“Vamos aguardar a posição dos americanos”

Procuradores da Lava Jato num de seus passeios pelos EUA, pago pelo contribuinte brasileiro. Eles deram entrevista ao programa 60 minutes.

Diálogos da operação Spoofing, trazidos à tôna pelo site Conjur, mostram que os procuradores responsáveis pela operação Lava Jato não tinham nenhuma noção de soberania nacional. Tampouco demonstram qualquer responsabilidade acerca da importância social de uma construtora que empregava mais de 200 mil trabalhadores.

A Lava Jato tratou a Odebrecht, a jóia da coroa da engenharia nacional, com a ferocidade de um exército inimigo, hostil e vingativo.

Leia dois trechos de um diálogo entre os procuradores, ocorrido a 17 de junho de 2016, no qual eles, em poucas palavras, sintetizam a cultura entreguista, tacanha e irresponsável da Lava Jato.

“Pessoal, depoimento longo, mas sugiro a sua leitura para quem estiver negociando no caso da ODE, bem como para quem quiser ferrar TACLA DURAN, para quem quiser fechar a ODE, para quem quiser prisão perpétua para MO [Marcelo Odebrecht]”, diz o procurador Orlando Martello, num dos diálogos.

Reparem na frase: “para quem quiser fechar a ODE [Odebrecht]”. Muito emblemático.

Outro trecho:

“Te acalme Castor. Pedido tá pronto, mas vamos aguardar a posição dos americanos pos reunião da próxima segunda pra protocolar. Eu sei que a vontade, sua, minha, de todos nós é GRANDE”, escreve outro procurador da Lava Jato, Roberson Pozzobon, em resposta ao colega Diogo Castor, que havia comentado, ainda no mesmo grupo de telegram, que demonstrava ansiedade para “prender” o advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán.

Aqui, a atenção deve ser voltar para a frase: “vamos aguardar a posição dos americanos”.

É sabido hoje que a Lava Jato interagiu ilegalmente com os americanos em diversas investigações. Quer dizer, ilegal é eufemismo. A Lava Jato cometeu seus mais graves crimes nessa “parceria”, pois alimentou a justiça americana com dados sigilosos de empresas brasileiras, públicas como a Petrobrás, e privadas, como a Odebrecht, ajudando o governo americano a cobrar multas bilionárias dessas companhias. Esses recursos, portanto, ao invés de serem usados no Brasil, em geração de empregos, em obras de infra-estrutura, em pagamento de impostos para a nossa Receita, foi destinado a acionistas privados norte-americanos, de um lado, e para o Tesouro americano, de outro.

Deltan Dallagnol e seus colegas ainda tentaram receber um prêmio bilionário pela ajuda que deram aos americanos, em sua operação para depenar empresas nacioanais. O prêmio foi o Fundo Lava Jato, que teria mais de 2 bilhões de reais em caixa, e seria gerido por… Dallagnol. O dinheiro chegou a ser depositado numa conta do Banco do Brasil, em Curitiba, e seria administrado por uma ONG voltada a promover uma “cultura anticorrupção”. Ou seja, seria um ong para promover políticos hipócritas como Dallagnol e Sergio Moro, financiada com as sobras do que os americanos roubaram da Petrobrás.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.