Lira sob pressão: Presidente da Câmara tem operação na PF

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, enfrenta uma série de desafios que têm colocado pressão sobre seu mandato nos últimos cinco dias. A Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar um suposto esquema de desvio de verbas públicas relacionado a emendas parlamentares, o que levou à exoneração de Luciano Cavalcante, ex-assessor direto de Lira. Além disso, o governo demitiu Alexsander Moreira, diretor do Ministério da Educação, também envolvido nas investigações. Essas demissões aumentam a tensão política ao redor de Lira, que terá que lidar ainda com um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva.

A operação da Polícia Federal, denominada Hefesto, apura indícios de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica para escolas em Alagoas, reduto eleitoral de Arthur Lira. Segundo as investigações, a compra dos kits, realizada entre 2019 e 2022, foi superfaturada, causando um prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos. As contratações teriam sido direcionadas de forma ilícita para uma única empresa fornecedora, a Megalic, sediada em Maceió. A empresa cobrava R$ 14 mil por kit, apesar de tê-los adquirido por R$ 2.700 de outra empresa em São Paulo. Edmundo Catunda, sócio da Megalic e pai de um aliado de Lira, também está sendo investigado.

Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu que o motorista de Luciano Cavalcante, que já ocupou o cargo de chefe de gabinete de Lira, tinha relação com os operadores do esquema de desvio de verba, o casal Juliana e Pedro Salomão. Os Salomão foram presos, e durante a busca e apreensão, foram encontrados R$ 150 mil e o passaporte de Cavalcante no porta-malas do veículo do motorista. Esses indícios estreitam a relação entre Cavalcante e o esquema investigado.

Além das repercussões das investigações, Arthur Lira também está sob o escrutínio do STF devido a um processo em que é acusado de corrupção passiva. O caso remonta a 2012, quando foi apreendida uma quantia em dinheiro com um assessor da Câmara dos Deputados que supostamente seria destinada a Lira em troca de uma indicação na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Lira, que ainda está sendo analisada pelo STF.

Embora Arthur Lira não esteja entre os investigados da Operação Hefesto, as recentes demissões de aliados e o julgamento iminente no STF representam um desafio político significativo para o presidente da Câmara dos Deputados.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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