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Países mais frágeis do Sul Global estão sendo asfixiados pelas dívidas impostas pelo Norte

A ameaça da asfixia financeira paira sobre o Sul Global, uma região que abrange a maioria dos países em desenvolvimento e emergentes. A ameaça surge da acumulação de dívidas que o Norte Global, composto pelos países desenvolvidos, impôs sobre estes países. O termo “asfixia financeira” é usado para descrever uma situação em que um país […]

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Reprodução NEAMP

A ameaça da asfixia financeira paira sobre o Sul Global, uma região que abrange a maioria dos países em desenvolvimento e emergentes. A ameaça surge da acumulação de dívidas que o Norte Global, composto pelos países desenvolvidos, impôs sobre estes países. O termo “asfixia financeira” é usado para descrever uma situação em que um país é sufocado por dívidas que não pode pagar, prejudicando seu crescimento e desenvolvimento.

Asfixia Financeira: Estratégia Oculta do Norte Global?

A asfixia financeira pode ser encarada não apenas como uma circunstância infeliz, mas também como uma estratégia oculta do Norte Global para manter sua hegemonia sobre o Sul Global. O Norte Global, sendo os credores, detém um poder enorme sobre os países devedores. Esta dívida externa massiva que os países do Sul Global estão enfrentando é, em muitos casos, o resultado de políticas de empréstimos irresponsáveis, taxas de juros elevadas e condições de pagamento rigorosas impostas pelos credores.

A implementação frequente de políticas de austeridade como condição para o recebimento de empréstimos adicionais é outro aspecto dessa asfixia financeira. Essas políticas, que muitas vezes envolvem cortes nos gastos sociais e aumento de impostos, não apenas aumentam o fardo da dívida, mas também exacerbam a pobreza e a desigualdade. Além disso, o Norte Global muitas vezes se beneficia diretamente dos pagamentos de dívida do Sul Global, à medida que esses pagamentos voltam para o Norte sob a forma de lucros para os bancos e investidores.

Dívidas: Arma Silenciosa Contra o Desenvolvimento do Sul Global

A dívida externa impede significativamente o crescimento e desenvolvimento do Sul Global. A grande quantidade de recursos direcionados para o pagamento da dívida limita a capacidade desses países de investir em infraestrutura, educação, saúde e outros setores críticos para o desenvolvimento. Isso cria um ciclo vicioso de dívida e pobreza, que é extremamente difícil de quebrar.

Além disso, a dívida externa amplifica a vulnerabilidade dos países do Sul Global a choques econômicos e financeiros. Em tempos de crise, esses países muitas vezes são forçados a contrair mais dívidas para estabilizar suas economias, aumentando ainda mais o fardo da dívida. É uma arma silenciosa, mas mortal, que o Norte Global usa para manter o Sul Global em uma posição de dependência e subdesenvolvimento.

O domínio do Norte Global nos principais órgãos financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, é um fator que agrava ainda mais a situação. Isso permite ao Norte ditar as políticas e condições de empréstimo, muitas vezes em detrimento do Sul Global.

Superando a Asfixia: Possíveis Soluções para a Dívida do Sul Global

A superação da asfixia financeira requer a implementação de soluções ambiciosas e inovadoras para a dívida do Sul Global. Uma dessas soluções é a reestruturação da dívida, que envolve a renegociação dos termos do pagamento da dívida para torná-los mais favoráveis para o país devedor. Isso pode incluir a redução da taxa de juros, a extensão do prazo de pagamento e a redução do valor principal da dívida.

Outra solução é o cancelamento da dívida, que envolve a eliminação total ou parcial da dívida. Embora essa seja uma medida drástica, ela pode ser necessária em casos extremos onde a dívida é insustentável e está impedindo o crescimento e desenvolvimento do país. A iniciativa de alívio da dívida dos países mais pobres altamente endividados (HIPC) é um exemplo de um esforço de cancelamento da dívida.

Finalmente, é essencial promover uma maior equidade e transparência na governança financeira global. Isso inclui a reforma dos principais órgãos financeiros internacionais para garantir que o Sul Global tenha uma representação adequada e uma voz na definição das políticas e condições de empréstimo.

Os 10 países mais vulneráveis da lista HIPC (Heavily Indebted Poor Countries) são:

  1. Burundi
  2. República Centro-Africana
  3. Chade
  4. Comores
  5. República Democrática do Congo
  6. Etiópia
  7. Guiné-Bissau
  8. Haiti
  9. Libéria
  10. Serra Leoa

A lista HIPC (Heavily Indebted Poor Countries) é composta por 39 países considerados altamente endividados e pobres. Esses países são elegíveis para receber alívio da dívida e assistência financeira internacional para ajudar a reduzir sua carga de dívida e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

Os 39 países incluídos na lista HIPC são:

  1. Afeganistão
  2. Benin
  3. Bolívia
  4. Burkina Faso
  5. Burundi
  6. Camarões
  7. República Centro-Africana
  8. Chade
  9. Comores
  10. República Democrática do Congo
  11. Costa do Marfim
  12. Etiópia
  13. Gâmbia
  14. Gana
  15. Guiné
  16. Guiné-Bissau
  17. Guiana
  18. Haiti
  19. Honduras
  20. Libéria
  21. Madagascar
  22. Malaui
  23. Mali
  24. Mauritânia
  25. Moçambique
  26. Nepal
  27. Nicarágua
  28. Níger
  29. Nigéria
  30. Quênia
  31. República Democrática Popular do Laos
  32. Ruanda
  33. São Tomé e Príncipe
  34. Senegal
  35. Serra Leoa
  36. Tanzânia
  37. Togo
  38. Uganda
  39. Zâmbia

Esses países foram identificados como elegíveis para receber assistência da Iniciativa de Países Pobres Altamente Endividados (HIPC) com base em critérios específicos relacionados à pobreza, endividamento e capacidade de pagamento da dívida.

Fontes: HIPC

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