O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera todos os cenários de segundo turno para a eleição presidencial de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 17, pela Folha de S.Paulo. O levantamento aponta que Lula aparece numericamente à frente de todos os adversários testados, mesmo nos casos de empate técnico.
Em um possível confronto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula tem 41% das intenções de voto, contra 37% do adversário. Em maio, o governador tinha 40%, mas perdeu três pontos. O petista manteve o mesmo patamar, mesmo com o cenário de crise envolvendo o aumento das tarifas de energia, que tem afetado a imagem de Tarcísio e provocado tentativas de distanciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O levantamento foi realizado entre os dias 10 e 14 de julho, em 120 municípios, com 2.004 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança, de 95%.
No confronto direto com Bolsonaro, que atualmente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é investigado por tentativa de golpe de Estado, Lula também ampliou a vantagem. Agora aparece com 43% contra 37% do ex-presidente. Em maio, os dois estavam empatados com 41%.
Michelle Bolsonaro também foi testada. Nesse cenário, Lula venceria com 43% contra 36%. A diferença aumentou em relação à pesquisa anterior, quando o placar era de 43% a 39%. O presidente também superaria Ratinho Junior (41% a 36%) e Eduardo Leite (41% a 36%), com resultados semelhantes aos registrados na rodada passada.
Outros nomes da oposição, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), registram ainda maior desvantagem frente a Lula. O petista tem 43% contra 33% de Eduardo Bolsonaro; 42% contra 33% de Zema; e 42% contra 33% de Caiado. Esses números se mantiveram estáveis em relação a maio.
Nos cenários de primeiro turno, Lula também aparece na liderança. Em uma simulação com Bolsonaro, o presidente tem 32%, enquanto o ex-presidente soma 26%. Ciro Gomes (PDT) aparece com 8%, Ratinho com 6%, e os demais nomes não passam de 5%. Brancos, nulos e indecisos totalizam 23%.
Outros cenários de primeiro turno também mostram Lula à frente. Contra Michelle Bolsonaro, o petista tem 30% ante 19%. Contra Tarcísio ou Eduardo Bolsonaro, Lula aparece com 32%, e os dois adversários com 15% cada. Ciro Gomes permanece como o principal nome da chamada terceira via, com índices entre 10% e 12%, conforme o cenário.
A pesquisa foi realizada em meio à repercussão da sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos importados, incluindo os brasileiros. O governo Lula reagiu com discurso de defesa da soberania nacional. Segundo os dados da Quaest, 72% dos entrevistados consideram que Trump errou ao penalizar o Brasil. Além disso, 53% disseram aprovar a resposta do governo Lula, que anunciou a intenção de retaliação comercial proporcional.
A repercussão do episódio gerou reações entre aliados de Bolsonaro. Tarcísio, que inicialmente apoiou a medida de Trump, recuou e adotou uma postura mais cautelosa. A mudança de discurso foi interpretada como tentativa de reduzir o desgaste junto ao eleitorado.
Sobre as preferências para uma eventual substituição de Bolsonaro, 62% dos entrevistados acreditam que ele deveria apoiar outro nome em 2026. Entre os possíveis sucessores, Tarcísio aparece com 15%, seguido por Michelle (13%), Ratinho (9%) e Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal, ambos com 8%. Eduardo Leite, Zema e Caiado registraram entre 3% e 4%. Um total de 19% declarou não querer nenhum desses nomes e 17% se disseram indecisos.
No caso de Lula, 58% afirmaram que ele não deveria concorrer à reeleição. Em maio, esse número era de 66%. Já os que defendem um novo mandato para o atual presidente subiram de 32% para 38%, o que mostra um leve crescimento da aceitação.
Na pergunta espontânea — quando os nomes não são apresentados aos entrevistados — Lula lidera com 15% das intenções de voto. Bolsonaro aparece com 11%. No entanto, 68% dos eleitores ainda não sabem em quem votar, o que indica um cenário em aberto e sujeito a mudanças nos próximos meses.