Quaest também revela virada no apoio a reeleição de Lula em 2026

RICARDO STUCKERT/PR

Uma nova rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta quinta-feira (17), indica mudanças significativas no cenário eleitoral para 2026. O levantamento revela crescimento no apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição e leve redução na rejeição ao nome de Jair Bolsonaro (PL), que permanece inelegível.

A pesquisa, realizada entre 10 e 14 de julho com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios, aponta que 38% dos eleitores acreditam que Lula deve disputar um novo mandato em 2026. No levantamento anterior, feito entre 29 de maio e 1º de junho, esse percentual era de 32%. A rejeição à candidatura petista caiu de 66% para 58%, enquanto o número de eleitores que não souberam ou não quiseram responder subiu de 2% para 4%.

Apoio à reeleição de Lula cresce entre eleitores de centro e esquerda

Os dados mostram que a principal alta no apoio à reeleição do presidente ocorreu entre eleitores que se identificam como de esquerda e de centro, bases tradicionais de sustentação do governo. Também houve oscilação positiva entre os eleitores de direita que não se declaram bolsonaristas, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais.

Veja os números atualizados sobre a possível candidatura de Lula:

  • Sim, Lula deve se candidatar: 38% (subiu de 32%)
  • Não, não deve se candidatar: 58% (caiu de 66%)
  • Não sabe / Não respondeu: 4% (subiu de 2%)

Popularidade do governo Lula também registra avanço

Além das intenções de voto, a Quaest avaliou a aprovação da gestão Lula. Segundo os dados, a taxa de aprovação subiu de 40% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53%. Com isso, a diferença entre os dois indicadores diminuiu de 17 para 10 pontos percentuais. A maior melhora foi identificada entre eleitores que se declaram de centro.

Eleitorado se divide sobre volta de Bolsonaro

A pesquisa também investigou a opinião dos eleitores sobre uma eventual tentativa de retorno de Jair Bolsonaro à disputa presidencial. Mesmo inelegível e com processo em andamento por tentativa de golpe de Estado, 28% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente deveria manter sua candidatura. Esse número representa uma oscilação positiva de dois pontos em relação ao último levantamento, quando era de 26%.

Já 62% afirmam que Bolsonaro deveria abrir mão da disputa e apoiar outro nome, percentual que recuou em relação aos 65% registrados anteriormente. Os que não souberam ou preferiram não responder somam 10%, ante 9% na pesquisa anterior.

Confira os dados completos:

  • Deveria abrir mão e apoiar outro candidato: 62% (eram 65%)
  • Deveria manter a candidatura, mesmo inelegível: 28% (eram 26%)
  • Não sabe / Não respondeu: 10% (eram 9%)

Medo do futuro político do país divide opiniões

Outro ponto abordado pela pesquisa é a percepção dos eleitores sobre o futuro político do Brasil. Os entrevistados foram questionados sobre qual cenário lhes causa mais apreensão: a continuidade de Lula na Presidência ou o retorno de Bolsonaro ao poder.

O resultado mostra um empate técnico entre as duas opções. Segundo os dados, 44% têm mais medo da volta de Bolsonaro, enquanto 41% demonstram mais receio da permanência de Lula. Outros 7% declararam ter medo dos dois cenários, enquanto 3% afirmaram não temer nenhum dos dois. O percentual dos que não souberam ou não responderam foi de 5%.

Veja os dados:

  • Medo de Bolsonaro voltar à Presidência: 44% (eram 45%)
  • Medo de Lula continuar na Presidência: 41% (eram 40%)
  • Medo dos dois: 7% (sem variação)
  • Não tem medo de nenhum: 3% (sem variação)
  • Não sabe / Não respondeu: 5% (sem variação)

A pesquisa Quaest tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos percentuais. Os dados confirmam o início de uma reconfiguração no comportamento do eleitorado a pouco mais de um ano do início oficial da corrida presidencial.

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