Assessor de Bolsonaro sob investigação por movimentação de R$ 2,7 mi

O primeiro-tenente Osmar Crivelatti, que exerceu a função de ajudante de ordens e atualmente é assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve movimentações financeiras que chamaram a atenção da Receita Federal. De acordo com o relatório da e-Financeira da Receita Federal, no período entre 2021 e junho de 2023, Crivelatti movimentou quase R$ 2,7 milhões em suas contas correntes.

Esse relatório foi recebido pela CPI dos Atos Golpistas e posteriormente divulgado pelo G1. Nele, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que não foram encontradas justificativas para a significativa movimentação financeira de Crivelatti, além de indícios de lavagem de dinheiro.

Detalhes das Movimentações Financeiras:

  • De acordo com informações disponíveis no Portal da Transparência, Osmar Crivelatti recebe uma média mensal de R$ 12.826,58 líquidos em seu serviço militar, além de R$ 2.246,00 pela função de apoio.
  • No entanto, apenas entre janeiro e junho de 2023, Crivelatti movimentou expressivos R$ 894.861,12 em débitos e créditos em suas contas correntes. Esse valor é equivalente a 59 meses de rendimentos mensais de seu cargo militar, sugerindo uma movimentação financeira fora do comum em relação a sua renda declarada.
  • A defesa de Crivelatti alegou que não teve acesso aos relatórios enviados à CPI, devido ao sigilo dos documentos. No entanto, enfatizou que todos os rendimentos do assessor como servidor público federal estão disponíveis no Portal da Transparência.

Caso do Rolex e Depósitos para Michelle Bolsonaro:

  • Além da movimentação financeira atípica, Osmar Crivelatti esteve envolvido em um caso relacionado à tentativa de venda de um relógio de luxo recebido por Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019. O presente incluía um relógio Rolex cravejado em diamantes, entre outros itens valiosos.
  • Crivelatti também foi mencionado em conexão com depósitos em dinheiro à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Esses depósitos totalizaram R$ 60 mil e foram realizados em dinheiro vivo, em envelopes, dificultando a rastreabilidade da origem dos recursos. A forma como os depósitos foram fracionados, com diferenças de minutos entre eles, levantou suspeitas de tentativa de ocultação de valores e possível origem irregular dos recursos.
  • A investigação desses casos tem sido acompanhada de perto pela CPI dos Atos Golpistas, que havia agendado o depoimento de Osmar Crivelatti. No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, decidiu que a presença do assessor não é obrigatória a pedido da defesa.

Esses eventos envolvendo Osmar Crivelatti destacam a importância da investigação e da transparência nas movimentações financeiras de figuras públicas e servidores públicos, bem como a relevância das autoridades competentes em analisar possíveis irregularidades.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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