A situação não anda fácil para Bolsonaro. O fracasso das manifestações no Rio e São Paulo, a irritação de parlamentares de centro com a insistência na pauta da anistia, a melhora na avaliação de Lula e, agora, pesquisas que revelam o aumento da rejeição da sociedade aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro formam um cenário desfavorável.
Ontem, a Quaest apontou que 56% dos brasileiros defendem a prisão dos golpistas. Hoje, o Datafolha confirma a tendência: 52% da população acredita que o ex-presidente deve ser preso por tentativa de golpe de Estado.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (8), indica que 42% são contra a prisão, enquanto 7% não souberam responder. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa ouviu 3.054 pessoas acima de 16 anos em 172 cidades entre 1º e 3 de abril.
Expectativa sobre possível prisão
Quando questionados se Bolsonaro realmente será detido, 52% dos entrevistados acham que não, contra 41% que veem a prisão como provável. Outros 7% não se posicionaram.
Manifestações perdem força
O ex-presidente tem mobilizado apoiadores em atos pela anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. A estratégia, vista por aliados como uma forma de beneficiá-lo politicamente, não tem alcançado o impacto esperado.
No domingo (6), o protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 44,9 mil pessoas no momento de maior público, segundo estimativa da USP em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common. Três semanas antes, no Rio, um evento semelhante atraiu aproximadamente 18,3 mil participantes – números bem abaixo do anunciado por organizadores.
Contexto político
A decisão unânime da 1ª Turma do STF, que tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe, ampliou o debate sobre sua responsabilidade nos eventos pós-eleição. Enquanto seus defensores falam em perseguição, as pesquisas mostram que a maioria da população apoia medidas judiciais contra ele.
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