Menu

Jandira Feghali: Olhem para a Light e salvem a Eletrobrás

É sobre o direito à luz e energia. É sobre soberania. É sobre o futuro que estamos falando. É disto que se trata! 08/06/2023 06:00 — A Light, que começou como “Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company”, em 1905, é um exemplo dos percalços que aguardam os usuários dos serviços de energia. A […]

2 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Twitter Jandira

É sobre o direito à luz e energia. É sobre soberania. É sobre o futuro que estamos falando. É disto que se trata!

08/06/2023 06:00 — A Light, que começou como “Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company”, em 1905, é um exemplo dos percalços que aguardam os usuários dos serviços de energia. A empresa recebeu o nome “Light” a partir da fusão com uma empresa de São Paulo e foi estatizada na década de 1970. Como empresa pública teve vida curta. Em 1996 foi leiloada e, desde então, é uma empresa privada e uma sociedade anônima.

A Light atende 31 municípios no Rio e, recentemente, foi noticiada sua decisão de entrar com um pedido de recuperação judicial. Em poucas palavras, a empresa admite que está mal das pernas. Mas não tão mal a ponto de deixar de distribuir R$ 94,5 milhões em dividendos em 2022.

A culpa do passivo bilionário seria dos “gatos”. Imagino que a explicação tenha sido dada na certeza de que quem a ouvisse acredite até que Papai Noel lhe fará uma visita no Natal, tão esdrúxula e desconectada da realidade. Ora, o setor elétrico incorpora à tarifa uma taxa de inadimplência e possíveis ocorrências de gatos. A média nacional para esta tarifa é de 16%.

A da Light é de 25%!!!! Haja inadimplência e gatos! O Pará tem índice de inadimplência muito maior que o Rio de Janeiro, e nem por isso as empresas estão quebradas.
Publicidade

Nem de longe a empresa conseguiu alcançar os objetivos de sua privatização. Afinal, sempre se justifica a entrega como necessária para melhorar a eficiência, ampliar os investimentos e a qualidade dos serviços. Quem depende dos serviços da Light sabe o quanto paga caro para não ter nem uma coisa, nem outra.

A opinião de especialistas transcreve bem a realidade. A empresa foi privatizada para servir como “vaca leiteira” a encher os bolsos dos acionistas e esvaziar a qualidade dos serviços. Não há outra explicação.

Agora, tentem transpor esse desastre da Light para o nível nacional. Imaginem milhões de famílias, empresas, agricultores e toda sorte de pessoas e serviços que dependem do fornecimento de energia, nas mãos de um controle acionário que visa o lucro em primeiro lugar. O governo anterior se aproveitou de um momento de emergência sanitária para aprovar a privatização da Eletrobrás e a forma como esse controle saiu das mãos do Estado foi mais que oportunista, foi criminosa.

Energia é serviço essencial e é compreensível que um governo comprometido com a população, o crescimento e a reindustrialização, defenda que um patrimônio do povo retorne ao controle do Estado. Não é admissível que a verdadeira entrega promovida se perpetue até chegar ao ponto em que chegou a Light. Não podemos aceitar que daqui a algum tempo recursos públicos tenham que jorrar para salvar a Eletrobrás.

Investimentos públicos devem se dar para promover a ampliação do acesso aos serviços e tarifa justa. Isso só é possível se esta meta for prioritária, se as tarifas forem compatíveis com o nível de renda do nosso povo, se o desenvolvimento do país estiver na estratégia central do Estado brasileiro. A submissão ao lucro dos acionistas ou aos grandes salários e privilégios dos diretores e conselheiros dessas empresas privatizadas ou aos desvios de recursos por contratos questionáveis não podem dar certo, jamais! É sobre o direito à luz e energia. É sobre soberania. É sobre o futuro que estamos falando. É disto que se trata!

Jandira Feghali é deputada federal (PCdoB-RJ)

Apoie o Cafezinho

Jandira Feghali

Jandira Feghali (Curitiba, 17 de maio de 1957) é uma médica, videasta e política brasileira filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Construiu sua carreira política pelo estado do Rio de Janeiro.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

João Ferreira Bastos

27/01/2024 - 15h51

Sempre existira um rato nazifascistamiliciano desviando do assunto.

As pessoas que vivem em favelas, não vivem por que querem, vivem por que a elite não permite que crescem
As pessoas que vivem em favelas fazem gato por necessidade

Tirem as pessoas das favelas e deem condições de vida que não haverá “gatos”

Somente os nazifascistasmilicianos querem a população vivendo guetos

Kleiton todos os paises que se civilizaram tiraram as pessoas da miseria, seu miseravel, sem capacidade cognitiva

Kleiton

08/06/2023 - 20h32

Metade do Rio é favela e por tanto ou não paga conta de energia nenhuma ou só uma taxa simbólica como na Rocinha por exemplo.

É óbvio que isso é insustentável.

Como foi em todos os países que se civilizaram um dia o Brasil vai se livrar de sujeitos trogloditas como Jandira Feghali (espero que esteja lendo) e da ideologia cancerígena que pregam e ainda hoje faz desastres mundo afora.


Leia mais

Recentes

Recentes