O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou que Israel tentou matá-lo durante uma operação ainda não confirmada publicamente. A afirmação foi feita em entrevista ao apresentador Tucker Carlson, da Fox News, e divulgada nesta segunda-feira (7). Pezeshkian não informou quando o ataque teria ocorrido, nem se houve relação com o conflito armado entre Israel e Irã registrado em junho de 2025.
“Sim, eles procuraram. Agiram nesse sentido, mas fracassaram”, disse o presidente iraniano, ao ser questionado sobre a possível autoria de Israel. “Não foram os Estados Unidos os responsáveis pela tentativa contra minha vida. Foi Israel. Eu estive em uma reunião, e eles planejaram bombardear a área onde estávamos realizando esse encontro”, completou o líder, segundo tradução do persa.
O governo de Israel não se pronunciou sobre as declarações. O episódio citado por Pezeshkian não foi vinculado diretamente ao conflito iniciado em junho, que durou 12 dias e incluiu ataques a instalações militares e civis no Irã, além da morte de integrantes de alto escalão das Forças Armadas e da área científica do país.
Durante o mesmo período, a tensão geopolítica aumentou com declarações públicas de lideranças ocidentais. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — reeleito em 2025 —, afirmaram que não descartavam a possibilidade de um ataque direto ao líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
Trump declarou que Khamenei seria “um alvo fácil”, mas disse que ele “ainda não seria morto”. O presidente norte-americano teria vetado um plano previamente apresentado por Israel, cujo exército já estaria preparado para executar a operação. A informação sobre o veto circulou entre fontes próximas ao gabinete de segurança nacional dos Estados Unidos, mas não foi oficialmente confirmada pela Casa Branca.
Além da acusação feita contra Israel, Pezeshkian sinalizou abertura para a retomada de negociações com os Estados Unidos em torno do programa nuclear iraniano. “Não vejo problema”, afirmou ao ser questionado sobre a possibilidade de retomar o diálogo com Washington. Apesar disso, demonstrou desconfiança em relação à postura norte-americana, citando os ataques recentes a três instalações nucleares no Irã realizados por forças dos Estados Unidos durante o conflito de junho.
Os bombardeios aumentaram o distanciamento diplomático entre Teerã e Washington e provocaram reações contrárias em organismos multilaterais. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e representantes da União Europeia pediram esclarecimentos sobre a legalidade da ação, mas não houve sanções formais.
Pezeshkian chegou à presidência do Irã em julho de 2024, após vencer eleições convocadas devido à morte do então presidente Ebraim Raisi em um acidente de helicóptero. O novo governo iniciou sua gestão sob forte pressão internacional, enfrentando ao mesmo tempo uma escalada de tensões com Israel e dificuldades no diálogo com potências ocidentais.
Nos meses seguintes à posse, o novo presidente procurou reforçar alianças com parceiros estratégicos, entre eles Rússia e China, além de reafirmar o compromisso do Irã com o BRICS, bloco do qual o país passou a fazer parte recentemente. O governo iraniano também tem buscado retomar acordos comerciais e energéticos com nações da Ásia Central e do Golfo Pérsico.
A fala sobre uma possível retomada de negociações com os Estados Unidos surge no momento em que analistas internacionais avaliam a viabilidade de um novo acordo nuclear. O pacto anterior, conhecido como JCPOA, foi rompido em 2018 durante o primeiro mandato de Donald Trump, e as tentativas de restabelecimento fracassaram ao longo das administrações seguintes.
A retomada do diálogo sobre o programa nuclear depende de diversos fatores, incluindo garantias de que o Irã não avançará com enriquecimento de urânio acima dos limites definidos anteriormente e da suspensão parcial das sanções econômicas impostas ao país.
Nos bastidores diplomáticos, a entrevista de Pezeshkian é vista como sinal de possível reaproximação, ainda que cercada de desconfiança. A ausência de detalhes sobre a suposta tentativa de assassinato atribuída a Israel deixa margem para interpretações sobre o momento exato do episódio e seu impacto na relação entre os dois países.
A gestão de Pezeshkian segue monitorada de perto por chancelerias ocidentais, que acompanham os desdobramentos da política interna iraniana, os posicionamentos do governo em temas nucleares e as alianças regionais. Até o momento, não houve manifestações oficiais de Washington ou Tel Aviv sobre os pontos abordados na entrevista.
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