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A espetacular implosão de Ciro Gomes

Poucas vezes se testemunhou, no Brasil, uma implosão política tão espetacular como a protagonizada por Ciro Gomes. Já assistimos outras implosões políticas, como a de Aécio Neves, mas foram fenômenos muito mais graduais e melancólicos. O caso de Ciro é especial. É realmente um espetáculo, como a explosão de uma supernova. A metáfora é apropriada, […]

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Poucas vezes se testemunhou, no Brasil, uma implosão política tão espetacular como a protagonizada por Ciro Gomes.

Já assistimos outras implosões políticas, como a de Aécio Neves, mas foram fenômenos muito mais graduais e melancólicos.

O caso de Ciro é especial.

É realmente um espetáculo, como a explosão de uma supernova. A metáfora é apropriada, porque ele parece ter sucumbido ao peso gravitacional de suas próprias ambições e vaidades.

O que restará de Ciro Gomes após essa campanha?

Uma estrela anã ou um buraco negro?

Na última grande pesquisa com entrevistas presenciais, a Quaest, Ciro Gomes aparece com 7%, 22 pontos atrás de Bolsonaro (29%) e quase 40 pontos atrás de Lula (46%).

A propósito, uma das (muitas) contribuições negativas de Ciro ao debate político atual tem sido acusações delirantes contra pesquisas.

Ciro tem dito que elas custam “1 milhão” cada. Não custam. A pesquisa regular mais cara é a Quaest e essa última, nacional, custou R$ 268.742,48. A maioria das pesquisas, porém, custa muito menos.

Outra suspeita que ele tem lançado sobre as pesquisas é a de que que elas são pagas por “banco”, que teriam interesse político – segundo Ciro – de isolar candidaturas antissistema como a dele.

Além de ridícula, é uma tese negacionista, perigosa e antidemocrática.

É negacionista e perigosa porque, se não acreditamos em pesquisas políticas realizadas com método científico, abre-se o caminho para lançar em descrédito o resultado das eleições.

É antidemocrática porque pesquisas eleitorais são um elemento necessário ao ecossistema de qualquer democracia de massas, e especialmente de um país como o Brasil, que tem um problema crônico de instabilidade política.

Uma das maneiras mais simples e acessíveis de combater a instabilidade, é criando ferramentas de previsão. Por isso, a profusão de pesquisas deve ser lida como uma defesa natural do país.

Elas – as pesquisas – tem uma função econômica. Antes de abrir um negócio, ou mesmo adquirir um imóvel, é sempre útil medir o pulso da sociedade.

As pesquisas, por mais imperfeitas que sejam, constituem uma dessas raras ocasiões em que se ouve a voz dos setores mais pobres e excluídos da população.

Quando o cidadão de baixa renda diz o nome de Lula para o entrevistador, ele está enviando um recado político aos donos do poder, sobretudo aqueles que, em geral, ignoram solenemente as terríveis condições em que vive o pobre.

Através das pesquisas, a voz do povo chega às capas de jornais, portais e revistas. Não é difícil imaginar o brilho de esperança nos olhos do sertanejo ou do morador da periferia, quando ele vê sua opinião política – expressa na forma de intenções de voto – ganhar destaque nos principais telejornais. Num país de dimensões tão colossais, onde as limitações econômicas do trabalhador se somam às dificuldades geográficas e à precariedade do transporte público, como auscultar o coração do povo? Como medir o grau de seu desespero? Como sondar suas angústias, sonhos e aspirações?

Em tais circunstâncias, alguém que tenha um amor genuíno, carnal, sincero, à democracia, sabe a importância das pesquisas de opinião, especialmente as eleitorais!

É importante saber como pensam as diferentes regiões do país, como pensam os evangélicos, os católicos, os que ganham até 2 salários mínimos, a classe média, os jovens, os idosos, os desempregados, as mulheres, os negros, como pensa todo mundo!

Uma pesquisa feita com integridade e honestidade tem um valor inestimável para a democracia.

Desprezar pesquisas eleitorais, apenas porque o seu desempenho não é favorável, é sinal de egoísmo, tique autoritário, e falta de empatia com as massas (cuja voz, pelo jeito, não é mais agradável aos ouvidos de Ciro).

A hostilidade de Ciro às pesquisas, além disso, bate de frente com o que ele procura vender como o principal diferencial de sua campanha, que é a defesa de um “projeto nacional de desenvolvimento”.

Projeto nacional sem realismo político é brincadeira irresponsável

Dentre os intelectuais com vida ativa no debate público, o geógrafo Elias Jabbour é um dos maiores defensores do conceito de projeto nacional.  Em seus trabalhos e livros, Jabbour afirma que o sucesso do regime econômico da China se explica, dentre outras razões, pela centralidade que deu ao que ele chama de “economia do projetamento”.

O próprio socialismo poderia ser caracterizado, ainda segundo Jabbour, como um regime diferente do capitalismo por ser ancorado principalmente, não no mercado e seu regime livre de preços, mas numa economia planificada.

Entretanto, um modelo moderno de planejamento (como é o chinês) não exclui o mercado. Ao contrário, o segredo da China seria justamente usar o mercado, com seu sistema de preços livres, como uma ferramenta a serviço de um projeto nacional. Esse entendimento sobre a importância estratégica do “livre mercado”, como uma espécie de “pé no chão” de uma economia projetada,  seria um dos grandes diferenciais do socialismo chinês em relação a experiência soviética.

No fundo, essa relação entre projeto nacional e mercado é a fórmula hegemônica de toda nação desenvolvida, com a diferença de que, nos países capitalistas bem sucedidos, registrou-se um projeto nacional a serviço do mercado, ao passo que, na China, o mercado foi posto a serviço do projeto.  Em ambos os casos, de qualquer forma, o projeto nacional está lá, seja como cabeça, seja como vice da chapa.

Lamentavelmente, o conceito de “projeto nacional de desenvolvimento” de Ciro Gomes tornou-se uma caricatura, um espantalho, uma peça artificial de campanha, porque foi esvaziado inteiramente da sua força vital, que reside no mais absoluto rigor, no mais austero pragmatismo, com que se deve gerir a questão política (aí incluído, naturalmente, o respeito às pesquisas eleitorais).

Nenhum projeto nacional de desenvolvimento é sério se não colocar, em primeiro plano, a questão política. A modelagem macroeconômica, a proposta de reindustrialização do país, dentre outras ideias que devem integrar um PND digno desse nome, tudo isso é perfumaria se não há um plano objetivo e realista de poder.

E para tomar o poder, é preciso estabelecer a comunicação com as massas. Como Lula não tem pretensão de liderar uma guerra civil revolucionária, como fez Mao Tsé Tung, ele precisa construir o máximo de pontes que seja possível, dado o cerco violentíssimo que a mídia brasileira sempre fez contra a esquerda brasileira. Ao criminalizar os esforços de Lula para ampliar o arco de alianças políticas em torno de si, Ciro apenas transparece ressentimento com seu próprio fracasso em atrair aliados.

Quando Ciro fala em romper o modelo de “governança política”, é difícil compreender o que ele quer dizer, ainda mais quando vemos que ele vem tentando, embora sem sucesso, obter apoios dos mesmos setores da centro-direita que, segundo ele, constituiriam o cerne maligno da política nacional.

Os ciristas procuram explicar essa contradição alegando que os acordos se dariam em torno de um “programa”, em contraposição aos esforços de Lula, que seriam motivados puramente pela busca do “poder pelo poder”.

O raciocínio transpira ingenuidade, cinismo e antipolítica.

Pior, como os acordos de Ciro nunca vão para a frente, sua militância então passa a louvar o fracasso como prova de sua enorme dignidade.

A glorificação da derrota, no entanto, nunca levou a lugar nenhum.

É preciso construir estratégias objetivas de tomada do poder. Um projeto nacional que não dê centralidade absoluta, prioritária, à conquista do poder político, não é um projeto sério, tampouco nacional, muito menos de desenvolvimento. É uma brincadeira irresponsável e inconsequente, num momento em que milhões de brasileiros passam fome.

Os diagnósticos de Ciro também são equivocados. Para justificar a suposta necessidade de mudar a “governança política”, ele põe no mesmo saco todos os últimos governos, atribuindo o mesmo motivo às suas dificuldades e fracassos. É uma análise pobre, porque as dificuldades enfrentadas por cada um desses governos foram próprias de cada um, derivadas de circunstâncias diferentes, presidentes diferentes, sociedades diferentes, tempos históricos diferentes!

Para dar um exemplo: Ciro diz que “Lula foi bater na cadeia” porque o petista teria repetido o “modelo econômico” e a “governança política”  de seus antecessores. É análise rasteira, porque é evidente, para qualquer observador minimamente racional, que nenhum presidente da república, na atual arquitetura institucional brasileira, teve condições políticas de romper o modelo de “governança política” do país. O que se consegue fazer, e isso Lula fez, é melhorar as condições de vida do povo, ampliando acesso a alimentação e à educação, de maneira a fortalecer a base social que, ela sim, poderá criar as condições para mudanças mais ambiciosas à frente.

Ademais, Ciro finge ignorar o cerco midiático sofrido por Lula desde o primeiro ano de seu governo. Finge porque ele, Ciro, sabe que houve este cerco, tanto que qualificou o que houve em 2004, quando se iniciaram as conspiratas juridico-midiáticas contra o governo (o chamado “escândalo do mensalão”) como uma tentativa de golpe. E foi mesmo. Mais tarde, Ciro foi um dos principais campeões na luta contra o golpe de 2016. Se houve um golpe contra Dilma, houve a construção de um cerco midiático violentíssimo, que sabotou todas as iniciativas do governo federal para gerar empregos, ativar a economia e levar adiante um projeto de desenvolvimento.

Os governos petistas cometeram erros. Mas também acertaram em coisas importantes e a prova mais cristalina disso é o favoritismo de Lula nas eleições.

Não dá nem para comparar Lula a Vargas. Tenho imensa admiração por Vargas. Nenhum governante fez mais do que ele em termos de construir as bases de um país. Mas Vargas chegou ao poder através de um golpe militar. Manteve-se no poder através da força militar. Foi um ditador que perseguiu implacavelmente seus adversários. E sua eleição popular em 1950 se dá num país com imprensa destruída pela ditadura, lideranças populares presas, boa parte da esquerda posta na ilegalidade, e, sobretudo, num processo eleitoral onde a maioria esmagadora da população ainda não tinha acesso ao voto. Isso sem contar que era virtualmente impossível, para qualquer liderança política, competir com um Vargas que havia, durante 15 anos de feroz ditadura, investido uma quantidade colosssal de recursos financeiros, estatais, políticos, num culto a personalidade que faria inveja a Mussolini!

Lula é de outra cepa!

Ao contrário de Ciro Gomes, que estreou na vida pública como procurador municipal nomeado pelo próprio pai (que era prefeito da cidade), e se elegeu pela primeira vez pelo PDS (ex-Arena, o partido da ditadura), Lula iniciou sua carreira política como um dirigente sindical de esquerda,  que combatia a ditadura militar em seu momento mais perigoso!

Ciro vem tentando colar em Lula a culpa pela desindustrialização do país. E para isso joga um monte de números que mais confundem do que esclarecem.

A crítica de Ciro, neste sentido, é ingrata, moralista e injusta.

É ingrata porque Lula se empenhou pessoalmente pela construção do complexo siderúrgico em Pecém, no Ceará, durante o governo de seu irmão Cid Gomes, um projeto que se tornou absolutamente estratégico para a economia do estado.

É moralista porque parece que o presidente Lula, durante sua administração, rodava o país fechando fábricas por puro sadismo.

O problema da desindustrialização atingiu todos os países do mundo ocidental. Não foi apenas o Brasil.

O Brasil foi particularmente afetado por algumas razões específicas. A principal delas é que, no momento em que a China inundava o mundo com seus produtos manufaturados, vendidos a preços mais competitivos do que em qualquer outro lugar, levando indústrias a fechar portas ou a se mudar para a própria China, nesse mesmo momento, o Brasil vivia uma grande revolução agrícola, que atraiu e desviou os capitais excedentes do país.

Não faz sentido falar em participação da indústria no PIB do Brasil, ao longo dos últimos 20 anos, sem mencionar o aumento do PIB do agronegócio no período.

Estima-se que o Brasil tenha 851 milhões de hectares agricultáveis. Não há paralelo no mundo para isso. Os EUA são um grande produtor agrícola, mas já atingiu relativa maturidade em termos de área plantada há anos. No caso do Brasil, o desenvolvimento de novas tecnologias de irrigação, fertilização e mecanização vieram à tôna apenas na década de 90, e explodiram durante os governos petistas.

Era natural que houvesse não apenas um deslocamento de capital para esses setores, como também que a participação relativa da indústria caísse.

Em termos absolutos, contudo, a indústria brasileira não caiu durante os primeiros dez anos de governos petistas, até porque houve abundante oferta de investimentos públicos no setor, além da implementação de três grandes projetos de industrialização, incluindo na saúde e no setor de óleo e gás.

Em artigo publicado na última edição (número 42, abril/julho de 2022) da Revista de Economia Política, o economista Bresser-Pereira, um dos maiores entusiastas de um projeto nacional de desenvolvimento, e a principal referência do próprio Ciro Gomes nesse tema, menciona duas grandes ondas de desindustrialização nas últimas décadas.

A primeira se dá entre 1986 a 1998, e “começa com o colapso do Plano Cruzado em 1986, a liberalização comercial e financeira em 1990-92, e o período de sobrevalorização extrema da moeda nacional imediatamente após o Plano Real, de 1994”.

A segunda onda, durante o governo Lula, é “intrigante”, pondera Bresser, porque as taxas de crescimento da indústria foram “satisfatórias”, de maneira que a perda de participação relativa se explica antes “pelo boom das commodities”.

De fato, o PIB real das manufaturas brasileiras, conforme apurado pelo economista Paulo Morceiro, especialista em desenvolvimento e política industrial, cresceu fortemente de 2003 a 2008, experimenta uma queda em 2009, em virtude de crise dos subprimes, que afeta indústrias do mundo inteiro, e volta a avançar até 2013.

O Brasil – com indústria, com Supremo, com tudo –  desaba mesmo a partir de 2014.

A economista Michelli Gonçalvez Stumm dedicou sua monografia às “políticas industriais petistas”. É um trabalho honesto e crítico, que procura entender as razões do fracasso dos esforços governamentais para reativar, modernizar e, sobretudo, ampliar o parque industrial brasileiro.

Entretanto, uma lição que fica do trabalho de Stumm é que, sim, houve três grandes planos de industrialização do país durante os governos petistas, que ela apelida de “PIPs”, políticas industriais petistas:  a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (de 2004), a Política de Desenvolvimento Produtivo (de 2008), e o Plano Brasil Maior (de 2011).

Quando se fizer o debate sobre industrialização, portanto, é sempre honesto lembrar desses esforços, até mesmo para que se tirem lições sobre seus acertos (poucos) e erros (muitos).

De qualquer forma, boa parte dos erros das políticas industriais petistas talvez não fossem tão graves, ou quem sabe nem fossem erros, sem o advento da operação Lava Jato.

O tombo econômico da indústria brasileira, como de resto de toda a economia nacional, teve início no primeiro semestre de 2014, e coincide com o aprofundamento da Lava Jato e a imensa paralisia política, administrativa e empresarial que se seguiu desde então, culminando com o golpe de Estado em abril de 2016.

Não é trivial que o alvo principal da Lava Jato tenha sido exatamente a nata da engenharia brasileira, aquela que trabalhava nos grandes projetos de energia, construindo hidrelétricas, refinarias, usinas nucleares, submarinos.

O núcleo do projeto nacional de desenvolvimento nos governos petistas era a indústria de óleo e gás, até porque o setor é a nossa principal indústria de base. Se a construção das grandes refinarias, no Rio, Ceará, Maranhão, não tivesse sido abortada, o aumento da produção nacional de gás natural, gasolina, diesel, e de uma infinidade de derivados de petróleo, constituiria um impulso inicial decisivo para um processo de reindustrialização do país!

Voltemos a Ciro.

A característica mais emblemática da campanha de Ciro Gomes é a sua virulência contra Lula.

Alguns ciristas, talvez constrangidos com a estratégia, defendem-se dizendo que Ciro não faz “ataques”, e sim “críticas”.

Naturalmente, criticar é uma expressão mais leve do que atacar. Critica-se inclusive um aliado. Um militante cirista pode criticar Ciro e está tudo bem. O mesmo vale para uma crítica de um petista a Lula.

Ataque é outra história. A expressão denota agressividade e sinaliza o uso de violência, simbólica que seja.

Entretanto, quando Ciro declara que “Lula é o maior corruptor da história do Brasil”, chama o ex-presidente de “assaltante”, ou chama o movimento de apoiadores do ex-presidente de “lulopetismo bandido”, isso é, tecnicamente, uma crítica ou um ataque?

Há pouco, Ciro Gomes foi mais longe e acusou Lula de mandar “os jagunços dele me agredirem fisicamente”.

A acusação de Ciro é tão manifestamente mentirosa que causou constrangimento a muitos ciristas, que, sem saber como respondê-la, admitem que foi um exagero, e tentam focar no outro ponto da postagem de Ciro, a de que “Lula foi o único político que não pediu o impeachment de Bolsonaro”.

Não se pode, todavia, normalizar a baixaria. Acusar Lula de ordenar um ato de violência física contra Ciro Gomes passa de todos os limites. Além de ser uma calúnia grosseira e indesculpável, é tão inverossímil que apenas gera repulsa contra o próprio Ciro Gomes.

Falemos do outro ponto, o de que Lula “não pediu” o impeachment de Bolsonaro. Estimulados pelo próprio Ciro, os ciristas repetem isso como papagaios, mas esse é outro problema de ordem cognitiva, muito similar ao que demonstram quando acusam de desonestidade e disseminação de fake news qualquer um que fale que Ciro começou a vida na Arena, o partido da ditadura. Ora, Ciro começou no PDS, que é simplesmente a Arena com nome novo, com os mesmos dirigentes e o mesmo ideário.

Lula é presidente de honra do PT e o principal quadro do partido. Se o PT assinou inúmeros pedidos de impeachment de Bolsonaro, então Lula também pediu. Ou Lula não é o PT?

De qualquer forma, a análise política de Ciro é medíocre e obsoleta,  porque agora está mais do que evidente que a estratégia de pedir o impeachment de Bolsonaro nunca foi uma ideia brilhante. Desde o início dos debates sobre o impeachment, vários analistas falavam do desgaste enorme do instituto do impeachment.

Depois do impeachment de Dilma Rousseff, a maioria da população passou a associar o processo, com toda a razão, a instabilidade política e crise econômica. O povo brasileiro, portanto, nunca quis o impeachment de Bolsonaro, e por isso não foi as ruas nem se mobilizou. E isso não porque não queria removê-lo do poder, mas porque entendia, talvez de maneira muito mais sensata e objetiva do que setores neurastênicos da classe média (Ciro incluído), que a melhor forma de fazer isso era derrotá-lo nas urnas nas eleições de 2022.

Na verdade, o ódio de Ciro nessa questão do impeachment, é que ele tinha visto aí uma oportunidade para si mesmo. Com Bolsonaro afastado, deve ter pensado, abriria-se uma vaga para ele no segundo turno. Com essa esperança em mente, ele apostou fichas demais num impeachment que, todo mundo sabia, não tinha chances de prosperar. A irritação de Ciro deve ter sido ainda maior quando constatou que Lula, mais uma vez, tinha sido mais inteligente que ele, não se desgastando excessivamente numa batalha que a oposição não tinha como vencer.

O papel que Ciro tem desempenhado, de qualquer forma, é perigoso para a democracia.

Sua última esperança é ver ressurgir uma grande onda antipetista, que arraste o eleitor nem-nem e os conservadores, forçando-os a escolher Ciro como o único que pode “derrotar Lula”.

Mas isso é pueril e irresponsável.

Ciro gosta de usar pesquisas de 2018, que o mostravam a frente de Bolsonaro no segundo turno. Mas ele força demais a barra.

O gráfico abaixo, de 18 e 19 de setembro de 2018, é até hoje usado por ciristas, quando querem inventar um multiverso onde Ciro ganharia de Bolsonaro. Uma análise mais apurada desses números, porém, o desmontam. Ciro pontua 45% contra 39% de Bolsonaro. São apenas seis pontos de diferença. Isso não é garantia de vitória para ninguém, ainda mais considerando que Bolsonaro estava à frente no primeiro turno.

Eu também acreditei que Ciro poderia ganhar de Bolsonaro no segundo turno de 2018. À luz dos resultados eleitorais, todavia, entendo que era uma crença ingênua.

De qualquer forma, na mesma pesquisa Haddad pontua 41%, apenas 4 pontos atrás de Ciro.

A troco de que o PT deveria ter retirado sua candidatura, por causa de 4 pontos a menos que Ciro numa pesquisa?

O Ciro hoje está 40 pontos atrás de Lula (repito, 40!) e se recusa a retirar sua candidatura, porque Haddad deveria tê-lo feito em 2018?

Ademais, qualquer analista de pesquisa sabe que não se deve considerar a ferro e fogo esses cenários de segundo turno. Ou pelo menos, não faz sentido olhar para eles “saltando” os números de primeiro turno.

A tentativa de criminalizar o primeiro turno

Em suas entrevistas, Ciro ataca Lula até mesmo por sua decisão de disputar o segundo turno das eleições de 1989 contra Collor, novamente invocando pesquisas segundo as quais “apenas Lula” perdia de Collor.

O que Ciro sugere? Que o primeiro turno seja decidido em pesquisas?

E se Ciro acredita tanto nas pesquisas de 1989 e 2018, por que diabos não acredita nas pesquisas de hoje?

É uma contradição em cima da outra!

Entretanto, a estratégia mais bizarra de Ciro Gomes é fazer um ataque de mentirinha, quase infantil, a Bolsonaro, e jogar a maior parte de sua verve ferina contra Lula, e isso numa situação de polarização extrema em que o outro lado é um fascista que segura a poderosa caneta presidencial e tem, como seus principais aliados, oficiais golpistas das Forças Armadas e comandantes de polícia militar.

Os “ataques” de Ciro a Bolsonaro são ridículos. Em geral, são insultos idiotas, como o bordão “ladrão nazista” que ele ficou repetindo como um doido na Feira do Agrishow, ou acusações levianas, bobinhas, como a de que Bolsonaro “roubava a gasolina”.  Isso quando não perde a compostura e, dirigindo-se a eleitores do presidente, fala coisas inacreditavelmente grosseiras, e mesmo sem sentido, como “Bolsonaro roubou sua mãe, ou comeu ela? “.

Isso não faz cosquinha em Bolsonaro, e provavelmente até o ajuda. Os xingamentos de Ciro a Bolsonaro no Agrishow foram postados pelos próprios bolsonaristas, em meio a muitas risadas.

Bolsonaro não será derrotado nem com “assinaturas de pedido de impeachment”, muito menos com insultos infantis, mas com luta política  séria, ou seja, através da mobilização de setores influentes e diversos da sociedade, e é isso que Lula está fazendo.

Quando faz esses ataques pesados a Lula, Ciro agride todos os apoiadores do petista, gerando contra si mesmo uma onda de animosidade que é obviamente negativa para sua campanha e para o PDT.

Nada justifica a tentativa de agressão física que sofreu numa manifestação de esquerda, mas Ciro parece agir como um provocador. Xinga, lança calúnias, ataca a honra e a dignidade de Lula e de sua militância. Depois aparece num evento repleto de militantes lulistas, é vaiado, rebate chamando-os “fascistas de vermelho”. Por fim, é atacado por meia dúzia de aloprados. Aí acusa Lula de ordenar que “seus jagunços me atacassem fisicamente”!

Que baixaria é essa, Ciro?

Para piorar, Ciro Gomes cultivou uma militância fanática que agride moralmente qualquer um que ouse criticar o líder supremo da “turma boa”.

Tudo que Ciro e os ciristas dizem que os petistas fazem, eles mesmo estão fazendo, e com muito mais virulência. Para o cirista médio, todo mundo que aderiu a campanha de Lula o fez por ser fanático, vendido, recebeu pix do PT, está a procura de cargos, enfim, é um linchamento puramente moralista. E ai de quem reclamar!

O próprio Ciro capricha na estratégia de inflamar os ânimos. Ataca a militância petista e Lula de forma baixa, e, diante da reação totalmente inevitável, vem falar em “gabinete do ódio”, criando ainda mais cizânia e mal estar num debate político onde o campo democrático deveria estar unido contra Bolsonaro!

Não é assim que se deve fazer o debate político. Essa postura sectária, por sua vez, apenas isola mais ainda Ciro Gomes, gerando um ciclo vicioso melancólico e violento, em que, à medida que Ciro desidrata nas pesquisas, sua militância fica mais agressiva, afastando mais eleitores.

Seria muito interessante que aparecesse algum adulto na campanha de Ciro Gomes, e lhe abrisse os olhos, porque do jeito que a coisa está indo, ele não apenas caminha para um processo de implosão política, como pode levar muita gente consigo!

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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22/05/2022 - 16h40

Isso que eu estava observando. Eles não falam nada sobre o conteúdo do texto, só batem no autor. Texto inclusive difícil de rebater factualmente, talvez por isso não falem. Não entendem que Ciro, sem representatividade em setores mais amplos de eleitores, não tem chance de chegar ao 2o turno. Pensam que um plano de desenvolvimento nacional possa fazer isso, ao invés de votos reais. Me dá a impressão que vivem num mundo paralelo. Sempre que pergunto aos ciristas quais segmentos sociais que o Ciro representa, a resposta é: ele é o mais preparado, tem o melhor plano para o Brasil. Lula/PT tem CUT, MST e diversos movimentos sociais. Mas, e Ciro/PDT? O PT construiu por décadas sua hegemonia, o Ciro teve tempo de construir um partido alternativo no campo progressista, mas preferiu pular de um partido a outro, sem botar o pé na jaca da trabalheira de construir um partido popular e agora reclama da hegemonia do PT. Bem… essa eleição será dificílima, não é garantido que Lula ganhe, espero que todos se empenhem para que Bolsonaro não continue no governo.

Ivanise Gonzaga Alves

21/05/2022 - 07h43

Poxa, parabéns Miguel , irrepreensível seu texto. Bem que o Ciro poderia fazer uma autocrítica como sempre mandou o PT fazer

Saladino

18/05/2022 - 09h27

Certamente o “sniper” a serviço do comissariado lulopetista, igualmente devoto do “neoliberalismo de esquerda”, nunca leu C. S. Lewis.
Razão pela qual ignora o que faz deliberadamente ou incoscientemente: BULVERISMO.
Não confundir com “bovarismo”, que melhor retrata a seita ufanista da eleição em único turno.

Djailton

17/05/2022 - 22h14

Miguel vc e essa esquerda caviar são apátridas, traidores do povo brasileiro, vcs olham o povo de cima para baixo, são arrogantes como o canalha do Gregório Duvivier que demonstrou toda a sua arrogância ao se referir a uma empresa nordestina e ao patriota Daciolo com desdém. Vcs são a escória da nação Brasileira.

    Marcio Palma

    21/05/2022 - 17h30

    É um BOLSO ou CIRO (MINION)? ??????

Djailton

17/05/2022 - 21h49

Ciro ou nulo!! Tmj

Djailton

17/05/2022 - 21h43

Escreveu tanto para fazer um panfletinho vagabundo para o Lula vagabundo!!!

Ciro ou Nulo!!

Netho

17/05/2022 - 11h15

A “obra maestra” do “neoliberalismo petista” – regiamente financiado à sombra da Odebrecht -, foi reabrir as portas da politica e do Estado à volta espetacular dos filhotes da ditadura e à escalada triunfal fascista aos principais centros de decisão do país.
Os espetaculares erros crassos do ‘neopetismo lulista dilmista’ estraçalharam o espectro político e ideológico da esquerda e cevaram os ovos dos serpentários militares, paramilitares, policiais e milicianos em todo o território nacional.
A implosão espetacular, mesmo, para quem tem olhos de ver, olha e vê, foi de Lula e do PT; e que leva de cambulhada as demais siglas supostas à esquerda.
Foram os erros crassos de Lula, Dilma e do PT que convidaram os filhotes da ditadura para dançar e excitaram os seus instintos primitivos e apetites dantescos.
Lula rendeu-se à fars em 2003.
Agora capitulará à tragédia em 2023.
Como já vislumbrara Celso Alencar Furtado, em “A fantasia desfeita”, a verdade factual é que “nunca foi tão grande a distância entre o que fomos, somos e o que sonháramos ser”.
Não sobrou pau nem pedra.
Só a implosão espetacular do lulopetismo e o fim do caminho!

artzN

17/05/2022 - 11h15

O PIX entrou hein.

Paulo

17/05/2022 - 01h41

“Venal do Rosário, você, para ser simplesmente patético, vai ter que se esforçar muito, eis que como ridículo, já está comsagrado. Mas é isto: a tua régua moral é a mesma do lulopetismo e do bolsonarismo. Depois desse teu “texto” sobre o Ciro Gomes, o tal Alan dos Santos deve estar se sentindo um fracasso. Não esqueça de, caso o bozo seja reeleito, de fazer um artigo pondo a culpa no Ciro, para corroborar a tua canalhisse e sabujisse lulopetista. Sucesso para ti e esse teu blogzinho quintacoluna.

Paulo

17/05/2022 - 00h52

Não queria me meter nessa peleja, mas Ciro nunca foi acusado – com fundamentação mínima – de roubo ao Erário. Já Lula, bem o sabemos…

Celeste Macedo

16/05/2022 - 21h26

Repostagem maravilhosa. Me dei ao luxo de ler ao pé da letra. Aprendi muota cousa que não savia sobre Ciro Gomes. Coisas que já suspeitava e intuia sobre esse político. Sim. O momento é denos unirmos pela democracia. Lula é um estadista como poucos no mumdo atual. Faz alianças quando é preciso em prol de uma política mais democrática. Para mim ele já pode ser eleito no primeiro turno!! Meu voto já está reservado para ele e somente ele!!

hilario leal

16/05/2022 - 20h41

Ciro Gomes acha que ele é o único politico honesto, serio e preparado que existe na face da terra, os projetos dele, no geral só é defendido e propagado por ele mesmo. Ele passou de critico da esquerda para a provocação.

Alexandre Neres

16/05/2022 - 18h51

O texto do Miguel é irretocável!

Não há espaço para o Ciro. Não tem aonde ir ou buscar voto.

Ataca Lula. Critica Bolsonaro eventualmente na base do faz de conta, pra se apresentar como terceira via ante os extremos. Quais extremos, cara pálida?

O PT está coligado com PSB, PCdoB, PV, Rede e PSOL. O que sobrou pro Ciro?

A única maneira de derrotar Bolsonaro e os bolsonaristas é nas urnas e ainda vai levar tempo. O instituto do impeachment foi banalizado e desvirtuado no Brasil, de modo que devemos esquecê-lo, ainda que nenhum presidente tivesse cometido tantos crimes de responsabilidade quanto o capetão. O PT errou ao ficar pedindo fora FHC e outros toda hora, mal sabendo que seria vítima do que ajudou a incitar.

O que dizer do gabinete do ódio cirista? Do mala da Wikipedia que insere fake news pra distorcer os fatos? Dos desvarios do Profi Castañon? Do maluco que ouviu falar de Marx sabe-se lá onde e inverte as premissas de forma grotesca construindo uma verdadeira farsa? São tão risíveis quanto os bolsominions, pois todos parecem adoradores de machões autoritários e boquirrotos.

Gostaria de que arrumassem um jeito de recuperar o Ciro, um homem público com certa formação que teria algo a contribuir em meio a um cenário de terra arrasada, mas, infelizmente, Ciro caminha a passos largos para seu ocaso.

Ciro não tem culpa de ter vivido na mesma época de Lula e não tem como querer ombrear com o ex-presidente, pois ambos têm estaturas distintas. Ciro não tem grandeza suficiente para aceitar isso.

    foo

    17/05/2022 - 08h14

    Ciro está torcendo pela desistência de Bolsonaro: se Bolsonaro desistir, Ciro espera herdar os votos da direita.

    Infelizmente, para ele, os eleitores do Bozo o vêem como “comunista”.

    O dilema de Ciro é: abraçar o discurso da extrema-direita para (tentar) ganhar o eleitor do Bozo, ou manter seu discurso progressista para manter sua base.

    É possível que perca os dois…

VICTOR PINHEIRO

16/05/2022 - 18h40

Ciro acabou em 2018. Ali ele morreu. A eleição de 2022 é só o cortejo fúnebre. Vai morrer afogado no sucesso de Lula. Esse sim, o maior líder da esquerda mundial, sabe fazer política, sem violência, sem fakes e recortes patéticos. Costurando alianças, conversando com velhos adversários, com sabedoria e sem ofender o outro lado. O professor de Deus, vê mas não entendi. Muitos setores do PDT não suportam Ciro, sabem que é um projeto que se resume no fracasso, não por perder (é do jogo), mas por nem entender o que fez perder. Descanse em paz, Ciro Gomes.

Paulo Arantes Ferreira Gonçalves

16/05/2022 - 18h03

Depois de ler o imenso texto fica claro o pavor dos petistas em enfrentar Ciro Gomes. É preocupante mesmo a ascensão do Ciro. Ele vai ao segundo turno e aí veremos o Lula emparedado. Sem ter pra onde correr. Isso se o Lula não desistir até julho. Abraço a todos!

    foo

    17/05/2022 - 08h02

    Não existe pavor nenhum.

    Aliás, o melhor cenário possível seria um segundo turno entre Lula e Ciro — dois políticos progressistas, imaginem só! Seria uma maravilha.

    Mas para isso acontecer, precisa vencer o Bolsonaro.

    Por que então ele continua atacando o Lula?

    Samuel Sobral

    18/05/2022 - 09h55

    É esse tipo de raciocínio, avesso à realidade, que tem minguado cada vez mais as possibilidades de eleição de Ciro. A turma boa deveria ajudá-lo com críticas sensatas a enxergar a realidade e se adaptar a ela, e não apoiar cada ato como um devoto. Ciro vive perguntando como bolsonaro tem 30% depois de tudo que fez e atribuindo a culpa disso a Lula que já deixou o poder a 12 anos. A pergunta que ele e a turma boa deveria fazer é: como Sérgio moro tinha mais intenção de voto que Ciro depois de tudo que fez? Enfim, votei em Ciro, acho que não voto esse ano, e lamento a forma como ele se desgasta e se isola. Triste.

Sip

16/05/2022 - 16h08

Quando o Santo Barbudo não ganhar com um zilhão de votos igual pregam e o segundo turno chegar e todos verem que o Bolsonaro vencerá eles irão vir pedindo para os “7%” do Ciro votem nele.

Irão ameaçar, dizer que nós estamos elegendo Bolsonaro, pois os “7%” são importantíssimos, dizendo que nós temos que nos fazer grandes e que o Ciro tem que arranjar seu lugar na história dando seu apoio total e irrestrito ao Santo Barbudo pois ESTE nos salvará do Demônio que ele mesmo criou.

Depois, quando a desgraça estiver completa irão dizer que é culpa do Ciro que o Santo com um quatrilhão de votos não ganhou, culpa nossa, dos “7%” que preferimos votar no “Coroné” em vez do Santo mentiroso. Dirão que Ciro foi para Paris e que a culpa da existência de Satanás não é de ninguém a não ser nossa, pois MALDITOS SEJAM aqueles que atualmente pensam em um plano de desenvolvimento econômico e não uma mentira imensa sem fundamentos e baseada em pura demagogia.

Já aviso desde já, vão pastar, não vão mudar MEU voto e tenho certeza que muitos outros também não serão mudados. Não importa quantos textos bonitos “refutando” argumentos apareçam, não importa quantos pedidos de “grandeza” sejam feitos e não importa quantas mentiras o Santo Demagogo invente.

Vocês criaram o Bolsonaro, vocês fizeram ele subir lá, vocês largaram o país no buraco onde estão e agora se proclamam heróis da nação pois “Eleger Lula é necessário”? Não comigo meus caros, aceitem que vocês criaram a desgraça e desistam vocês. Eu certamente não irei desistir e mantenho que muitos outros do meu lado não desistirão também.

    Pau no cu do bolsonaro

    11/07/2022 - 00h56

    Se for pra depender de lixos humanos como vc pode deixar o Bozo mesmo

Sebastião

16/05/2022 - 14h45

Os comentários desse post, só corrobora o que Miguel escreveu. Os ataques raivosos de fanáticos está grande. Isso porque tem moderação. Se fosse numa rede social, seria capaz dos xingamentos serem piores.

Fanatismo deixa a pessoa cega. E sempre agem de forma a justificar os erros do ídolo. Um dia, esse povo desperta.

Francisco*

16/05/2022 - 14h30

Os devotos de Ciro tem prazo de validade máxima, de 5 anos, em professar o dogma da ‘fé cega, faca amolada’ pelo candidato que tem um ‘programa de governo’ e o desejo de se tornar presidente, há mais de 40 anos, 7 partidos e 700 e uns tiros disparados nos próprios pés, ciclicamente repaginados.

Após a segunda candidatura em sequência, mantido o partido e fechando o ciclo, inexoravelmente, o fiel devoto o abandona para nunca mais, rendendo-se finalmente ao óbvio escancarado:

Ciro não tem legado em apóstolos e devotos, não agrega, e a cada novo ciclo novos apóstolos e devotos são atraídos à nova temporada, em que sempre só, só pensa em tornar-se presidente, custe o que custar, e o pior, o novo fiel logo enxerga, porém reluta em ver o Ciro que, de tão egoísta, escolhe até o maior inimigo, o próprio Ciro.

Crédulos fiéis, acordem e poupem, Miguel, Duvivier, Lula, PT e quem mais acharem, os fatos por mais de 4 décadas dispensam argumentos: ‘CIRO É, E SEMPRE FOI, O MAIOR INIMIGO DE CIRO.

mauricio

16/05/2022 - 14h28

Imagino como deve ter sido doloroso escrever esse texto.
É impressionante alguém com toda a experiência de Ciro enfileirar uma sequência tão grande de absurdos estratégicos.
A antipatia indiciada com a “fuga pra Paris” só se acentua e, estranhamente, ele não vê. Sem alianças nem mesmo o mais fantástico dos programas de desenvolvimento será possível.
Tal qual Cortés queimou os navios, mas também as pontes e se isolou numa ilha “Cirista” sem perspectivas de ir a lugar algum.
Uma pena!

marco

16/05/2022 - 13h20

Não vai ter volta !
Em Outubro esta marcado ” gunfight” no OK Corral “

foo

16/05/2022 - 12h53

Triste fim de Ciro Gomes.

Seria melhor lançar-se a deputado federal e ajudar a construir uma forte bancada progressista; mas ele prefere dividir…

Espero que ainda mude de opinião, porque nós precisamos dele na esquerda.

San

16/05/2022 - 10h16

E se o Ciro não passar para o 2T, a gente vai ver essa mesma “imprensa”, esses mesmos militantes rastejando pelo apoio do Ciro para Bolsonaro não ser reeleito. AGUARDEM! Duvido que o Ciro tenha 7%. E os “jornalistas” do Gabinete do Ódio do PT sabem disso. Existem pesquisas internas quantitativas e qualitativas qua essas pessoas têm acesso. Nos vemos em outubro! #Ciro12 ou NULO!

    foo

    16/05/2022 - 13h01

    Ciro não é e nunca foi visto como inimigo; ele sempre foi um aliado dos progressistas.

    Por alguma razão, porém, ele optou pelo anacrônico discurso antipetista.

    Alguém precisa avisá-lo que não estamos mais em 2018 — a farsa da Lava Jato foi desmascarada, e muitos de seus apoiadores não vêem o PT como adversário.

    Bolsonaro é o nosso único adversário.

RODRIGO BRANDĀO

16/05/2022 - 09h57

Com uma militância formada por policiais (uniformizados ou não), quem se atreveria a tacar ovos?

RODRIGO BRANDĀO

16/05/2022 - 09h55

Alguém aí se confundiu com a ordem de farsas e tragédias. Nem ler o básico dr Marx leu e vem falar besteira.

RODRIGO BRANDĀO

16/05/2022 - 09h51

Sim, porque Lula e Bolsonaro estão na mesma prateleira hehe

RODRIGO BRANDĀO

16/05/2022 - 09h48

Mas qual o provlema de os bancos contratarem? Isso vem sendo sempre noticiado quando as pesquisas são divulgadas. Bancos e indústrias usam esses dados como orientação para investimentos. Por acaso o Datafolha tem dado números diferentes?

ARY BOREL DE AGUIAR NETO

16/05/2022 - 08h55

Pronto Miguel, vc foi perfeito na sua análise!
Merece palmas pela coragem.

Gil

16/05/2022 - 08h55

Querem mesmo essa polarização baseada em fake news ( dos dois lados dela)
Que esforço pra descredenciar a candidaturas candidaturas dos demais
principalmente e particularmente do Ciro Gomes.

só porque não quer se curvar ao teu chefe Lula ??

Elves Leal

16/05/2022 - 08h48

Só mesmo Ciro Gomes para gerar tanta opinião e pesquisa. Aqui neste Café amargurado com laudas de rancor e título bombástico, foi a melhor agressão, até agora, de todas as agressões perpetrada contra o PDT e o povo brasileiro, pela mídia do establishment, vocês merecem um oscar. Não tem jeito, no 12 é demonstrar de forma carinhosa as contradições do anarcocapitalismo e suas bolsas populares. Liberta-te brava Gente! Ciro Gomes é a sentinela da liberdade. Minha admiração aos que persistem no dever da Esperança.

Lincoln

16/05/2022 - 08h43

Parabéns Miguel
Excelente artigo

Claudio Freire

16/05/2022 - 08h32

Não sabe como isso aconteceu?
Bom, pelo menos você sabe que houve um golpe no país?

carlos

16/05/2022 - 08h03

O ciro teve a oportunidade de ganhar a eleição uma única vez, foi teve o apoio do Márcio França em São Paulo, do governador de Pernambuco, do governador do Ceará, e da Bahia uma parte, não foi capaz de elaborar um projeto Para o país, se empolgou subrepujou, o povo e a vaidade falou ➕ alto hoje, meu filho tomara que não vá pra Paris sem antes salvar o governo do Ceará, porque o capitão wagner é cavalo Paraguai não tem projeto para o estado, tem muito é vaidade e fogo de palha, na eleição pra prefeito partiu na frente pensando que chegava primeiro, perdeu feio.

Alexandre

16/05/2022 - 07h50

Das melhores análises que já li.

carlos

16/05/2022 - 07h46

O Brasil não para amadores e destemperado, o precisa de um presidente que tenha um perfil de conciliador, que possa unir teoria e prática no sentido bíblico servir ao povo, de maneira simples, esse maluco que está aí além de ser burro, disse que ia desburocratizar a administração para facilitar a vida das pessoas fez o contrário burrocratisou, piorou a vida antes as pessoas que tinham direito ao pis/papel na data do aniversário ia na cx estava lá o benefício, ou na conta ou no cartão do cidadão hoje o que o maluco fez foi uma verdadeira trapalhada tem que no vapt-vupt, passa pelo ministério do trabalho e depois pelo ministério da economia que sufoco.

Marcos

16/05/2022 - 04h36

Com certeza, Miguel. Sugiro a você a fazer uma denúncia desse meliante!

Jackson

16/05/2022 - 03h20

#CiroDeTroia para Prefeito de Paris!

Marcos Lúcio Pinto

16/05/2022 - 03h11

Concordância ampla, geral e irrestrita. Parabéns, Miguel!
RIDÍCULAS , descabidas e mentirosas as críticas ciristas ao Lula. Ele não vai ser mais escroto que a besta bolsona e está atirando no próprio pé. Apelando estupidamente,
Mas se ele for para o segundo turno kkk com o traste (só se a terra fosse plana kk) , com certeza votarei no Cirinho coronezinho cínico, ou CIRÍNICO? .

Eduardo Santana

16/05/2022 - 03h11

Magnífico texto! Análise precisa, inquestionável, do atoleiro em que Ciro Gomes está se metendo. A inveja e o rancor estão corroendo qualquer perspectiva eleitoral para ele. O maior problema do Ciro Gomes tem nome e sobrenome: Ciro Gomes…

Marcos Lúcio Pinto

16/05/2022 - 03h09

Concordância ampla, geral e irrestrita. Parabéns, Miguel!
RIDÍCULAS , descabidas e mentirosas as críticas ciristas ao Lula. Ele não vai ser mais escroto que a besta bolsona e está atirando no próprio pé. Apelando estupidamente,
Mas se ele for para o segundo turno kkk com o traste (só se a terra fosse plana kk) , com certeza voto no Cirinho.

Guilherme

16/05/2022 - 02h27

“Depois do impeachment de Dilma Rousseff, a maioria da população passou a associar o processo, com toda a razão, a instabilidade política e crise econômica. O povo brasileiro, portanto, nunca quis o impeachment de Bolsonaro, e por isso não foi as ruas nem se mobilizou. E isso não porque não queria removê-lo do poder, mas porque entendia, talvez de maneira muito mais sensata e objetiva do que setores neurastênicos da classe média (Ciro incluído), que a melhor forma de fazer isso era derrotá-lo nas urnas nas eleições de 2022.

Na verdade, o ódio de Ciro nessa questão do impeachment, é que ele tinha visto aí uma oportunidade para si mesmo. Com Bolsonaro afastado, deve ter pensado, abriria-se uma vaga para ele no segundo turno. Com essa esperança em mente, ele apostou fichas demais num impeachment que, todo mundo sabia, não tinha chances de prosperar. A irritação de Ciro deve ter sido ainda maior quando constatou que Lula, mais uma vez, tinha sido mais inteligente que ele, não se desgastando excessivamente numa batalha que a oposição não tinha como vencer.”

Miguel, levanto alguns pontos em relação à tua argumentação. Vou falar um a um, caso queiras responder:

1) Quando tu afirma que a população “nunca quis o impeachment de Bolsonaro”, te baseias apenas no fato de as pessoas não terem ido às ruas?
______________________________

Aguardo uma resposta e antes faço a seguinte colocação:

A mobilização virtual foi feita. Estávamos em pandemia, com crise econômica, auxílios anestesiadores e instabilidade generalizada. Não seria possível fazer uma mobilização de massa nas ruas. Ninguém queria sair, muito menos arriscar as poucas migalhas que o governo tava dando.

Cabia as lideranças movimentarem todas as suas peças em prol do impeachment. Política se faz no agora. No dia dia. Haviam motivos de sobra. Lula é o político mais importante e conhecido do país, e ao silenciar diante da necessidade de impeachmar Bolsonaro, ajudou a nos colocar nessa sinuca. Em vez de usar todas as energias pra derrotar Bolsonaro lá atrás, permitiu que aceitássemos os absurdos e escândalos na certeza de que ele seria derrotado em 2022.

Política de bastidores não mais. Agora é a política do agora.

_____
Bom o texto. Envolvente. Comovido. Mas claramente tendencioso. Me remeteu a uma sensação de ressentimento.

José Luiz Maia Borges

16/05/2022 - 01h55

O autor do texto está preso pelas amarras
Da paixão ideológica ! Não há nada capaz de convencê-lo do contrário. Sua mente está cauterizada seu entendimento entenebrecido… Lula se tornou um político de estimação… Lula continua sendo uma engramagem intocada ! Nada melhor do que uma frase de Nelson Rodrigues, para definir a atual situação “Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.” ― Nelson Rodrigues

Jeann Câmara

16/05/2022 - 00h46

É Miguel, finalmente você entendeu o que eu já lhe dizia meses atrás, que o Ciro iria levar o PDT para o 1%.

Que se ele havia perdido o meu voto, de um cearense, nacional desenvolvimentista, Brizolista, porque ele apostou no antipetismo para tentar tirar os votos Bolsonaristas, que nem 600 mil mortos tiraram, imagina quais votos ele iria ganhar, se perdeu um voto do meu perfil ?

Você demorou, antes tarde do que nunca, mas bem vindo de volta à racionalidade.

Este foi seu mais sincero e tecnicamente perfeito, texto publicado

Claudemir Casarin

15/05/2022 - 23h46

Muito bom artigo, muito bom mesmo.
Deste Ciro de Paris não se pode esperar mais nada.
Minha esperança é que o PDT não afunde com essa cria da ARENA.

    Turma Boba

    01/08/2022 - 00h14

    É isso aí compa… Rumo aos 5%

Jeann Câmara

15/05/2022 - 23h11

É Miguel, finalmente você entendeu o que eu já lhe dizia meses atrás, que o Ciro iria levar o PDT para o 1%.

Que se ele havia perdido o meu voto, de um cearense, nacional desenvolvimentista, Brizolista, porque ele apostou no antipetismo para tentar tirar os votos Bolsonaristas, que nem 600 mil mortos tiraram, imagina quais votos ele iria ganhar, se perdeu um voto do meu perfil ?

Você demorou, antes tarde do que nunca, mas bem vindo de volta à racionalidade.

Este foi seu mais sincero e tecnicamente perfeito, texto publicado.

Alexandre

15/05/2022 - 22h50

É uma bela analise sobre Ciro, mas me recuso a apoiar Lula ou Bolsonaro, não dá, no cenario que está desenhado eu prefiro votar no coco enlatado do Neymar do que nos candidatos apresentados. PT F-O-D-E-U com pais a ponto da população escolher um completo jumento despreparado para conduzir sequer um boteco. O cara é tao ruim que o (anti petismo) que o elegeu está com chance de vencer ainda no primeiro turno. Isso me lembra aquele cara do “Já tava bom. Diz que ia mudar ainda para melhorar. Já não tava bom. Tava meio ruim também. Tava ruim. Agora parece que piorou”. Me recuso a fazer parte disso. Nem Lula nem Bolsonaro!

Rubens

15/05/2022 - 22h13

O Brasil não é pra amadores,creio que o Sr Ciro não seja levado a sério!
Vejamos algumas de suas ideias?
Alguém tem como,dizer que está além?
Seus préstimos, expertise laboral,falta alguma coisas que às pessoas normais não querem acreditar?
…mas como diz o Sábio ninguém próximo é normal.

Zulu

15/05/2022 - 21h26

Agora aguardamos uma análise nós mesmos moldes sobre a pessoa de Lula para comparar…bora ?

cezarperin

15/05/2022 - 21h13

O problema então é o CIRO… Que maravilha….O PT não governou esse BRASIL…!!! O PT sempre ta certo . MAs não me venham chorar depois se serão derrubados para colocar o Alkimin………..

Ruy

15/05/2022 - 20h34

Texto impressionante! Grande rigor jornalístico e acadêmico. As opiniões sobre os fatos em torno de Ciro Gomes são irretocáveis.

Francisco

15/05/2022 - 20h31

Curioso, ao ler o texto do Miguel eu havia compreendido que é sobre Ciro Gomes.

Fabio Moura

15/05/2022 - 20h27

Muito bom texto!

Pedro

15/05/2022 - 20h26

Quando o verme ganha pra falar mal de um nacionalista e apoiar o neo liberal Lula. Vc é uma vergonha Miguel, esperamu nunca te cruzar na rua, se não já tá ligado.

    Miguel do Rosário

    15/05/2022 - 21h17

    Ameaça?

Virgilio

15/05/2022 - 19h44

Caro Miguel, que bom reencontrá-lo, com toda a sua capacidade analítica, nesse texto. Estava afastado de você há algum tempo, eu que o acompanhava desde o início do Óleo do Diabo (não era esse o nome? ou minha memória está acabada?).

    Miguel do Rosário

    15/05/2022 - 21h17

    Era sim!

Saladino

15/05/2022 - 19h12

Desde 1989, há priscas eras, Lula tem sido usado como “camisinha” pelos donos do poder.
Basta ler o capítulo IV de “O Príncipe” – o mais clássico texto do florentino Nicolao Maquiavel -, para evitar qualquer dúvida quanto à exatidão do papel do ex-sindicalista que, diferentemente da lenda eleitoral, jamais foi de esquerda. Ao contrário, Lula é o maior responsável na América Latina pelo implante do “neoliberalismo petista” no Brasil.
Lula e o PT, em 2022/23, têm o cheiro e a cara de Jango e do PTB, em 1961/62.
Ademais, não se pode olvidar a máxima do 18 do Brumário de Luís Bonaparte, cujo inteiro teor foi classicamente definido pelo Velho Barbudo, 170 anos atrás:
“A história se repete duas vezes; a primeira como farsa, a segunda como tragédia”.
O Brasil já assistiu à farsa do neoliberalismo petista.
Há em curso uma tragédia sendo contratada e Lula ensaia cometer o maior dos seus erros crassos, que levaram ao poder uma dupla de filhotes da ditadura e a volta dos militares, secundados por milicianos e templários neopentecostais, aos principais centros de decisão.
Lula e o PT são nada mais do que “mas de lo mismo”. A presença do tucano da Opus Dei ao lado de Lula é a prova factual mais eloqüente e veraz da origem paulista siamesa do neopetismo e do tucanato.
Nada mudou, Lula e o PT seguem os mesmos de sempre no papel de “camisinhas” dos donos do poder, das riquezas prepotentes e avaras, das grandes fortunas.

Dutra

15/05/2022 - 19h02

Parabéns Miguel pelo excelente texto ! Ciro Gomes será uma nova Marina Silva,e outros tantos. Infelizmente um fim melancólico na vida política

André Couto

15/05/2022 - 18h51

Muito bom artigo. Muito bem argumentado e fundamentado. Acrescento ainda que a referida “sobrevalorização extrema da moeda nacional imediatamente após o Plano Real, de 1994, teve o seu momento mais crucial e claramente durante a gestão de Ciro à frente da Fazenda no governo Itamar.

Luis Eduardo

15/05/2022 - 18h40

Uouhhh. que leitura e escrita eloquente. Parabéns pelo texto. Pra mim é triste ver o Ciro se auto-mutilando, aliás, excelente a comparação com uma estrela grande e brilhante, que parece já ter perdido sua magnitude e tristemente esvai-se ou explode. Poderia ajudar, mas preferiu explodir, triste. Após o primeiro turno, poderia se juntar as forças democráticas, e com suas ideias debater com outros setores da sociedade e levar nosso país a uma situação melhor, mas disse (não sei se é ou não verdade) que iria a Paris novamente.

Tiago Silva

15/05/2022 - 18h30

Infelizmente Ciro virou uma contradição que gera desconfiança…

A contradição não só se apresenta por Ciro ter Iniciado através de partidos que praticavam políticas econômicas de direita e Neoliberais (PDS e PSDB)…

Porém, a contradição está entre a dissonância em relação ao pensamento econômico que é divergente do pensamento político atual.

Ciro se redime ao aparentemente mudar seu entendimento econômico para políticas Keynesianas, demonstrada quando Ministro do governo Lula e principalmente depois através de sua “carta de intenções” que é seu Livro PND (que parece muito com a carta de intenções de colegiados de economia da Unicamp, UFBA, desenvolvimentistas, etc já falavam desde muito tempo)…. Porém politicamente sempre cometeu uma série de trapalhadas, mas a mais atual que gera descrédito é atacar partidos como PT, PSOL, etc e cortejar DEM, parte do PSDB e União Brasil.

A desconfiança do eleitorado é semelhante ao que aconteceu com Dória do PSDB. Não teve estratégia para buscar ocupar o Polo da Esquerda (inclusive atacou eleitores do Lula/PT que tem historicamente 25% a 30% do eleitorado nacional) e corteja a direita em que eleitores sempre terão candidatos mais raiz ou mais antipetista. O que sobra foi virar bucha de canhão ou bomba para municiar o eleitorado Gado/Bolsominions contra o PT e Esquerda (inclusive utilizando muitas vezes de linguagem e mimetização de Bolsonaro/Moro/Gentili/MBL para a formação de Minions).

Porém politicamente

Bruno Wagner

15/05/2022 - 17h35

Parabéns, Miguel, afinadíssimo! Espero que Ciro leia e reflita bastante. Apesar de todos os defeitos (vários, vários), acho que ele ainda pode ter muito a contribuir para nosso país.

Sérgio Luiz Rocha

15/05/2022 - 17h21

O Ciro Gomes faria um geande serviço ao País se fosse para Paris mais cedo nesse pleito.

Almino Henrique

15/05/2022 - 16h43

Há muito venho esperando essa espécie de autocrítica sua. Texto irretocável.

Joao Carlos Holanda Cardoso

15/05/2022 - 16h05

Muito bom, texto! Mas não tenhamos esperanças de sanidade em Ciro Gomes. Já imaginei isso, antes. Não mais. O seu ego o impede de aceitar que Lula, com toda a sua limitação de ideias(segundo Ciro, que se acha melhor que todos, claro!), possa estar 40 pontos à sua frente. Para egóicos como Ciro a realidade é que está errada ao não se enquadrar em seus planos. O povo brasileiro que pague o preço se Bolsonaro se reeleger. Ele é que não desistirá de seu Projeto Nacional que só existe com ele, Ciro, à frente. Me faz lembrar o filme A Queda, ao retratar um Hitler derrotado, perdido em seus devaneios de que a culpa de tudo que acontecera de errado era do próprio povo alemão, praguejando para que este povo, então, que morresse para pagar o preço da fraqueza e da desobediência de suas ordens. Para Ciro o Brasil não o merece. Porisso Paris sempre será uma saída até a próxima chance que ele, Ciro, nos dará para reconhecermos o quanto precisamos dele.

Sá Pinho

15/05/2022 - 15h22

A primeira vez em que passei a conhecer Ciro, uma entrevista em programa político, na televisão, ele então com vinte e tantos anos e militando no PDS, diante de tamanha convicção expressa na excelente oratória, cravei: ‘cara perigoso, a esquerda que se cuide antes que cresça’.

A mesma sensação repetiu-se em janeiro de 1989, quando pela primeira vez assisti Collor sendo entrevistado em programa político, na Globo, logo após ser ‘apresentado’ ao Brasil como ‘caçador de marajás’, em ‘matéria’ no Fantástico, quando então novamente cravei: ‘Cara perigoso, a esquerda que se cuide antes que cresça’.

Collor deu no que deu e Ciro deixei de considerar perigoso, ao perceber no correr de suas mudanças de rotas políticas (não do projeto de vir a ser presidente a qualquer custo), a solidão política e as tantas ações intempestivas crônicas, a caracterizarem sua trajetória de mais de 40 anos na política.

Isto posto, nada mais a acrescentar a profunda e magistral autópsia política, executada à luz dos fatos, com sobriedade, objetividade e capacidade analítica, por Miguel do Rosário, a não ser dar-lhe, como jornalista dos ótimos que é, o mais que sincero parabéns pela excelência do texto, preciso, quer como opinião, quer como informação, para que o Brasil não persista no atraso e na barbárie.

José Joaquim

15/05/2022 - 15h15

Parece que juntaram dois espíritos 5a série. O Ciro e o João Santana, o “Patinhas”.

Francisco

15/05/2022 - 14h55

Ciro Gomes tem ótimas teorias para o país e com isso convence uma parcela do eleitorado. Seu principal problema é não ter capacidade política para realizar sequer 1/10 do que apresenta. Só sabe criar conflito e falar mal de todos, apontando como incompetentes/incapazes/corruptos. Num hipotético governo Ciro Gomes, em menos de um ano ele estaria isolado politicamente e teria que se entregar ao Centrão, fazendo exatamente o que critica no atual presidente.
Vendo seu tempo de vida passar e na ânsia de chegar à presidência, acreditando-se uma espécie de predestinado e o único com capacidade para exercê-la, Ciro Gomes tornou-se um vigarista político. Vai terminar a carreira como uma Marina Silva, ou menos que isso.

josimar

15/05/2022 - 13h30

Miguel do Rosário, Li e reli toda sua ladainha, mas não vi uma explicação de como o PT com 80% de aprovação Perde uma eleição com 80% de reprovação em todo o país. Ou como o PT perde uma reeleição no Estado de SP, onde a cadeira do governador era do PT. Perdendo em todas as zonas eleitorais.

    O Demolidor

    15/05/2022 - 23h19

    Pra começar não era o pleito estadual e sim o municipal…será preciso explicar a construção do Antipetismo? Pra um cirista?

    Batista

    15/05/2022 - 23h56

    Não adianta ler e reler se não tem a capacidade de entender.

    E por falar em capacidade, antes de utilizar fatos em comentários, necessário se faz pesquisa-los no mundo real, não no imaginário narrativo e menos ainda no mundo paralelo em que adestradores te botaram, caso contrário escorrega-se na maionese da estupidez escancarada, como acontece em relação aos dois ‘fatos’ inexistentes utilizados no ‘comentário’.

    Vá pesquisar, antes que tardia e não mais possa sair desse estado paralelo da ignorância feita sabedoria.

Orestes

15/05/2022 - 13h15

Parabéns Miguel por essa análise lúcida,transparente e honesta! Sua análise é a pura verdade verdadeira dos fatos! ??????

Partagas

15/05/2022 - 12h44

Porque o bastardo de Garanhuns que ganha no primeiro e no segundo turno com 19598% dos votos nao pode sair para uma feira desse jeito…? https://www.youtube.com/watch?v=bgRAXamD2Uc

Porque nao faz isso para ser ovacionado, aplaudido, mostrando a propria força para ganhar ainda mais votos e fecha logo a disputa da eleiçào…?

Ronei

15/05/2022 - 12h40

O que restou para os petralhoides escravos de ideologias podres é acreditar em pesquisas pagas por bancos e lamber o escroto de um mensaleiro, lavador de dinheiro pluricondenado por corrupçào que nao tem mais nada a ver com a politica ha anos, que vive de passado e nao pode sair a rua para nao levar pedradas na cabeça.

Afinal das contas as ideologias sao dogmas estaticos, parados no tempo ha decadas, é sempre a mesma ladainha para tudo e qualquer coisa hà decadas…é por isso que estao em plena extinçào.


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