O programa governamental Desenrola Brasil, idealizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encerrou o ano de 2023 com um marco impressionante: a participação de 11,2 milhões de cidadãos na renegociação de dívidas, totalizando R$ 32,89 bilhões.
O Ministério da Fazenda divulgou estes números, ressaltando o sucesso da iniciativa, que visa auxiliar a população com nome negativado nos serviços de proteção ao crédito. A previsão é que o programa continue em vigor até 31 de março do ano corrente.
Apesar dos resultados significativos, um relatório do jornal O Globo aponta uma lacuna importante: muitos brasileiros ainda enfrentam dificuldades para entender completamente os detalhes do programa.
Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 59% dos inadimplentes estão cientes da existência do Desenrola Brasil, mas 57% desconhecem se suas dívidas se qualificam para a renegociação.
Apenas 28% dos entrevistados confirmaram ter dívidas passíveis de renegociação, enquanto uma ampla maioria, 85%, planeja negociar suas pendências financeiras por meio do programa.
O estudo também revelou dados alarmantes sobre a inadimplência no Brasil: 77% dos lares possuem dívidas, com 30% destes apresentando alguma forma de inadimplência.
O cartão de crédito é o principal responsável, afetando 60% dos endividados, um aumento considerável em relação aos anos anteriores.
O Desenrola Brasil oferece duas modalidades de renegociação. A primeira é direcionada a pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos ou inscritas no CadÚnico, abrangendo dívidas de até R$ 5 mil.
A segunda faixa atende indivíduos com renda mensal de até R$ 20 mil, permitindo a renegociação de dívidas bancárias com parcelamento em até 60 meses e taxas de juros de 1,99% ao mês. Os descontos podem chegar a 90% para pagamentos à vista.
O programa, portanto, emerge como uma ferramenta crucial para a recuperação financeira de milhões de brasileiros, embora enfrente o desafio de tornar suas diretrizes mais acessíveis e compreensíveis para a população.
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