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Governo nomeia João Jorge na Palmares e entrega títulos de terra a quilombolas no 21 de março

Primeiro Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial pós-Bolsonaro é marcado por medidas emblemáticas Publicado em 21/03/2023 – 09h16 Por Redação – Brasil de Fato – Rio de Janeiro (RJ) Brasil de Fato — O primeiro 21 de março após o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL) ficará marcado por iniciativas que mostram […]

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Divulgação/PSB

Primeiro Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial pós-Bolsonaro é marcado por medidas emblemáticas

Publicado em 21/03/2023 – 09h16

Por Redação – Brasil de Fato – Rio de Janeiro (RJ)

Brasil de Fato — O primeiro 21 de março após o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL) ficará marcado por iniciativas que mostram que vivemos novos tempos na postura do poder público federal em relação a questões raciais. No Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial de 2023, o governo, agora chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai conceder títulos de terra a três comunidades quilombolas. Além disso, foi confirmada no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação do advogado João Jorge Rodrigues para a presidência da Fundação Palmares.

Um dos fundadores do Olodum, João Jorge, que também trabalha como produtor cultural, foi indicado por Margareth Menezes para o cargo antes mesmo de ela assumir o Ministério da Cultura, em dezembro de 2022. Filiado ao PSB, partido da base do governo, ele é mestre em direito público e militante do movimento negro.

A mudança de chefia representa uma guinada importante nos rumos da Palmares. Fundada em 1988 para promover a preservação dos valores culturais, históricos, sociais e econômicos da influência negra na formação da sociedade brasileira, a entidade foi entregue por Bolsonaro a Sérgio Camargo, que, entre outras coisas, chamou o movimento negro de “escória maldita” formada por “vagabundos”.

Deturpando a função da própria instituição, Camargo atacou artistas como Taís Araújo, Gilberto Gil e Martinho da Vila, afirmou não haver “racismo real” no Brasil e disse que a escravidão foi “benéfica”. Ao fim de seu mandato na presidência da fundação, se candidatou a deputado federal pelo PL de São Paulo e não foi eleito.

Ao ser nomeado, ainda em dezembro, João Jorge anunciou revogação de uma das medidas simbólicas que foram atacadas por Camargo: o novo presidente se comprometeu a colocar novamente o machado de Xangô na logomarca da Fundação. O símbolo foi retirado pelo bolsonarista.

“Sou filho de Xangô e as insígnias do orixá voltarão a Palmares, assim como o que tiver de qualquer outra religião. É liberdade religiosa e estado laico. Não é para ficar censurando nada”, disse, em entrevista ao jornal O Globo. “Assumo com orgulho e responsabilidade por poder levar para o Brasil o trabalho que estamos fazendo na Bahia em prol da cultura negra, do candomblé e dos mais pobres. Um filho de Xangô volta a Palmares”.

À frente do Olodum, João Jorge foi um dos responsáveis por criar, ainda na década de 1980, o projeto Rufar dos Tambores, que mais tarde se tornaria a Escola Olodum, instituição que oferece escola formal e ações educacionais pautadas pela história negra.

Títulos a quilombolas

Em evento no Palácio do Planalto, o governo vai entregar cinco títulos de terras a representantes de três comunidades quilombolas que aguardam há mais de uma década pelo avanço nas titulações: Brejo dos Crioulos (em Minas Gerais), Lagoa dos Campinhos e Serra da Guia (ambas em Sergipe).

A data marca ainda os 20 anos de criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), primeiro órgão com status de ministério voltado para a questão racial no Brasil. Fundada no primeiro mandato de Lula, em 2003, a Seppir foi antecessora do Ministério da Igualdade Racial, criado no atual mandato de Lula.

Entre as outras medidas que serão formalizadas nesta terça-feira estão a criação do Programa Nacional de Ações Afirmativas, para ampliar o acesso e a permanência de estudantes negros no ensino superior; a criação do Plano Juventude Negra Viva, para reduzir os assassinatos e a vulnerabilidade social na população negra entre 15 e 29 anos; e a formulação de ações de combate à violência a representantes de religiões de matriz africana.

Edição: Vivian Virissimo

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Comentários

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Paulo

21/03/2023 - 22h28

O transplante francamente desorientado, promovido pela esquerda brasileira, para o nosso país, de políticas de “ação afirmativa” ou, antes, de “racismo invertido”, oriundas dos EUA, constitui um desserviço à nacionalidade e ao lento, gradual e seguro processo de integração do povo brasileiro, que se vem experimentando desde 1.500. Mas não se importam. Importa-lhes, sobretudo, mobilizar o séquito de seguidores, de um lado; e, de outro, ampliar a base eleitoral, cativando à custa de benesses governamentais amplas faixas da população suscetíveis a esses penduricalhos indecentes, que solapam a dignidade do negro, do índio e do pobre, a pretexto de relevá-la…

EdsonLuíz.

21/03/2023 - 15h43

Este é o fato!:
▪Sérgio Camargo ter comandado uma instituição voltada para políticas para afrodescendentes foi… um deboche com o Brasil.

carlos

21/03/2023 - 13h33

Qto preconceito de gente que não sabe o que diz: vão procurar uma lavagem de roupa.

Jonathan

21/03/2023 - 11h12

E se algum negro nao é dessa especie de “religiao/seita” mas de outra…?

Bandoleiro

21/03/2023 - 10h19

Pura apologia ao racismo.

Valeriana

21/03/2023 - 10h17

Outro carnavaloide.


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