O povo ainda escolhe Lula diante do caos da direita

Mesmo diante de alta rejeição e ataques recorrentes, o presidente mantém vantagem e aparece como nome mais sólido para evitar retrocessos /

A pesquisa Datafolha confirma que, apesar da polarização, a maioria ainda prefere Lula — o único nome com base eleitoral enraizada em todas as regiões


Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste sábado (13) pela Folha de S.Paulo mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na frente na maioria dos cenários simulados para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2026. Mesmo assim, o estudo aponta que a disputa tende a ficar bastante acirrada caso o pleito vá para um segundo turno, com empates técnicos entre Lula e adversários como Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O levantamento foi feito nos dias 10 e 11 de junho, com 2.004 pessoas com 16 anos ou mais em 136 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A ascensão de Tarcísio não altera o fato de que Lula vence todos os adversários ligados ao bolsonarismo, inclusive Michelle e os filhos de Bolsonaro / Gráfico

Primeiro turno: Lula à frente, mas sem folga confortável

Em cinco dos seis cenários testados, Lula aparece na liderança. Em uma das simulações, porém, ele fica tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro, que hoje é inelegível até 2030 por conta de condenações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

  • Cenário 1 (Lula x Bolsonaro x Ratinho Jr. x Zema x Caiado):
    Nessa configuração, Lula tem 36% das intenções de voto, contra 35% de Bolsonaro. Ratinho Jr. (PSD) aparece com 7%, enquanto Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil) têm 5% cada.
  • Cenário 3 (Lula x Tarcísio x Ratinho Jr. x Zema x Caiado):
    O petista lidera com 37%, bem à frente de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que soma 21%.
  • Enfrentando outros bolsonaristas:
    Contra Michelle Bolsonaro (PL), Lula teria 37% dos votos, contra 26% dela. Já nas simulações com Flávio Bolsonaro (PL) ou Eduardo Bolsonaro (PL), a vantagem do presidente varia entre 37% e 38%.

Segundo turno: disputa apertada

Se o pleito for decidido no segundo turno, os dados indicam uma corrida muito equilibrada. Lula e Jair Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados, com 44% a 45%. Também há empate entre o presidente e Tarcísio de Freitas, com 43% a 42%.

  • Contra Michelle Bolsonaro: Lula aparece com 46%, enquanto Michelle marca 42%.
  • Contra Flávio ou Eduardo Bolsonaro: Lula sobe um pouco mais, com 46% a 47%, contra cerca de 38% dos filhos de Bolsonaro.

Rejeição elevada: Lula e Bolsonaro são os mais rejeitados

A pesquisa também avaliou a taxa de rejeição dos possíveis candidatos. Lula lidera nesse quesito, com 46% dos entrevistados dizendo que não votariam nele de jeito nenhum. Bolsonaro aparece logo atrás, com 43%. Entre os outros membros da família Bolsonaro, a rejeição oscila entre 30% e 32%.

Cenário eleitoral ainda em formação

Os resultados sugerem que, embora Lula mantenha certa vantagem em vários cenários, sua margem de diferença diminuiu em comparação com pesquisas anteriores — especialmente quando se fala no segundo turno.

A ascensão de Tarcísio de Freitas como uma alternativa dentro do campo bolsonarista e a presença constante de Jair Bolsonaro no radar do eleitorado mostram que a polarização continua sendo um traço marcante da política nacional.

Enquanto o PT tenta fortalecer seu projeto político até 2026, a oposição busca se articular, seja apostando em novas figuras ou em representantes já conhecidos do bolsonarismo.

Além disso, os números de votos brancos, nulos e indecisos continuam altos, o que indica que a decisão do eleitorado está longe de estar consolidada.

Principais destaques da pesquisa

  • Lula lidera na maioria dos cenários de primeiro turno.
  • Empate técnico com Bolsonaro e Tarcísio no segundo turno.
  • Rejeição alta tanto para Lula quanto para Bolsonaro, evidenciando uma polarização que persiste.
  • Tarcísio surge como um nome competitivo, o que pode sinalizar uma mudança na dinâmica da direita política.

Com informações da Folha, do g1 e de O Cafezinho*

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