Dinheiro dos acordos de Leniência deve virar emprego e infraestrutura para o país

Não é de hoje que o Brasil sabe que procuradores da força tarefa Lava Jato do Paraná achavam justo cuidar de bilhões negociados por eles mesmos com grandes empresas. por exemplo, o tal “fundo Dallagnol”. 

No momento que o fundo foi descoberto, o STF travou a transferência do dinheiro para o MPF-PR e deu outras destinações a ele, primeiro para educação, depois para a Amazônia e por fim para enfrentar o Covid19.

Dessa vez, com a anulação dos acordos de leniência por parte do ministro Toffoli, estamos diante de um cenário muito semelhante. Por mais que um ou outro colunista se surpreenda com isso, para os mais atentos na conjuntura temos outro grande exemplo de como a Lava Jato não tem capacidade de negociar e muito menos gerir uma enorme quantidade de dinheiro.

Essa grana má negociada pela Lava Jato tem muitos lugares para ser alocada. Mas seria melhor que esse montante pudesse fazer uma reparação histórica frente aos prejuízos causados por Moro, Dallagnol e cia no setor de petróleo e energia do Brasil.

O país carece de dutos, gasodutos, refinarias, unidades de tratamento de gás, plataformas de produção e fábricas de fertilizantes. Tudo isso pode ser construído com serviços das grandes empreiteiras, gerando milhares de empregos e modernizando a economia do país.

O país precisa de obra, isso é fato. O povo precisa de emprego, esse é outro fato. Qualquer manobra argumentativa que fuja desses dois fatos é suspeita.

A infraestrutura da cadeia do petróleo serve ao agronegócio, como no setor de fertilizantes, e também serve ao setor de serviços principalmente na logística. Só aí estamos falando de boa parte do PIB do país que pode ser otimizada e ser mais eficiente para a população.

Sem falar na geração de empregos, agregando valor ao produto que hoje exportamos “cru”. Além disso, com mais postos de trabalho vai ser possível consolidar profissionais que podem atuar no setor de construção civil de outras áreas como saneamento, energia elétrica, portos, aeroportos, estradas e ferrovias.

Se essa ideia tivesse permeado os acordos desde o início, a Lava Jato não teria conseguido atrasar tanto a economia do petróleo no Brasil. Se o Ministério Público do Paraná não estivesse tão interessado em pegar a grana para eles, essa lógica iria punir apenas um ou outro funcionário que lesou a empresa e não penalizar os outros milhares de trabalhadores que sustentavam suas famílias com aquele salário.

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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