Rússia detona Israel na ONU: “show de hipocrisia… não pode passar impune”

No último encontro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o representante permanente da Rússia, Vasily Nebenzya, abordou a resposta ambígua dos países ocidentais ao ataque realizado por Israel ao consulado do Irã na Síria. Nebenzya caracterizou essa postura como uma “abordagem de ‘dois pesos e duas medidas'”. Segundo ele, os discursos dos representantes das nações ocidentais durante a reunião foram marcados por hipocrisia.

Assista ao trecho:

O diplomata russo relembrou que, em uma reunião anterior do Conselho de Segurança no início de abril, foi salientada a importância de um posicionamento unificado contra ações semelhantes para evitar sua recorrência. A Rússia havia pedido uma condenação clara e inequívoca do ataque ao consulado iraniano, alertando para os riscos de escalada na região, caso não houvesse uma resposta adequada. Chegaram até mesmo a apresentar um exemplo de declaração padronizada para esses casos.

No entanto, a resposta das delegações ocidentais foi evasiva. Membros dos Estados Unidos, Reino Unido e França argumentaram que nem tudo era “tão óbvio” e que era necessário considerar se um posicionamento do Conselho de Segurança contribuiria para a estabilização da situação no Oriente Médio.

Para Nebenzya, a recusa dos países ocidentais em confirmar a aplicação dos princípios de inviolabilidade das instalações diplomáticas e consulares, estabelecidos nas convenções de Viena, representa um desrespeito à lei internacional. O diplomata ressaltou que um ataque a uma missão diplomática é considerado um “casus belli” no direito internacional, e caso fossem as missões ocidentais atacadas, o Ocidente não hesitaria em retaliar e levar o caso ao Conselho de Segurança.

Nebenzya enfatizou ainda que essa atitude demonstra uma clara diferenciação entre a forma como o Ocidente trata as suas próprias missões diplomáticas e as de outros Estados. Segundo ele, o direito à autodefesa e os direitos dos cidadãos são resguardados de maneira rigorosa quando se trata de missões ocidentais, enquanto que, no caso de outros Estados, esses mesmos direitos parecem não se aplicar. O representante russo classificou essa postura como uma hipocrisia evidente e uma abordagem de “dois pesos e duas medidas”.

O ataque ao território israelense realizado pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, como uma resposta à destruição do consulado iraniano na Síria, tem dividido opiniões na comunidade internacional. Relatos indicam que mais de uma centena de mísseis e drones foram utilizados nessa ofensiva. A postura adotada pelos países ocidentais, especialmente diante dos ataques a instalações diplomáticas, tem sido motivo de discordância e questionamento.

É primordial que todas as nações atuem de forma coesa e respeitem os princípios de direito internacional para garantir a segurança e estabilidade global. Casos como o ataque ao consulado do Irã na Síria não podem ser tratados com ambiguidade, e o Conselho de Segurança da ONU desempenha um papel fundamental na busca por soluções pacíficas e justas para esses conflitos. É necessário que haja uma reflexão sobre a postura adotada pelos países ocidentais, a fim de evitar uma perpetuação de hipocrisia e desigualdade na condução das relações internacionais.

Fonte: Sputnik