A anistia chegou

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O ministro da Defesa, José Múcio, se reuniu hoje com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os comandantes para debater tecnologia de defesa. Segundo Alckmin, os atentados de 8 de janeiro não foram tema do encontro.

Ainda questionado pelos jornalistas Múcio disse que a reunião foi exclusivamente sobre futuro, ignorando o passado recente onde as forças armadas mergulharam o país no caos ao invadirem a política. Ele também reforçou que deixará membros da antiga administração (que questionou o processo eleitoral) em sua pasta.

Múcio também reforçou que o Coronel mauro Cid, envolvido em operações para descredibilizar do processo eleitoral ao lado do presidente Jair Bolsonaro, poderia ser promovido posteriormente ainda no governo Lula.

Em fevereiro do ano passado a Polícia Federal afirmou ver indícios de atuação de auxiliar de Bolsonaro em falso elo entre Aids e vacina da Covid, além de ser um dos indiciados pela delegada Denisse Ribeiro em inquérito sobre vazamento de ataque hacker.

Mauro Cid também foi indiciado pela PF por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente que associou, falsamente, a vacina contra a covid-19 e o vírus HIV em uma live feita em outubro de 2021.

Além disso, quando questionado sobre a conivência e envolvimento das forças armadas no descalabro Yanomâmi em Roraíma, Múcio afirmou desconhecer qualquer acusação e de forma desdenhosa, afirmou estar pensando no futuro.

Sabe o que significa isso? Que oficialmente, a anistia para a cúpula militar chegou sob as bênção de José Múcio e porque não, do próprio presidente da República.

Além de anunciarem ainda mais gastos com as forças armadas, o Ministro da Defesa deixou claro é muito distante a possibilidade de que a cúpula das forças armadas e diversos oficiais envolvidos com a agitação política promovida no país pelas forças armadas, será punida ou responsabilizada.

E se a chance de punição está distante, a possibilidade de reformulação no currículo dos militares (que ainda vivem nos tempos da guerra fria) é ainda mais distante.

Infelizmente o Brasil não aprendeu nada com o seu péssimo histórico com as forçadas armadas. Não adianta vencer Jair Bolsonaro para acabar com a fome e com a miséria e daqui uns 10 anos a fome e a miséria voltarem junto com a próxima escaramuça militar na política.

É preciso avançar, é preciso mudar e não repetir velhos erros.

Veja a entrevista na íntegra:

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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