O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), expressou severas críticas ao ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) durante um evento de agronegócio no Paraná nesta quinta-feira, 11.
Lira acusou Padilha de ser um “desafeto pessoal” e “incompetente”, atribuindo a ele vazamentos de informações que prejudicam a harmonia entre os poderes, conforme reportagem da Folha.
As declarações ocorreram após a aprovação, pelo plenário da Câmara, da manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), implicado como um dos possíveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Questionado sobre sua suposta perda de influência após a votação, Lira rejeitou essa interpretação, citando a influência de Padilha nos vazamentos à imprensa.
“Essa notícia hoje, que você está tentando verbalizar, porque os grandes jornais fizeram, foi vazada do governo e basicamente do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, incompetente”, disparou Lira.
“Não existe partidarização, eu deixei bem claro que ontem a votação é de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver”, emendou.
Desde o ano passado, Lira tem manifestado descontentamento com a atuação de Padilha, levando suas queixas ao presidente Lula e negociando diretamente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após um rompimento de diálogo com Padilha. Apesar de um encontro no Palácio da Alvorada em fevereiro visando à pacificação, as relações continuam estremecidas.
Lira também apontou para o que descreve como uma interferência do Executivo na recente votação da Câmara, especialmente relacionada à orientação do governo sobre a manutenção da detenção de Brazão.
Segundo líderes da Câmara, essa situação causou desconforto a Lira, que planeja responder ao governo nos próximos dias. Por fim, o pepista falou em tom de ameaça ao governo.
“É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras, essas notícias falsas que incomodam o parlamento. E depois, quando o Parlamento reage, acham ruim”, disse Lira.