Bomba! Braga Netto articulou apoio financeiro do PL a ações terroristas

Entre as diversas mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordens de Jair Bolsonaro, uma se destaca como evidência significativa para identificar os financiadores dos eventos golpistas/terroristas de 8 de janeiro.

Nas conversas, Cid propõe ao major Rafael Martins de Oliveira um suporte de R$ 100 mil para financiar a viagem de um grupo a Brasília para participar de manifestações a favor de Bolsonaro.

As mensagens sugerem que esse grupo era composto por kids pretos, membros de uma unidade de elite do Exército especializada em missões secretas de alto risco e operações de guerrilha urbana. O termo “kids pretos” refere-se à cor do gorro utilizado por esses militares.

No caso em questão, podemos classificar as ações dos kid pretos como terroristas, e que, portanto, tanto o governo Bolsonaro, através de Mauro Cid, como o PL, partido de Bolsonaro, atuaram em favor de ações terroristas para desestabilizar o regime democrático e instaurar uma ditadura militar.

Cid revelou em depoimento que recorreu a Braga Netto para obter o financiamento, e o general indicou que buscassem apoio financeiro junto ao PL.

Essa revelação fez com que a Polícia Federal (PF) investigasse mais a fundo Braga Netto e o partido, onde ele tinha um escritório e uma equipe, responsáveis pela logística e organização de eventos regionais para o bolsonarismo.

Para a PF, Braga Netto é uma figura central para esclarecer o envolvimento do grupo de Bolsonaro na organização e incentivo dos ataques golpistas de 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, após o fracasso do plano de golpe antes da posse de Lula.

A investigação busca identificar quem financiou a viagem dos kids pretos para Brasília, pois acredita-se que esses oficiais das forças especiais orientaram as ações dos invasores.

Segundo fontes próximas à investigação, imagens de câmeras de segurança e depoimentos indicam a presença desses kids em pontos estratégicos durante os eventos.

As mensagens no celular de Cid também sugerem que os auxiliares de Bolsonaro contavam com esses kids para organizar manifestações, disseminar desinformação e planejar o golpe.

Investigações no computador de Braga Netto, apreendido na sede do PL, buscam evidências de que o general, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, também coordenava a captação de recursos para o golpe.

As conversas revelam que, entre novembro e dezembro, Cid e outros membros das Forças Especiais realizaram reuniões com os kids pretos em salões de festa de edifícios residenciais em Brasília, incluindo um encontro na mesma quadra onde Braga Netto residia.

A PF considera o major Rafael como o principal contato de Cid na coordenação das estratégias para o golpe.

Nas mensagens, Rafael solicita orientações sobre locais para concentração dos manifestantes e recursos para despesas de viagem, resumidos em um documento intitulado “Copa 2022”.

Determinar como, quando e por quem esses recursos foram distribuídos é essencial para os investigadores avançarem na identificação dos responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro.