Pesquisa do The Economist/YouGov realizada entre 4 e 7 de julho de 2025 com 1.528 cidadãos americanos adultos revela cenário desfavorável para Donald Trump, com índices de rejeição superando consistentemente os de aprovação em múltiplas áreas.
Aprovação geral em queda
A aprovação geral do trabalho de Trump como presidente registra 42%, enquanto a desaprovação atinge 53%. Entre os que desaprovam, 44% manifestam desaprovação forte, contra 24% que aprovam fortemente. A margem negativa de 11 pontos percentuais evidencia resistência significativa do eleitorado.
A rejeição se intensifica entre grupos demográficos específicos. Mulheres desaprovam o desempenho presidencial por 59% contra 34% de aprovação. Entre eleitores negros, a desaprovação alcança 79%, com apenas 15% aprovando. Hispânicos registram 67% de desaprovação contra 26% de aprovação.
Divisão geracional acentuada
Os dados revelam forte divisão por idade. Entre jovens de 18 a 29 anos, a desaprovação atinge 64% contra apenas 26% de aprovação. A faixa de 30 a 44 anos mantém padrão similar, com 57% de desaprovação contra 38% de aprovação. O cenário se inverte entre eleitores mais velhos: na faixa de 45 a 64 anos, Trump obtém 51% de aprovação contra 44% de desaprovação, enquanto entre maiores de 65 anos a aprovação alcança 45% contra 52% de desaprovação.
Renda como fator determinante
A segmentação por renda expõe padrões distintos de apoio. Entre famílias com renda inferior a 50 mil dólares anuais, a desaprovação prevalece por 52% contra 41% de aprovação. Na faixa intermediária de 50 a 100 mil dólares, a divisão se acentua com 56% de desaprovação contra 42% de aprovação. Surpreendentemente, entre os mais ricos (acima de 100 mil dólares), Trump mantém aprovação de 46% contra 51% de desaprovação, margem menor que em outras faixas de renda.
Opinião sobre Trump como pessoa
A avaliação de Trump como pessoa apresenta números ainda mais desfavoráveis. Apenas 42% têm opinião favorável, enquanto 54% mantêm visão desfavorável. A rejeição forte atinge 47% dos entrevistados, superando em mais do dobro a aprovação forte de 24%.
Entre mulheres, a rejeição alcança 60%, com 52% manifestando opinião muito desfavorável. Eleitores negros rejeitam Trump por margem de 80% contra 13% de aprovação. A faixa etária de 18 a 29 anos registra 65% de rejeição contra 26% de aprovação.
Padrões demográficos na avaliação pessoal
A segmentação etária revela tendências consistentes. Jovens de 18 a 29 anos demonstram maior resistência, com 65% de opinião desfavorável contra apenas 26% favorável. Entre 30 a 44 anos, a rejeição atinge 56% contra 39% de aprovação. Eleitores de 45 a 64 anos dividem-se de forma mais equilibrada, com 46% de rejeição contra 51% de aprovação. Maiores de 65 anos mantêm divisão similar: 52% desfavorável contra 46% favorável.
Por renda, os padrões se repetem com variações. Famílias de baixa renda (menos de 50 mil dólares) rejeitam Trump por 53% contra 40% de aprovação. Na classe média (50 a 100 mil dólares), a rejeição alcança 54% contra 42% de aprovação. Entre os mais ricos (acima de 100 mil dólares), Trump obtém melhor desempenho: 51% de rejeição contra 49% de aprovação, a margem mais estreita entre todas as faixas de renda.
Economia: área tradicionalmente forte apresenta fragilidade
Na gestão econômica, tradicionalmente considerada ponto forte republicano, Trump enfrenta avaliação dividida com tendência negativa. A aprovação do manejo de empregos e economia atinge 40%, enquanto a desaprovação alcança 51%. Entre os que desaprovam, 38% o fazem de forma categórica.
O desempenho na gestão da inflação revela cenário ainda mais desfavorável. Apenas 33% aprovam a condução da política de preços, contra 58% que desaprovam. A desaprovação forte atinge 44% dos entrevistados, quase três vezes superior à aprovação forte de 16%.
Economia: jovens mais críticos, ricos mais tolerantes
Na avaliação econômica, as divisões geracionais se mantêm. Jovens de 18 a 29 anos desaprovam a gestão econômica por 55% contra 30% de aprovação. Entre 30 a 44 anos, a desaprovação atinge 59% contra 33% de aprovação. Eleitores de 45 a 64 anos invertem a tendência, com 49% de aprovação contra 44% de desaprovação. Maiores de 65 anos dividem-se: 47% aprovam contra 49% que desaprovam.
Por faixa de renda, os contrastes são marcantes. Famílias de baixa renda (menos de 50 mil dólares) desaprovam por 51% contra 37% de aprovação. Na classe média (50 a 100 mil dólares), a desaprovação alcança 52% contra 43% de aprovação. Entre os mais ricos (acima de 100 mil dólares), Trump obtém aprovação de 48% contra 48% de desaprovação, único empate técnico em todas as segmentações analisadas.
Inflação: rejeição generalizada
Na gestão da inflação, Trump enfrenta resistência em todos os grupos demográficos. Entre jovens de 18 a 29 anos, apenas 21% aprovam contra 66% que desaprovam. A faixa de 30 a 44 anos registra 25% de aprovação contra 63% de desaprovação. Eleitores de 45 a 64 anos demonstram maior tolerância: 43% aprovam contra 50% que desaprovam. Maiores de 65 anos dividem-se com 40% de aprovação contra 56% de desaprovação.
Percepção sobre direção do país
A avaliação sobre o rumo nacional reflete ceticismo generalizado. Apenas 34% consideram que o país segue na direção correta, enquanto 57% acreditam que está no caminho errado. Entre eleitores independentes, 59% veem o país fora dos trilhos.
A percepção negativa se acentua entre grupos demográficos tradicionalmente voláteis. Eleitores de 18 a 44 anos registram 65% e 62% respectivamente de avaliação negativa sobre a direção nacional. Mulheres demonstram pessimismo ainda maior, com 65% considerando o país no caminho errado.
Divisão partidária acentuada
Os dados revelam polarização extrema. Entre democratas, a desaprovação de Trump atinge 94%, com 89% desaprovando fortemente. Republicanos mantêm apoio de 87%, mas independentes se dividem com 57% de desaprovação contra 35% de aprovação.
A pesquisa indica que Trump mantém base sólida entre seus apoiadores tradicionais, mas enfrenta resistência crescente em segmentos cruciais para viabilidade eleitoral ampla. Os números sugerem desafios significativos para expansão do apoio além da base partidária consolidada.