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Os arquivos do golpe no celular de Mauro Cid!

Um relatório da Polícia Federal revelou um plano para anular as eleições e estabelecer uma intervenção militar, com base em arquivos do celular de Mauro Cid, ex-assistente de Jair Bolsonaro. Este plano foi detalhado em uma reportagem da VEJA, escrita por Robson Bonin e publicada em 15 de junho de 2023. Após a derrota eleitoral […]

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Um relatório da Polícia Federal revelou um plano para anular as eleições e estabelecer uma intervenção militar, com base em arquivos do celular de Mauro Cid, ex-assistente de Jair Bolsonaro. Este plano foi detalhado em uma reportagem da VEJA, escrita por Robson Bonin e publicada em 15 de junho de 2023.

Após a derrota eleitoral de Bolsonaro, houve um isolamento do então presidente, alimentando suspeitas de fraude entre seus apoiadores. O relatório da PF indica que o entorno de Bolsonaro foi além, orquestrando um golpe para manter o ex-presidente no poder. A trama foi encontrada no telefone de Mauro Cid.

O documento acessado pela VEJA, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, baseia-se na tese controversa de que os militares poderiam ser convocados para arbitrar conflitos entre os poderes. Apoiadores de Bolsonaro acreditavam que sua derrota foi causada por decisões inconstitucionais do STF e pela influência da mídia nas eleições.

A execução do golpe envolveria Bolsonaro relatando as supostas inconstitucionalidades ao comando militar. Se concordassem, nomeariam um interventor com poderes absolutos para restabelecer a “ordem constitucional”. Isso incluiria a suspensão de decisões consideradas inconstitucionais, como a diplomação de Lula, o afastamento de ministros do STF e a marcação de nova eleição presidencial.

O plano foi descoberto em um relatório de 66 páginas da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal. O material examinado incluiu mensagens de WhatsApp, áudios e backups de segurança. A evidência coletada indica que houve esforços sérios para atentar contra a democracia durante os últimos dias do governo Bolsonaro.

Além disso, documentos apreendidos com Cid apresentam estratégias para atingir os magistrados do STF e do TSE. Entre as opções consideradas estava até a decretação do estado de sítio, medida extrema prevista na Constituição para situações de excepcionalidade.

Alexandre de Moraes, visto como adversário do bolsonarismo, é especificamente mencionado como um dos motivos para a declaração do estado de sítio. O papel de Moraes como presidente do TSE é criticado no documento, que alega uma relação antiga entre ele e Geraldo Alckmin, o que supostamente teria impactado as suas decisões durante o pleito eleitoral. O Tribunal é retratado como uma entidade que atuou de maneira contrária aos interesses de Bolsonaro.

Mensagens trocadas entre o Coronel Jean Lawand Junior e Mauro Cid revelam pressões para que Bolsonaro desse a ordem para a intervenção militar. Cid responde de forma vaga a estas mensagens, insinuando que Bolsonaro não confiava na cúpula militar.

A pressão aumentou com a aproximação do fim do mandato de Bolsonaro. Lawand argumentava que o Exército Brasileiro (EB) seguiria a ordem do presidente, mas não agiria por conta própria para evitar a aparência de um golpe. Lawand reforçava que a maioria do exército apoiava Bolsonaro.

Mensagens da esposa de Cid, Gabriela, mostram uma militante fervorosa, incitando invasões em Brasília e criticando Alexandre de Moraes. Ela defendia a necessidade de novas eleições e a implementação do voto impresso.

Cid também era membro de um grupo de WhatsApp com militares ativos, onde mensagens apoiando o golpe e ameaças contra Alexandre de Moraes eram trocadas. Cid, que estava ao lado de Bolsonaro em quase todas as viagens e era responsável por várias funções, está envolvido na conspiração golpista.

A última conversa entre Cid e Lawand foi em 21 de dezembro, onde o coronel expressou decepção por não ter ocorrido ação militar, afirmando que o país foi entregue aos criminosos. Bolsonaro, em entrevista, confirmou que havia quem defendesse a não observância de algumas decisões judiciais, mas negou ter levado essas sugestões a sério. Mauro Cid, preso há mais de um mês, era um dos que desejavam atuar fora das normas estabelecidas.

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Nahum Pereira

16/06/2023 - 16h19

Excelente matéria. Até que enfim os podres estão vindo à tona. Caro Miguel, seria possível colocar aqui o link para que a gente tenha acesso aos documentos originais? No caso do Mentirão petista (2012-13), você fez isso, o que foi e continua sendo da maior importância para mim. Obrigado.


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