Emails de Mauro Cid: Bolsonaro viajou com joias roubadas para Miami

Bolsonaro fugiu para Miami, em dezembro de 2022, levando joias roubadas, suspeita a Polícia Federal.

A instituição divulgou hoje trechos do inquérito sobre o caso, revelando indícios de participação do general da reserva do Exército Mauro César Lorena Cid, pai de Mauro Cid, no esquema ilegal de vendas dos artigos de luxo que Bolsonaro havia ganhado de monarquias árabes.

A informação ajuda a esclarecer um fato obscuro que víamos em alguns emails de Mauro Cid, que obtivemos com exclusividade.

Às vésperas da viagem de Bolsonaro e comitiva para os Estados Unidos, Mauro Cid usava o seu email corporativo para enviar para interlocutores não-identificados o certificado de autenticidade dos diamantes e joias da marca Chopard. Hoje se sabe o motivo desses emails: Mauro Cid, com ajuda de seu pai, estava tentando vender as joias que pertenciam ao patrimônio público.

Trechos do inquérito da Polícia Federal, divulgados hoje, revelam que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid e o pai dele, o general Mauro Lourena Cid, levaram os bens recebidos pelo presidente a lojas especializadas para tentar avaliá-los e vendê-los. Eles contaram com a ajuda de outros dois assessores de Bolsonaro, Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara.

A Polícia Federal (PF) suspeita que o dinheiro eventualmente obtido com essas vendas seria incorporado ao patrimônio do então presidente Jair Bolsonaro.

Segundo os investigadores, pelo menos dois conjuntos de joias e esculturas foram levados no avião presidencial junto com Bolsonaro:

  • Um conjunto com duas esculturas de barco e palmeira, recebidas em novembro de 2021 na viagem de Bolsonaro ao Bahrein;
  • Um dos conjuntos de joias da Chopard recebidas por Bolsonaro como presente oficial da Arábia Saudita, composto por caneta, anel, abotoadeira, rosário árabe e relógio.

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É sempre bom lembrar, a propósito, que Jair Bolsonaro fugiu para Miami, em dezembro de 2022, como um terrorista biológico, pois não se vacinou contra a Covid e portava um certificado de vacinação fraudado.

Esse certificado falso seria apenas uma garantia. Bolsonaro aparentemente não precisou usá-lo, pois usou a cortesia diplomática concedida pelo governo americano, não exigindo carteira de vacinação a chefes de Estado, como brecha para ingressar no EUA sem estar devidamente imunizado contra o vírus mais devastador das últimas décadas.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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