Menu

A guerra dos Gomes (ou: A vez dos adultos)

“Por que é que eu vou fazer oposição a Elmano?”, pergunta Cid Gomes (vídeo acima) aos jornalistas que o rodeavam, na última quinta-feira, numa coletiva que o senador concedeu na Assembleia Legislativa do Ceará. Era uma cerimônia de posse de um correligionário seu, o deputado estadual Antônio Granja, que assumiu a vaga de Oriel Nunes, […]

10 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Youtube

“Por que é que eu vou fazer oposição a Elmano?”, pergunta Cid Gomes (vídeo acima) aos jornalistas que o rodeavam, na última quinta-feira, numa coletiva que o senador concedeu na Assembleia Legislativa do Ceará. Era uma cerimônia de posse de um correligionário seu, o deputado estadual Antônio Granja, que assumiu a vaga de Oriel Nunes, também do PDT, que por sua vez se licenciou para comandar uma secretaria no governo do estado.

Dias antes, Cid Gomes havia incendiado o debate político no estado ao participar do podcast As cunhãs, tocado pelas jornalistas Inês Aparecida, Hébely Rebouças e Kamila Fernandes. No programa Cid fala pela primeira vez sobre as eleições de 2022, e suas principais críticas destinam-se ao próprio irmão, que teria errado ao tomar decisões com o “fígado”, e a um setor minoritário do PDT que ainda, segundo suas palavras, mantém um “espírito beligerante” em relação ao PT.

Esse grupo do PDT, que defende uma postura de oposição a Elmano de Freitas, atual governador do Ceará, é liderado publicamente por Roberto Claudio, ex-prefeito de Fortaleza, e José Sarto, atual prefeito, do mesmo partido. Mas o seu líder oculto é Ciro Gomes, cuja estratégia em 2022, marcada por um virulento antipetismo, acabou contaminando também a campanha de Roberto Claudio ao governo do estado.

Na mesma entrevista, Cid Gomes disse que Ciro deverá voltar à cena política como um político de oposição a Lula, e sinalizou discretamente que isso produzirá novos constrangimentos ao PDT, porque o partido integra o Executivo, através do ministério da Previdência Social, ocupado por Carlos Lupi, e faz parte da base de apoio ao governo no Congresso.

“Lá no senado, somos base do governo”, explicou.

A bem da verdade, a situação do PDT cearense tem sido turbulenta desde o final do ano passado, sobretudo em Fortaleza, onde esse “espírito beligerante” do cirismo ainda tem uma presença forte.

Dois vereadores do PDT descolaram-se da linha do partido na Câmara, e vem fazendo oposição aberta ao prefeito José Sarto.

O jovem vereador de Fortaleza, Julio Brizzi, tem feito manifestações muito duras nas redes contra Sarto, acusando inclusive de estar se aproximando de Bolsonaro e Capitão Wagner.

A vereadora Ana Paula, por sua vez, apareceu em suas redes vestindo uma camisa com a inscrição “Fora Sartanás”.

A origem de toda essa confusão dentro do PDT pode ser remetida aos erros da estratégia de Ciro Gomes em 2022.

Em algum momento, o pedetista resolveu ir para o tudo ou nada, e não apenas ficou com nada, como arrastou seu partido, que perdeu a oportunidade histórica de governar um grande estado do Nordeste.

Na entrevista às Cunhãs e na coletiva que concedeu na Assembleia, o senador explica as razões de sua neutralidade muda na campanha para o governo do estado, recusando-se a apoiar publicamente o candidato do PDT, Roberto Claudio. Segundo Cid, ele foi “atropelado” pelos ciristas do PDT cearense, que decidiram romper o acordo costurado por ele mesmo, Cid, para lançar Izolda Cela para o governo. Cid criticou a “ambição” de Roberto Claudio (“achou que o céu era perto”), e a falta de bom senso do partido, ao recusar o apoio de Camilo Santana e Lula, os dois políticos mais populares do Ceará, a um candidato do PDT.

Desde o final do primeiro turno, no qual teve um desempenho pífio, inclusive no Ceará, perdendo até mesmo em Sobral, Ciro Gomes tem mantido um silêncio hostil, agressivo, onde parece autorizar tacitamente os descaminhos de sua própria militância. Esse espírito “beligerante” que Cid Gomes vê ainda presentes em setores do PDT, pode ser observado no que sobrou da militância cirista, tão embrigada de antipetismo que poderíamos até parodiar a famosa frase latina “fiat justitia, pereat mundos” (faça-se justiça, ainda que o mundo pereça). A paródia ficaria assim: permaneceremos antipetistas, ainda que o Brasil e o PDT sejam destruídos.

É quase fascinante testemunhar o que se tornou parte da militância cirista, que se encontra sem líder por tempo indeterminado, já que Ciro Gomes não se dá sequer ao trabalho de fazer uma live para conversar com os milhares de brasileiros que trabalharam de graça em sua campanha, nem dá nenhuma pista sobre seu eventual retorno ao debate político. A famosa “turma boa” do Ciro vem se dispersando num insuportável festival de vitimismo. Ciro teria sido “destruído” por artistas, jornalistas, influencers, traidores do próprio partido… A deputada mais votada do PDT, Duda Salabert, o senador Cid Gomes, o ex-prefeito de Niteroi, são xingados de traidores para baixo, porque se distanciaram da estratégia suicida de Ciro. Todos os nomes que a turma boa idolatrava ou admirava, como Marina Silva, Guilherme Boulos, Flavio Dino, Marcelo Freixo, passaram a ser tratados como inimigos mortais, porque se aproximaram de Lula. Carlos Lupi, que até pouco tempo era presidente nacional do partido, tem sido igualmente alvo de crítica virulenta por parte dos setores mais raivosos do cirismo, porque não teria expulsado sumariamente os quadros pedetistas que não apoiavam explicitamente Ciro Gomes, ou que sinalizaram para Lula antes do primeiro turno. Os poucos que arriscam sugerir uma autocrítica são imediatamente taxados de “infiltrados” do PT, atacados e isolados.

Parte dessa beligerância nasce de uma concepção muito equivocada do que seja um partido político. São os patriotários de partido. O partido é visto como uma pátria. Vargas, Brizola, Jango, Darcy, não seriam lideranças nacionais, mas lideranças do PDT. Alguns militantes parecem inclusive pensar que o PDT tem o direito de imagem dessas figuras, e qualquer indivíduo não-cirista ou não pedetista que procure se manifestar em favor dessas lideranças deve ser repudiado, como se fosse um ladrão do patrimônio alheio.

Da mesma forma, eles não consideram Lula como liderança nacional, apesar dos 60,3 milhões de votos, e de seu enorme prestígio internacional, e sim como uma liderança do PT, e apenas do PT.

Durante a campanha de 2022, fiz algumas análises sobre os erros de Ciro Gomes nas quais terminava com uma súplica para que o PDT convocasse um adulto para enquadrar as infantilidades do presidenciável.

Cid Gomes, aparentemente, é este adulto. Ao contrário de Ciro, que no segundo turno repetiu o gesto de 2018 e se isolou, Cid Gomes participou ativamente da campanha de Lula, chegando até a repetir um dos refrões da trilha sonora lulista: “sem medo de ser feliz”.

O senador agora, com todas essas manifestações, se antecipa a qualquer gesto brusco de seu irmão, e o isola desde já no quartinho escuro de seus ressentimentos. Trabalhando ativamente para alinhar o PDT ao governo Elmano, no Ceará, e a Lula, a nível nacional, Cid Gomes não parece muito interessado em saber se a aliança com o PT é bom ou ruim para o partido, desde que esteja claro que ela pode ser útil para melhorar a vida dos cearenses e dos brasileiros.

As ações de Cid Gomes não se limitam a dar entrevistas. Ele vem articulando o apoio de todos os prefeitos de seu grupo (só do PDT são 63 prefeitos) ao governo do estado. Dentre a bancada trabalhista do PDT na Assembleia, formada por 13 deputados, 10 estão já alinhados com o governo Elmano, 1 afirmou que seguirá o partido e 1 confessou a Cid Gomes que não quer ficar na oposição.Todos os cinco deputados federais do PDT, segundo Cid, também desejam que o partido seja base de apoio ao governo Elmano (e a Lula).

Ou seja, o grupo “beligerante” do PDT, liderado por Roberto Claudio, tem apenas 1 deputado estadual, e nenhum deputado federal.

Cid Gomes tem tentado convencer Sarto a se manter neutro, até mesmo para que isso não atrapalhe a sua própria reeleição. “Tem que trabalhar e parecer que está trabalhando. Não é hora de fazer política”, foi o recado direto de Cid Gomes para Sarto, no podcast.

No entanto, as articulações de Cid Gomes podem até ter reestabelecido a aliança a nível estadual, mas dificilmente serão suficientes para estruturar uma parceria nas eleições municipais, pelo menos na capital. O PT certamente deve lançar um nome para disputar com Sarto e Capitão Wagner a chance de governar Fortaleza, até porque a campanha desastrosa de Roberto Claudio puxou para baixo as expectativas eleitorais do próprio Sarto, abrindo uma “vaga” à esquerda.

Em Fortaleza, por exemplo, Roberto Claudio teve 21% dos votos válidos, atrás de Elmano (38%) e Capitão Wagner (41%). Ciro teve um desempenho ainda pior na capital: teve 9% dos votos, contra 35% de Bolsonaro e 53% de Lula.

Os números favorecem a tese de que há espaço para uma candidatura própria do PT em Fortaleza, com chance de vencer. Caso perca Fortaleza, esse núcleo cirista do PDT ficará inteiramente órfão dentro do partido. Até mesmo Sobral, quartel general dos Ferreira Gomes, hoje administrada pelo irmão mais novo, Ivo Gomes, deverá ser disputada, igualmente com grandes chances de vitória, pelo PT, na pessoa da vice de Ivo, a professora e enfermeira Christianne Coelho.

Assim como a ira de Aquiles, um dos protagonistas da Ilíada, o faz abandonar a guerra, Ciro Gomes deixa mais uma vez que seu “fígado”, como diz seu irmão, comande sua estratégia política. Afinal, há silêncios e silêncios. No caso de Ciro, é um silêncio covarde, egoísta, tóxico. A história de “esperar 100 dias” não faz sentido, porque isso valeria apenas para comentar sobre o governo Lula, e não para articular a política de seu próprio partido, ou conversar com sua militância.

Aquiles só volta a guerra após a morte de Pátroclo, seu melhor amigo. Com a democracia ainda se recuperando dos ataques de Bolsonaro e seu trupe, esperamos que não seja preciso morrer ninguém para convencer Ciro Gomes a voltar à luta democrática e do lado certo da história, ajudando o Brasil a isolar cada vez mais esses movimentos reacionários e de extrema-direita, infelizmente ainda muito influentes e perigosos.

 

Apoie o Cafezinho

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Erasmo Guterres silva

10/03/2023 - 23h46

Me impressiona as avaliações de que Ciro errou a estratégia, ficará sempre só, acabou sua carreira política. Quem sabe discutimos quem achamos mais preparado, quem não cedeu ao ganhar a eleição de qualquer jeito criando alianças unicamente para este fim? Quem detalhou o que faria e de onde viria o dinheiro? Quem acusou os bancos de ganhos impensáveis?quem não tem 1 processo por corrupção em 40 anos de vida pública? Quem sinalizou mudanças de taxar os mais ricos e lucros e dividendos, quem sinalizou corrupção em governos Lula e Bolsonaro e ninguém hoje contesta?
Quando, como povo e nossa elite intelectual apoiarão o melhor e não o que tem mais chance eleitoral?
Talvez quando o Brasil encontrar o seu destino de grande país e não de país grande

Tiago Silva

07/03/2023 - 21h25

Excelente a analogia com a Ilíada!

Kio Bezerra

06/03/2023 - 15h01

Só tenho uma coisa a dizer:
Existem mais semelhanças do que diferenças entre Ciro Gomes e Jair Bolsonaro.

Alexandre Neres

06/03/2023 - 14h56

É hora de separar os homens dos meninos.

É cediço a ascensão meteórica de certa triste figura na Procuradoria do Incra nos anos Garrastazu. O presidente do Cidadania, que se transformou num lambe-botas do Serra, num vale um grama.

Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Em um momento em que há uma disputa renhida, com os subterrâneos abarrotados da turba da extrema-direita, eis que aparece um discípulo de Carlos Lacerda, querendo ser uma vestal, assestando todas as suas baterias na direção de um governo que quer resgatar a democracia e inserir o país novamente no mapa-múndi, como quem não quer nada, só reportar os fatos. Então tá. Me engana que eu gosto.

Quero fazer uma distinção com o Paulo, que também escreve comentários nesse portal. O Paulo é representante da nossa direita conservadora. Tem vários pontos que discorda frontalmente do governo atual, como, por exemplo, no que se refere às pautas identitárias. Todavia, isso não o impede de apontar avanços e os acertos da gestão atual, deixando bem claro que o boçal-ignaro representa a escória e a incompetência personificada. Nada é comparável à destruição com método empreendida pelos bolsonaristas.

Senhor Edson Luiz, todo mundo já sacou qual é a sua. O senhor faz o jogo da extrema-direita. Ponto.

EdsonLuíz.

06/03/2023 - 09h40

Nesse rompimento com o PT
▪Ciro é mais o bandido?
▪Ou Ciro é mais o mocinho?

Vamos ver::

    Max

    06/03/2023 - 14h15

    “esperamos que não seja preciso morrer ninguém para convencer Ciro Gomes a voltar à luta pela democrática”

    Lula não levou seu prestígio nacional nem internacional em nenhum momento para lutar pela democracia.

    Parece que os amigos não viram a eleição passada.

    Uns .. foram mortos já ali. Inclusive petista. Esqueceram ?

    Quem promoveu o Bolsonaro foi o Lula/PT. Cálculo eleitoral. Zero de apreço a democracia.
    Nem protestos de frente ampla promovidos por outras formas de pensar o PT/Lula se juntou.

    Só vale a hegemonia.
    E esse site aqui continua a sua parcialidade.

    Vergonha !

EdsonLuíz.

06/03/2023 - 09h36

Ficou ausente, nest post, a aproximação de Ciro a Lula e ao PT e o apoio de Ciro ao 1° mandato de Lula como presidente.

Aquele apoio precioso de Ciro a Lula foi um apoio de um político que houvera acabado de sair muito bem votado de uma disputa presidencial com o próprio Lula e em 3° lugar na disputa, tendo sido antes governador do Ceará, onde herdou do ex-governador Tasso Jereissati a liderança de um projeto de desenvolvimento integral que colocaria em destaque o Estado nordestino. Este é o mesmo projeto de muito sucesso no Ceará onde Ciro Gomes aceitou e acolheu outras forças políticas, incluindo o PT.

Ciro também foi ministro da fazenda, finalizando o Plano Real no governo de coalizão de Itamar Franco. O Plano Real foi outra construção do Brasil recente que o PT votou CONTRA, do modo como fez com o projeto contra a fome.

Fernando Henrique, após implantado o Plano Real, havia deixado a Fazenda para disputar a presidência. Em um momento em que o ministério da fazenda ficou vago foi assumido por Ciro.

Ciro após ser governador do Ceará e Ministro da Fazenda filiado ao PSDB, se afastara do PSDB e se filiara ao PPS, hoje Cidadania, partido pelo qual disputou a presidência da República duas vezes, terminando as votações em 3° lugar com muito expressivas votações.

Inicialmente o PPS, onde então Ciro Gomes estava, apoiou o 1° governo Lula e, já vendo de dentro do governo para onde aquilo caminharia, se afastou de Lula e do PT.

Estava certo o PPS. Aquilo que Lula liderava caminhou para o Mensalão, depois para o Petrolão, com Lula sendo condenado como corrupto e caminhou para gestar a maior recessão da economia brasileira, quando faltou dinheiro até para pagar o Auxílio Bolsa-Escola, que o Lula trocou o nome depois, mas quando FHC implantou o projeto de combate à fome o PT votou CONTRA.

O PPS, hoje Cidadania, vendo aquela estreiteza e sujeira por dentro, deixou a administração de Lula. Mas Ciro escolheu continuar o apoio a Lula e para isso saiu do PPS.

Na eleição de 2014 para presidente, Ciro Gomes, vendo que o PT estava muito desgastado pelos erros éticos e morais e pelo desastre econômico que causara e que enfrentaria uma eleição muito difícil, repensou seu sonho obsessivo de ser presidente da república, que dividiria votos e aumentaria a dificuldade do PT, e planejou ser candidato a senador por São Paulo.

Uma candidatura de Ciro a senador pelo Ceará seria facílima, mas ter chance de ser senador por São Paulo Ciro só conseguiria se contasse com o apoio do PT.

O PT não se comprometeu em apoiar uma candidatura de Ciro Gomes por São Paulo.

No correr deste episódio, Ciro Gomes,
▪ que houvera apoiado Lula no início difícil e inexperiente de seu 1° mandato;
▪houvera continuado no apoio a Lula e para isso se desligado do PPS e ido para o PSB;
▪houvera acolhido o PT no projeto de desenvolvimento que liderava no Ceará;
▪houvera tido seu interesse de ser candidato a senador por São Paulo negado pelo PT,

Foi se afastando do PT, seja por mágoa, por decepção, por estar sendo triturado pelo PT… ou pelo fígado, como diz seu irmão Cid Gomes, que para conservar apoio do PT prefere fazer a opção que está fazendo, de tapar o nariz para o que o PT sempre fez e faz, que é se aproveitar de todos e assumir hegemonia assim que consegue deixar o outro vulnerável, mesmo quando o outro é um aliado.

E para quê?
▪Para apoiar a Rússia e Putin e sua homofobia;
▪Para apoiar o assassinato das mulheres pelos ditadores iranianos que as oprime;
▪Para apoiar o banimento de opositores por Daniel Ortega na Nicarágua;
▪Para apoiar a ditadura cubana;
▪Para apoiar a Coreia do Norte;
▪Para lastrear a corrupção grossa no Brasil;
▪Para provocar o desastre que provocou na nossa economia, que resultou em muito desemprego, queda de investimentos, perda de receita e resultou, por fim, no mal ainda pior que foi a eleição de Jair Bolsonaro.

Samuel

06/03/2023 - 08h48

O problema não é o PDT. Ciro e turma boa, principalmente a turma boa, acham que ele saiu da eleição com 3% por causa POLARIZAÇÃO ODIENTA, grande engano. Ciro deu um tiro no pé tão grande que provavelmente não conseguirá ficar de pé de novo. Ele fanatizou 3% dos eleitores, mas em compensação a grande maioria dos antigos eleitores pegaram um ranço tão grande que nada do que ele diga vai trazer essa turma de volta. E dos votos bolsonaristas, esses ele não ganha um sequer.

Alexandre Neres

06/03/2023 - 01h54

Vargas, Jango, Brizola e Darcy Ribeiro são patrimônio da esquerda. O PT só se tornou o maior partido da América Latina por causa da avenida aberta pelos antigos trabalhistas.

Assim que voltou a eleição direta para presidente, o PT ocupou o espaço progressista e popular, consolidando-se como o mais importante desse campo.

Tal qual Lula recuperou o poder que foi usurpado do PT, em 1989 Brizola deveria ter sido eleito para o poder voltar a quem de direito, embora eu tenha votado em Lula no primeiro turno à época. Brizola também foi muito sagaz ao se dar conta do mal que iria causar à soberania popular o impeachment de Collor, que também apoiei naquele momento. Mesmo que no caso houvesse o batom na cueca e tenha sido cometido o crime de responsabilidade, o efeito deletério à democracia do Brasil no caso do primeiro presidente eleito pós-ditadura foi muito maior do que o suposto benefício. Reforçou a nossa sina de república bananeira.

Por fim, vou replicar o último parágrafo do artigo que é lapidar, tratando com rara felicidade do período que estamos atravessando, deixando nus os candidatos à quinta-coluna e deixando patente qual papel cabe não só aos progressistas, como também aos democratas:

“Aquiles só volta a guerra após a morte de Pátroclo, seu melhor amigo. Com a democracia ainda se recuperando dos ataques de Bolsonaro e seu trupe, esperamos que não seja preciso morrer ninguém para convencer Ciro Gomes a voltar à luta democrática e do lado certo da história, ajudando o Brasil a isolar cada vez mais esses movimentos reacionários e de extrema-direita, infelizmente ainda muito influentes e perigosos.”

ARY BOREL DE AGUIAR NETO

06/03/2023 - 01h39

PDT quem te viu quem te vê!!!


Leia mais

Recentes

Recentes