado a um presídio comum, Bangu 8, zona oeste do Rio. 

Para Bretas, o vice-almirante desfrutou de regalias “absolutamente incompatíveis com a custódia preventiva”. Algum tempo depois, a defesa conseguiu transferi-lo novamente para uma prisão militar. 

Em todas essas ocasiões, o Ministério Público e o juízo de primeira instância, sempre tentou, a todo o custo, manter o almirante nas piores condições possíveis. A transferência de Bangu 8 para uma unidade militar só ocorreu por decisão da segunda instância. 

O almirante então tentou o sucídio, por enforcamento, mas foi impedido por uma das oficiais de plantão na unidade militar. 

Hoje o almirante aguarda em liberdade o julgamento de seus recursos.

Em algum momento, a justiça será feita para o almirante Othon Pinheiro. Espera-se que isso se dê ainda em seu tempo de vida. A truculência com que ele foi tratado nos últimos anos, por servidores públicos desprovidos de qualquer senso de soberania nacional, de sensibilidade humana, e que pelo jeito sequer conhecem o Direito, não poderá ser apagada. Por isso mesmo, essa história deve ser contada e recontada, para que, no futuro, não venha a se repetir. 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Maria Dolores

09/04/2022 - 18h10

Gente, se teve uma soma em dinheiro alegada foi porque o Físico Nuclear ilustre , nobre, e simples, necessitava de recursos para realizar a pesquisa e êle o fez de forma dissimulada, discreta para chegar à descoberta que antevia.Não havia outra forma de conseguis senão através da sua própria remuneração Todos querem condená-lo e preferem ficar cegos O Governo dos EEUU teve ingerência com o nosso daqui, era usual , e impediu que tivéssemos a bomba atômica ,inclusive interferindo no texto Constitucional de 1988.Esta história é muito mais antiga do que aparenta hoje.

    Maria Dolores

    09/04/2022 - 18h17

    Eu mesma, o meu digníssimo físico nuclear exímio cientista jamais teria DNA para usurpador..pessoa nobre.Envergonhem-se se não sabem distinguir o joio de trigo.Eu já conhecia está história e o ocorrido foi pelos anos 70…até prescrita poderia estar.

EdsonLuíz.

10/02/2022 - 00h03

Rui Varel (desculpe, a resposta não caiu no lugar correto, embaixo da sua),

Eu sou adepto disso que você falou sobre estudar. Eu acho que devo estudar, você deve estudar, todos devemos estudar! Sempre!

Quem sabe, em situações futuras, eu estudando não descubra o que você me disse, que na estrutura judicial brasileira não existe mais a terceira instância, o STJ!

Para você me ensinar isso – de que não existe terceira instância – como ensinou em resposta a mim lá mais embaixo, peremptório, é porque estudou e sabe!

Mas a gente, eu você ou qualquer outro, sempre pode estar enganado. Quem sabe não foi você que se enganou e, quando estudar novamente, talvez descubra que nesse caso eu é que estou certo e o STJ ainda existe e constitui a terceira instância, após i) A vara de julgamento que, em geral, dá início aos processos, onde atua o juiz natural da causa (e que pode existir por tema: fazendário, criminal, de familia, etc), que é a primeira instância e ii) Após o TRF (que tem um por região), que é a segunda instância. E ainda tem a quarta instância, o STF, que é – ou deveria ser – um tribunal constitucional e não julga provas, só julga os ritos do processo, a não ser em casos que envolvem quem tem foro privilegiado previsto para lá serem julgados.

Nós vamos nos falando!
Um abraço!

Eduardo Santana

09/02/2022 - 19h04

“Em algum momento, a justiça será feita para o almirante Othon Pinheiro. Espera-se que isso se dê ainda em seu tempo de vida. A truculência com que ele foi tratado nos últimos anos, por servidores públicos desprovidos de qualquer senso de soberania nacional, de sensibilidade humana, e que pelo jeito sequer conhecem o Direito, não poderá ser apagada. Por isso mesmo, essa história deve ser contada e recontada, para que, no futuro, não venha a se repetir”. Magnífica reportagem, Miguel! Parabéns!

Sá Pinho

09/02/2022 - 14h31

O problema dos ‘narrativistas médiocres’ são os fatos, que cedo ou tarde acabam dando as caras e fazem a realidade não paralela revelar a mancheias, caras de pau, cínicos, desinformados do ritmo, interesseiros, oportunistas, imbecis naturais, e por aí serpenteando o resto da fauna, tentando salvar a lavoura das narrativas e afundando-se nas mentiras sustentadas, até a completa desmoralização, pois insustentáveis diante dos fatos.

Acontece pois, despreparados ao extremo para perceberem as coisas na profundidade devida, se estendem na convicção adestrada, por sequer desconfiarem, quanto mais se perguntarem, por exemplo, por que Lula do PT “Nunca Mais”, o ‘Carta Fora do Baralho’ e ‘Chefão da Organização Criminosa responsável pela maior corrupção da história da humanidade’, despejada ao vivo, por anos, através daqueles canos enferrujados no JN, da Globo dos Marinho, continuadamente, há mais de ano, lidera todas as pesquisas para presidente realizadas e o ex juiz parcial que o condenou e o beneficiário da condenação, eleito presidente, amargam rejeições campeãs, enquanto o condenado e preso por 580 dias, como o ‘maior corrupto da história da humanidade’ e daí declarado ‘defunto político’, merece desse povo rejeição das menores entre os candidatos, além da indicação de possibilidade de vence-los logo no primeiro turno?

“Livre pensar é só pensar”.

Portanto, sozinhos, pensem nisso, quem sabe despertem à realidade e enxerguem-se trouxas mais que convictos, adestrados, pois nesse tempo em que até Pokémon evolui, por que permanecer trouxa, né?

Edir Cardoso de Andrade

09/02/2022 - 06h42

Parabéns pela reportagem !

Alexandre Neres

09/02/2022 - 01h55

Gente, leiam o texto do Pianca. Um primor do conservadorismo. Até hoje ele acredita em super-heróis, acima do bem e do mal. Ah, ele é contra a corrupção, viu?

Até hoje Pianca é defensor intransigente de Serjo Morto e do Bretas. Sem nem sentir engulhos.

Mudando de assunto, a Tabata adora se posicionar contra a esquerda, faz questão de manifestar suas divergências com veemência. Por isso foi tão fofo, entre emojis e risadinhas, a fotinha dela ao lado do Monark e do Kinta Katiguria depois de uma conversa leve e descontraída sobre a defesa da existência do partido nazista por essas plagas por parte dos marmanjos. Ela tava super à vontade no meio deles.

Kinta Katiguria é o interlocutor-mor de Serjo Morto na Câmara dos Deputados. Será que o juiz ladrão, de extrema direita, também faz apologia do nazismo?

Como se isso não bastasse, Pianca é ligado ao Cidadania e jura de pés juntos que tal partido é progressista. O Cidadania está tendo que fazer uma escolha de Sofia segundo noticia a Folha, ou formar uma federação partidária com o PSDB do BolsoDória, afinal de contas de há muito o Cidadania não passa de um apêndice do tucanato, ou formar federação partidária com o Podemos de Moro, com suástica, com tudo.

E aí, Pianca? De que lado você samba? Hã? Ciro, tal qual Moro, também foi no Flow, hein? Anauê!

Gilmar

08/02/2022 - 21h35

Lava jato, ou porque não dizer.. farsa a jato, cujo objetivo era era atender aos interesses econômicos do sistema burguês Brasileiro e Norte Americano. Infelizmente no atual momento do país, o ódio e a ignorância sobrepõe ao conhecimento científico, tem sido assim em outras esferas deste governo, que mudanças ocorram este ano, pois estamos desgovernados.

EdsonLuíz.

08/02/2022 - 17h40

O marinheiro graduado Othon Luiz esteve responsável pelo programa de enegia nuclear brasileiro. Foi denunciado por corrupção, condenado, e teve há poucos dias a condenação confirmada e reduzida.

Continua condenado!

Em 2015, quando foi afastado do cargo que ocupava, alguns gritaram: “É inocente!”. Como poderiam saber que ele era inocente? O Almirante poderia ser inocente tanto quanto poderia ser culpado; só com a investigação e eventual condenação daria para saber! Ali, naquele momento, afirmar que ele era inocente ou que ele era culpado só se fosse porque alguns queriam ou precisássem que ele fosse considerado uma coisa ou outra!

Tempos depois, o marinheiro nuclear foi preso. Tornaram a gritar: “É inocente!”, e ainda ninguém tinha condições de saber de sua inocência ou de sua culpa.

Agora, o Almirante já foi condenado em primeira instância. A condenação em primeira instância já foi confirmada em segunda instância, no TRF-2. A pena inicial definida pelo juiz de primeira instância para o Almirante nuclear foi substancialmente reduzida na segunda instância, o TRF-2, mas foi confirmada!

Portanto, a única coisa que se pode dizer hoje quanto a esse marinheiro almirante nuclear, quanto a ser ou não corrupto, é de que ele é corrupto! Ele é um corrupto condenado em primeira instância e cuja pena foi confirmada em segunda instância!

O marinheiro nuclear ainda poderá recorrer da pena em terceira instância, no STJ. Se o STJ inocentá-lo, ele e quem mais quiser poderá dizer que ele é inocente, que foi inocentado! Hoje, alguém só pode dizer que o marinheiro é culpado!

Alguém não é corrupto porque eu ou outra pessoa quer que ele seja corrupto! Do mesmo modo, alguém não é inocente porque eu ou outra pessoa quer que ele seja inocente. Manifestar desejo é do âmbito das narrativas, mas não contribui com a verdade que uma sociedade precisa buscar para fazer sua história. Quando os historiadores se debruçarem para contar essa história, já terão a decisão da instância definitiva de julgamento das provas, da terceira instância, que é o STF; e já terá passado o tempo mínimo de decantação para que os fatos se assentem como história.

Hitória não é narrativa ou desejo, história é feita com fatos e com dados, e sempre documentada e decantada no tempo para ser confirmada. Um historiador nunca pode ser induzido por ideologismos. Se um historiador for induzido por ideologismo, não é história que estará fazendo.

Hoje, o que podemos dizer é que o marinheiro é um corrupto condenado!

O curioso é que, ao verificar os que gritavam antes que o marinheiro era inocente sem que pudessem sabê-lo, são os mesmos que gritam a mesma coisa hoje, sendo que a única coisa que se pode dizer no momento sobre isso com certa segurança é que ele não é inocente, é corrupto!

Isso de fazer narrativas convenientes só desmascara a tática de certas pessoas, de
gritar inocência, gritar golpe, gritar tudo, sem que os gritos tenham conexão com os fatos. E pior é que eles fazem essas narrativas por política! Como política sempre é pedagogia, a qualidade pedagógica do exercício de política que eles fazem só desqualifica a política. O que eles fazem está mais para antipolítica! O que eles fazem é um exercício de barbárie! Mas são os primeiros a denunciar barbáries para disfarçar de que eles não estão junto aos bárbaros também!

Quer ver uma: eles sempre repetem que seus adversários são corruptos. Quando você vai ver, a maioria dos que eles xingam nada tem de corrupta. O que eles fizeram sempre que chamaram de corruptos quem não era e de inocente quem era e é de fato corrupto, condenado, foi a péssima pedagogia política da narrativa, que quando feita com irresponsabilidade sempre é uma prática de antipolítica e destrói a política.

O que acontece quando a política é feita desse jeito? As forças e atores políticos melhorezinhos de um país ou projeto de país são destroçadas e surge um ou muitos bolsonaros.

E a política fica sendo uma sucessão de Lula, Temer, bolsonaro, Lula,… muita recessão econômica, muito desemprego, muita corrupção,…

…Um círculo macabro!

Sobre o almirante nuclear, ele ainda tem uma terceira instância para recorrer. Se a terceira instância o inocentar, estará inocentado. Hoje, ainda não!

E em política não pode existir o discurso pelo discurso, a narrativa pela narrativa. Eu não posso amanhã, se o STF enfim inocentar o almirante, dizer que eu falava que o almirante era inocente porque eu sabia. É preciso esperar a decisão e dizer hoje o que tem para ser dito, sem narrativas.

Edson Luiz Pianca.

    Batista

    09/02/2022 - 15h20

    Jaicai-rézinho fora de regra pra alumiar Pianca

    Yago foi comprar pão na padaria vestindo a do Flamengo
    A polícia prendeu Yago como traficante e apreendeu o saco de pão como…

    O círculo familiar e de amigos botou a vida de Yago e as próprias no trombone
    A mídia captou e levou o som do trombone sem surdina pra delegacia

    Pressionada a polícia esclareceu tratar-se, ‘de estar no lugar errado, na hora errada’
    Soltou o jovem preso, mas como suspeito… pelo…. pelo… saco de pão?

    Na foto da mídia, suspeito, Yago mostra o peito nu, à falta da insuspeita camisa às pernas
    Mesmo com soltura, Yago responderá a processo por… por… portar saco de pão?

    Pianca vive na Suécia ou é parente da finada ‘velhinha’, LFV?

      EdsonLuíz.

      09/02/2022 - 23h13

      Batista,

      Sim! Vivemos todos os dias o que você relata. Isso me frustra e me decepciona! Muito!

      É por estas e outras que eu expressei o que você leu ou ainda pode ler aqui em ‘ocafezinho.com’ no post de dois ou três dias atrás tratando do caso do congolês Moïse, post escrito por um xará meu; ele, falando na posição de ser um negro e de, portanto, sofrer diretamente as contradições desse nosso “país”.

      Repetindo o que expressei lá e que você pode ler, eu não sei se é um país esse lugar em que moramos e que chamamos Brasil e dizemos que é o nosso país.

      Talvez, no real, eu esteja com o meu destino mais perto da Suiça do que você pensa; mas também talvez seja você, e não eu, que pensa o Brasil de um modo menos brasileiro do que o modo como o Brasil de fato deve ser pensado.

      De qualquer modo, fiquemos em paz! Eu não sei quem de nós dois ou qualquer outro pode estar mais certo ou mais errado sobre como pensa o Brasil ou sobre nada!

      Mas eu vou lhe confessar uma coisa: eu acho muito mais apropriado pensar com a forma que eu uso para pensar os fatos!

    Ruy Varel

    09/02/2022 - 19h47

    Não existe terceira instância. Vc devia estudar. Todo mundo é inocente até que a condenação transite em julgado e, se existem recursos pendentes, se é inocente. Se os recursos acabam, formalmente a condenação prevalece e se é culpado. Mas a revisão criminal existe para retomar a condição de inocente, se assim se provar. Portanto, Sr., antes de apontar a sua virulência punitiva, tenha modos. O relato, cronológico, da matéria, diz muito sobre o que não se vê sobre essa venal forma com que certas figuras chaves da política e da inteligência nacional foram tratadas sob muito provável lawfare e a quem esse modus operandi enriqueceu. A corrupção nunca esteve tão em voga. Nunca se viu tanta sordidez e hipocrisia no trato político e as contas e pagamentos feitos a investidores estrangeiros “supostamente” lesados é, isso sim, uma situação de “lesa-pátria’. Lembro bem que o governo dos EUA blindaram os “Panamá Papers” e não vi pedidos do Brasil ou de países “em desenvolvimento” questionando indenizações em face da ação inescrupulosa de grandes conglomerados capitalistas do eixo do norte. Mesmo diante desses fatos relatados e desses enormes movimentos suspeitos dessa operação “supostamente’ salvadora chamada “lava jato”, ainda tem pessoas que tentam tapar o sol com a peneira. Mas cada um decide se quer ou nao vestir-se com honestidade intelectual, ou manter-se desnudo tal como um ogro na caverna.

Gilberto Geraldi

08/02/2022 - 15h02

Excelente artigo, Miguel! Parabéns! Não obstante a clareza de tuas palavras, parece que alguns não entenderam ou insistem em não entender em saber quem são os corruptos nessa história. Othon devia ser premiado como herói da pátria, por ter desenvolvido as centrífugas mais baratas e eficientes no Centro da Marinha em Iperó/SP. Para entender melhor os fundamentos dessa injustiça sugiro a leitura de “Arapuca estadunidense”.

cezar

08/02/2022 - 14h20

Este País não vai para frente porque tem um câncer misturado com covid-19 chamado MÉDIO CLASSISTA.
Um acéfalo, oportunista e enrustido.
ACÉFALO porque não lê um folhetim de 10 páginas. Livro então é uma ofensa para esse estúpido.
OPORTUNISTA, eis que fica esperando que as pessoas façam as coisas por ele. Não vai a uma reunião de condomínio.
ENRUSTIDO, posto que é um pobre que pensa ser rico. Odeia pobres e negros. Vive pendurado nos cartões de créditos e cheques especiais, pagando 300%, 400% ao ano, tudo para tentar manter a pose do que não é nem tem.
É UM SABUJO DA ELITE, porque:
1) vibra com a alta da bolsa, mas não tem ações;
2) é a favor da reforma da previdência, mas não é patrão;
3) é contra a reforma agrária, mas não tem terra;
4) defende o agronegócio, mas não come carne;
5) defende o litro da gasolina a R$ 8,00, mas não anda de carro, porque não tem dinheiro para abastecer.
Médio Classista é um câncer “metsástico” que inferniza o Brasil desde 1954.

Alvaro Moura

08/02/2022 - 13h34

Se nota em alguns comentários sobre o brilhante texto a mesma atitude rasteira que a mídia teve naqueles anos de chumbo. Tenho um primo, advogado, que no ano passado me disse que a condenação do Lula no processo do triplex não tinha fundamento mas que a do sítio de Atibaia teria. Ou seja, pra defender suas posições vale tudo, menos reconhecer o erro e admitir que foi enganado por um grupo de rastaqueras.
Parabéns pela reportagem!

Luiz Carlos de Carvalho

08/02/2022 - 12h43

Acho que vc também não entendeu a matéria. Leia de novo…

Luiz Carlos de Carvalho

08/02/2022 - 12h42

Acho que vc não entendeu a reportagem. Leia de novo…

Jeovane Bezerra de Melo

08/02/2022 - 12h39

Excelente documento! Todos os brasileiros precisariam ter ciência desses crimes do Moro e de outros trastes da ” Justiça” do Brasil.

Batista

08/02/2022 - 12h29

Zélumané, de fato, “ninguém tratou esse sujeito [Almirante Othon, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do programa nuclear brasileiro e da tecnologia para enriquecimento de urânio denominada ultracentrifugação] como inimigo de ninguém”, pois Alguém (espero que saiba, além raso, diferenciar ninguém, de Alguém) tratou, tanto que acabou sendo preso e tirado de circulação, “pois [de fato] os brasileiros não sabiam e continuam não sabendo minimamente quem seja este almirante [como também o que vem a ser, Amazônia Azul, Programa Nuclear Brasileiro, construção de Submarino Nuclear e a Geopolítica que move o mundo, atualmente], pelo simples fato que não interessa a ninguém”, pois de fato, só interessa a Alguém, mais ao norte, e como interessa, né?

Ah…, faltou informar que o Almirante Othon, então com 77 anos, acusado de ter recebido R$4,5 milhões, foi condenado a 43 anos de prisão [perpétua], enquanto de fato não interessa a ninguém, né?

Darwin Ferraretto

08/02/2022 - 09h56

Pelo jeito, tem leitores deste site que tem um sério problema de interpretar textos…
Todo o artigo é escrito para demonstrar que a condenação do Almirante Othon foi uma farsa
a serviço dos EUA e tem gente ainda acusando-o de ser corrupto…
PQP – vão fazer urgente um cursinho básico de interpretação de textos…

Marcelo de Montalvao

08/02/2022 - 00h01

Excelente reportagem investigativa.
Parabéns, Miguel!
Acesse http://www.montaxbrasil.com.br/noticias para ler artigos sobre fraude e corrupção, a fraude do setor público.

Yuri

07/02/2022 - 23h46

“Moro pode ganhar R$ 3,5 milhões em 11 meses, sabe-se lá por que serviço, e o almirante Othon, o maior engenheiro nuclear da história brasileira, não pode auferir R$ 3,4 milhões em 11 anos?”

Pode ganhar sim 3,4 milhões em 11 anos…agora ter 20 milhões de $ em contas na Suiça sabe-se lá por que serviço também pode ?

E ainda se perguntam porque a usina não foi concluída…ainda se perguntam porque a Abreu e Lima não foi concluída e por aí vai…

Dantas

07/02/2022 - 23h35

Este Pilantra tinha 20 milhões de dólar escondidos na Suiça que a Justiça de lá (que não é uma palhaçada como a brasileira) bloqueou e ainda conseguem passar a mão na cabeça careca dele…?

https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/04/27/suica-congela-quase-us-20-milhoes-em-contas-relacionadas-a-angra-3/

Esse textos idiotas que tentam limpar a ficha podre do PT e comparsas fazem o exato oposto e conseguem desenhar perfeitamente o tamanho da desgraça e das consequências que são a corrupção em países já desastrados como o Brásil.

Quem coloca as mãos no dinheiro público de países como esses, após ser processado não deve ir para cadeia mas enforcado em praça pública, o resto não resolve.

    Edir Cardoso de Andrade

    09/02/2022 - 06h37

    Os milhões do Jose Serra/Aécio Neves/FHC/Lira e outros encontrados em bancos Suíços não deu cadeia.

    Edir Cardoso de Andrade

    09/02/2022 - 06h38

    Bolsonaro/Moro/Dallagnol/Flávio Bolsonaro/Carlos Bolsonaro/Aécio Neves/Jose Serra etc……

    Edir Cardoso de Andrade

    09/02/2022 - 06h41

    Para esses imbecis palestras de Lula e do Almirante é corrupção, mas a do Moro/Dallagnol/FHC é normal.

Paulo

07/02/2022 - 23h15

Ver a esquerda defender um militar que não seja participante da Intentona Comunista de 1935, ou o famigerado Lamarca, guerrilheiro, dos anos 60, não tem preço…Seria o Almirante Othon, então, um “bandido menor”?

Alexandre Neres

07/02/2022 - 22h51

Belo trabalho, Miguel! Não precisa entender de direito pra perceber que uma pena de 43 anos é completamente desarrazoada, quanto mais a um senhor com mais de 80 anos. Decerto, a CIA e o DoJ estavam a par de tudo sobre a vida do Almirante, que contrariava os interesses da Metrópole.

Não se pode olvidar do belo trabalho do jornalista Paulo Markun sobre o assassinato do Reitor Cancellier por parte dessa mesma turba. Precisamos reconstituir todos esses abusos para que nunca mais se repitam.

Precisamos nos lembrar do que ocorreu naqueles anos de exceção, pois muitos dos que cometeram abusos hoje posam de democratas. Vou dar um exemplo que li hoje na Folha: o indefectível TJ-SP reduziu a multa a ser paga por João Dória que se apropriou de uma música em um evento partidário de autoria de Arnaldo Antunes e Marisa Monte. De forma agressiva, Dória os tratou como parasitas que viviam de verbas públicas, chamou-os de esquerdopatas. Agora parece risível, mas à época foi sinistra.

Vários artistas como Jô Soares, Chico Buarque, Letícia Sabatela, Gregorio Duvivier e Zé de Abreu foram agredidos em restaurantes e nas ruas, com a condescendência da imprensa chamada profissional, que noticiava eventualmente mas não se posicionava. De uns tempos pra cá começou a condenar esses absurdos, mas nos anos da histeria lavajatista, cujo objetivo era alijar a esquerda do poder, quando eclodiu o ovo da serpente que no porvir geraria seu filhote bolsonaro, quedou inerte.

Algumas vezes vejo alguns comentaristas citando o Zé de Abreu, condenando-o por ter dado uma cusparada ao ser abordado com agressividade por um casal em um restaurante. Primeiramente, precisamos reconstituir aquele período, lembrar do ódio partilhado por coxinhas, marchadores, milicos e burgueses. Você sai com sua namorada em uma época obscura e um débil mental vem te abordar, te xingar, dizer que roubou da Lei Rouanet? Se fosse eu, não daria uma cusparada. Diria pro fdp levantar pra apanhar em pé.

Existem pessoas que têm fetiche, parecem ter algum problema não resolvido com a figura paterna, e parecem pressupor dentro de uma visão simplista e maniqueista que um combatente da corrupção é um cidadão de bem. Que um procurador da República ou um policial esteja imbuído dessa missão, dentro da lei ainda vá lá, mas é extremamente complicado que um juiz que deve se manter equidistante entre as partes e ser imparcial vista essa camisa. Quando vejo essas pessoas endeusando servidores públicos que cometeram uma série de impropriedades e crimes, corrompendo o processo judicial, fico estupefacto. Pra um juiz ser declarado suspeito e parcial, nulidade das mais graves, tem que ter aprontado bastante a ponto de ser punido por um poder muito corporativista.

A melhor analogia a ser feita com a Lava Jato é com a Santa Inquisição. Duvidar da Lava Jato seria como não acreditar em Deus ou na Santa Igreja em tempos bicudos. Se o meliante fosse torturado e morresse em decorrência disso estava provado que tinha cometido pecado mortal e não tinha fé suficiente em Deus. O que ocorria nas masmorras da República de Curitiba não era muito diferente disso. É de lascar até hoje convivermos com pessoas que ainda reproduzem esses modelos, que não se importam nem um pouco com a tortura realizada das mais diversas formas, que fazem ouvidos moucos para delações produzidas de maneira nada ortodoxa, que se regozijam ao ver seu inimigo destituído de sua humanidade e ser acorrentado como um cão. Não por acaso o presidente do nosso país se chama Jair Messias Bolsonaro!

Condor

07/02/2022 - 22h07

José Genoino, Delubio Soares, Palocci, Vaccari Neto, Lula, Dirceu…esses Yankees são terríveis, não poupam ninguém….kkkkkkk

Fábio Lima

07/02/2022 - 22h05

A esquerda e sua contumaz adoração por corruptos !

Rodrigo Frateschi

07/02/2022 - 21h55

Esses.
Mercenários jamais podem ser perdoados. Não podemos descansar antes de vê-los presos terem seus bens e direitos confiscados. Devem ser condenados por espionagem e alta traição ao país e o Brasil deve reconhecer na condenação uma situação de guerra, mesmo a mesma sendo híbrida. Um país do tamanho do Brasil não pode mais se comportar como república bananeira e esses que hoje se regalam com o patrimônio público devem sofrer condenação exemplar.

jose lima

07/02/2022 - 21h34

Miguel, isso da um bom filme documentario….apesar de que parece ficcao quando é realidade cruel

Kleiton

07/02/2022 - 21h10

Mais um “coitadinho” que embolsava dinheiro dos brasileiros e que tinha contas de milhões de dólares na Suiça enrabado pela lava jato…que dó dessa tranqueira !!

Nunes

07/02/2022 - 21h04

Quando a corrupção chega até na casa de um ancião Almirante é porque se tornou numa metástase.

A farra e a impunidade eram a rotina do dia a dia Brasilia afora. Todo mundo sabia de tudo mas não falava nada, a imprensa se fingia de cega para não perder a boquinha e os brasileiros felizes assistindo a novela das 9 e comprando a geladeira em 24 vezes sem juros sem poder pagar e parar no SPC.

A tentativa da esquerda de limpar a ficha dos governos petistoides (envolvidos corpo e alma nessa imundícia para se manter no poder) é clara…mas acho que vai ser uma missão bem difícil viu.

Zulu

07/02/2022 - 20h56

Ninguém tratou esse sujeito como inimigo de ninguém pois os brasileiros não sabiam e continuam não sabendo minimamente quem seja este almirante pelo simples fato que não interessa a ninguém.

    Nilson

    08/02/2022 - 02h19

    Excelente matéria.
    Parabenizo aos verdadeiros jornalistas pelas informações trazidas a público.
    Sinto pena de umas bestas que opinam sem ter o menor senso do que é ser um cientista neste país,mas os eleitos deles pode ganhar quase 4 milhões em 11 meses,em negociata escusas e está tudo certo

    Roberto Udyat

    08/02/2022 - 16h50

    Grande reportagem digna de um dos maiores jornalistas do nosso tempo! Parabéns Miguel do Rosário você dignifica a profissão e é uma luz nesses tempos sombrios que ainda pairam sobre o nosso país!

Sandra Arueira

07/02/2022 - 20h46

Venho acompanhando desde o incio o arbitrio no caso do Almiranre Othon Pinheiro .
Um julgamento mentiroso, cheio de odio ,juízes nefastos, politicos e vendidos .
Fica aqui meu anseio que se faça justiça.
Minha profunda admiração e orgulho de um brasileiro, cientista e cidadao de caráter irretocavel como o Almirante.

William

07/02/2022 - 20h34

Quando a corrupção chega até em cientistas renomados é porque a impunidade era tal que ninguém sentia se minimamente incomodado em por as mãos nos cofres públicos…uma vergonha mundial.

Se o Brásil e os brasileiros são considerados menos que nada Mundo afora algum motivo tem…

Galinzé

07/02/2022 - 20h30

Ser um “cientista brilhante” e se envolver em corrupção não me parece um gran sinal de inteligência mas pelo contrário de imbecilidade.

Estragar a própria vida por dinheiro roubado sem o qual poderia viver tranquilamente do mesmo jeito, resumindo…um imbecil completo.

A corrupção se tornou sim um câncer, uma desgraça vergonhosa para um país onde falta tudo… até a Lava Jato começar a enrabar esses bandos de porcos camuflados de políticos.

    Érico Martins

    08/02/2022 - 03h20

    O almirante não se envolveu com corrupção, seu imbecil. O salário pago a ele era de, aproximadamente, R$ 25.700,00, pelo seu serviço de consultoria, seu imbecil. Valor mais que razoável, seu imbecil.
    A farsa a jato nunca foi para combater a corrupção, seu imbecil. O objetivo da farsa a jato era colocar a corruptocracia no poder, seu imbecil.

    Érico Martins

    08/02/2022 - 03h23

    Os brasileiros são considerados menos que nada porque tem gente como você que apoia traidores imundos como a quadrilha de traidores imundos da farsa a jato.
    Os ladrão ex-juiz moron se envolveu com corrupção, seu imbecil. O outra ladrão ainda juiz tretas também se envolveu com corrupção, seu imbecil. O Almirante Othon foi pago pelo trabalho que realizou, seu imbecil.

joao moura

07/02/2022 - 19h43

Parabéns caro jornalista sua matéria mostra um pequeno detalhe do que foi essa operação tão nefasta a Pais, meus parabéns continue revelando e retratando esses fatos.


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