O Exército gasta mais com pensões de viúvas e herdeiros de generais do que com seus próprios soldados

Segundo dados do UOL, Viúvas e órfãos de generais recebem bilhões de reais todo ano, o que supera o valor recebido por todos os cabos e soldados somados. Alguns oficiais, conhecidos como “mortos-vivos de farda”, não precisam nem morrer para deixar pensões para seus herdeiros. Um exemplo disso é o ex-major Ailton Barros, preso recentemente por falsificar atestados de vacina para amigos do presidente Jair Bolsonaro. Mesmo após ser expulso do Exército, sua esposa recebeu mais de R$ 1 milhão nos últimos três anos como viúva.

Os gastos com herdeiras de militares aposentados geram um efeito cascata com o aumento exponencial de custo, já que para cada general de farda, há 24 generais aposentados ou na reserva, conhecidos como “generais de pijama”, e 48 herdeiros recebendo pensões integrais. Isso resulta em um gasto de R$ 3,7 bilhões só de aposentadorias e pensões, e somados aos incidentes dos generais da ativa, em torno de R$ 100 milhões ao ano, o custo das aposentadorias de generais e pagamento de pensões integrais a seus herdeiros chegaram a quase R$ 3,8 bilhões só em 2022. Esse valor corresponde ao que o governo gastou para pagar todos os 90 mil soldados e cabos da ativa no ano.

O Brasil gastou R$ 94 bilhões para pagar pensões a herdeiros de militares nos últimos quatro anos, considerando todas as patentes. Isso poderia ter sido suficiente para bancar o Bolsa Família a mais de quase 3 milhões de famílias pelo mesmo período. A maior parte do dinheiro usado para pagar pensões a herdeiros de militares vem do Tesouro, e a expectativa média de vida das viúvas e herdeiros estima que o contribuinte pagará a conta até 2096.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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