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iFood empregou mais de meio milhão de entregadores em um ano

Uma pesquisa conduzida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para o iFood revela que, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, o aplicativo contou com o cadastro de 537,9 mil indivíduos como entregadores em algum momento desse período. Com informações da Folha. No estudo, a Fipe procurou examinar os impactos diretos, indiretos e […]

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Foto: Agência Brasil

Uma pesquisa conduzida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para o iFood revela que, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, o aplicativo contou com o cadastro de 537,9 mil indivíduos como entregadores em algum momento desse período. Com informações da Folha.

No estudo, a Fipe procurou examinar os impactos diretos, indiretos e induzidos da atividade liderada pelo aplicativo de entregas, além de abordar a posição dos entregadores no mercado de trabalho.

Durante o período examinado, aproximadamente 212 mil entregadores mantiveram perfis ativos no aplicativo a cada mês. Em média, cada um deles prestou serviços por cerca de 4,73 meses na plataforma. Cumulativamente, esses profissionais receberam um montante de R$ 2,41 bilhões, conforme indicado pela pesquisa.

Segundo a avaliação conduzida pela Fipe, as operações de entrega do aplicativo e a cadeia afetada por esses serviços movimentaram um total de R$ 97 bilhões em 2022. Além disso, essa atividade resultou na criação de aproximadamente 873 mil postos de trabalho.

Na análise, foram considerados como efeitos indiretos os impactos resultantes do uso de insumos provenientes de diferentes regiões do Brasil na produção de um pedido realizado através do aplicativo. Por outro lado, os efeitos diretos são mais perceptíveis, como a geração de renda para os restaurantes que vendem por meio dessa plataforma.

De acordo com a Fipe, os efeitos induzidos abrangem os impactos derivados do consumo, incluindo o aumento da renda para todos aqueles que são diretamente envolvidos (quem produziu o que foi encomendado pelo aplicativo) ou indiretamente afetados por essa rede.

Conforme indicado pelo estudo, a cada R$ 1.000 gastos na plataforma, são gerados outros R$ 1.385 para a economia por meio do estímulo à produção em diferentes setores.

Na arrecadação de impostos, a cada R$ 1.000 em despesas no aplicativo, são gerados R$ 1.127 em tributos indiretos adicionais. Além disso, a cada cem empregos diretos, são criados outros 68 empregos.

Segundo Erica Diniz Oliveira, economista-chefe do iFood, a análise possibilita visualizar a “grande engrenagem” subjacente às conexões estabelecidas entre consumidores e restaurantes, bem como entre esses estabelecimentos e os entregadores.

Conforme o estudo da Fipe, o montante total de dinheiro movimentado pelo ecossistema de empresas e atividades envolvidas equivale a 0,53% do Produto Interno Bruto (PIB). Comparativamente, dois anos antes, em outra análise realizada pela Fipe, esse percentual estava em 0,43%.

Oliveira afirma que o avanço é resultado de alterações no modelo de trabalho. Atualmente, o aplicativo oferece uma variedade maior de estabelecimentos, incluindo não apenas restaurantes, mas também farmácias e supermercados, além de estar presente em mais cidades.

O estudo também destaca que os gastos dos entregadores impulsionam “um conjunto de atividades que proporcionam maior geração de produção no país e nas regiões, além de maior internalização local dos benefícios”.

Conforme o relatório da Fipe, a cada R$ 1.000 recebidos pelos entregadores, são adicionados R$ 1.210 à economia.

Os ganhos são calculados levando em conta a receita proveniente do iFood e de outras fontes de renda, considerando exclusivamente as entregas realizadas pelo aplicativo. Os restaurantes e outros estabelecimentos registrados na plataforma têm a opção de utilizar serviços de entrega próprios, correspondendo a 60% dos pedidos concluídos por meio do iFood.

Uma pesquisa conduzida pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) para a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que inclui o iFood, revela que apenas 52% dos entregadores dedicam-se exclusivamente a realizar entregas. A média da jornada de trabalho deles é de 3,3 dias por semana.

No momento, o iFood e outros aplicativos estão participando de discussões em um grupo de trabalho do governo federal, visando estabelecer parâmetros para a regulamentação do trabalho intermediado por aplicativos.

Luana Ozemela, vice-presidente de impacto social do iFood, destaca que o efeito econômico é um dos pilares fundamentais da plataforma para o ecossistema de empresas e pessoas impactadas por suas atividades.

Por meio do setor de impacto social, o aplicativo tem implementado políticas de alfabetização para entregadores, oferecido linhas de crédito a estabelecimentos comerciais e incentivado empreendedores negros, como visto no projeto-piloto chamado iFood Acredita, realizado em Salvador.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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Luiz Henrique

01/12/2023 - 11h48

Desculpe, se essa empresa se nega a ter vínculo empregatício com o trabalhador, também não empregou ninguém, ela apenas ofereceu trabalho árduo e pessoas que precisavam muito pegaram para fazer bico.
Vamos parar de romantizar a exploração e por os pingos nos “is”.
Senão, ela explora, enriquece e ainda sai com os louros da benevolência.

Luiz Henrique

01/12/2023 - 11h46

Desculpe, se essa empresa se nega a ter vínculo empregatício com o trabalhador, também não empregou ninguém, ela apenas ofereceu trabalho árduo e pessoas que precisa em muito pegaram para fazer bico.
Vamos parar de romantizar a exploração e por os pingos nos “is”.
Senão, ela explora, enriquece e ainda sai com os louros da benevolência.


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