PF avança em cima dos ‘kids pretos’

FOTO: Arquivo / Antonio Cruz / Agência Brasil

A Polícia Federal está progredindo na coleta de provas que sugerem que indivíduos identificados como membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, tinham agentes infiltrados entre os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Esses agentes empregaram suas táticas para estimular e tornar mais fácil a invasão das sedes dos Três Poderes durante o governo de Jair Bolsonaro.

As Forças Especiais, que constituem a tropa de elite do Exército, são designadas para realizar missões confidenciais de alto risco, incluindo “operações de guerra irregular”, como guerrilha urbana, insurgência e movimentos de resistência. O apelido “kid preto” está relacionado à cor do gorro usado por esses militares.

Segundo informações de fontes envolvidas na investigação, ouvidas pelo jornal O GLOBO, as imagens das câmeras de segurança da Esplanada e os depoimentos dos indivíduos envolvidos no tumulto daquele dia sugerem a presença de membros das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, em diversos locais estratégicos da Praça dos Três Poderes.

As novas evidências e depoimentos colhidos pela PF indicam que esses militares foram os primeiros a entrar o Congresso Nacional e a facilitar a entrada dos demais terroristas.

De acordo com as imagens sob posse da Polícia Federal, é visível que indivíduos com balaclavas (o gorro preto distintivo dessas tropas) e luvas abriram escotilhas de acesso no teto do Congresso. Em seguida, eles entraram no Salão Verde da Câmara dos Deputados através de uma escada improvisada feita com os gradis comumente usados para cercar o parlamento.

Em seus depoimentos, diversos dos manifestantes detidos por ordem do STF mencionaram a existência desses indivíduos no meio da multidão e afirmaram ter recebido orientações sobre o curso de ação a seguir.

O mesmo modus operandi foi empregado durante a invasão do Palácio do Planalto. Nesse cenário, os gradis foram utilizados pelos manifestantes para alcançar a entrada principal do palácio, que normalmente só pode ser acessada a partir da rua por meio de uma rampa.

O desafio atual da Polícia Federal é estabelecer com precisão a identidade dos militares envolvidos e avaliar a extensão da participação de cada um nas invasões. Esse processo está sendo conduzido por meio da análise de imagens e dos depoimentos obtidos durante a investigação.

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Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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