Lula inaugura maior projeto de energia e gás natural do continente no RJ

TAUAN ALENCAR/MME

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira, 28, da cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra, no estado do Rio de Janeiro. A unidade, com capacidade instalada de 1,7 gigawatts (GW), recebeu investimentos de R$ 7 bilhões.

A GNA II integra o parque de geração a gás natural da empresa GNA, que também opera a GNA I no mesmo local. Juntas, as duas usinas somam potência de 3 GW, formando o maior complexo de geração termoelétrica a gás natural da América Latina. O projeto está incluído na carteira de empreendimentos estratégicos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

De acordo com dados técnicos, a GNA II tem capacidade para fornecer energia firme para cerca de 8 milhões de residências. A nova usina foi projetada com foco em confiabilidade do suprimento e redução de emissões de carbono. Entre as inovações incorporadas, está a possibilidade de operação com até 50% de hidrogênio em substituição ao gás natural.

A adoção parcial de hidrogênio posiciona o empreendimento em alinhamento com os parâmetros da transição energética global. A usina também utiliza um sistema de ciclo combinado, no qual o calor gerado por três turbinas a gás é aproveitado para acionar uma quarta turbina, a vapor. Essa configuração permite alcançar eficiência energética superior a 62%. Nesse sistema, 35% da energia gerada — o equivalente a 572 megawatts (MW) — é produzida sem aumento no consumo de combustíveis fósseis.

Outro elemento citado como diferencial ambiental é o uso de água do mar em quase 100% dos processos industriais, o que elimina a necessidade de captação de recursos hídricos continentais. A estrutura foi projetada com três turbinas a gás e uma a vapor, integradas ao sistema de reaproveitamento térmico.

A construção da GNA II movimentou o setor de geração de empregos na região. Durante as obras, aproximadamente 10 mil vagas foram criadas. Além disso, foram promovidos cursos gratuitos de capacitação profissional para moradores da área. No pico das atividades de construção das usinas GNA I e II, o número total de empregos diretos chegou a 22 mil.

O complexo recebeu um total de R$ 12 bilhões em investimentos. Segundo os dados divulgados pela empresa, a estrutura tem potencial para fornecer eletricidade a até 14 milhões de domicílios. A energia gerada será integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que distribui a eletricidade por todas as regiões do país.

A inclusão da GNA II na carteira do Novo PAC reforça a estratégia federal de priorizar investimentos em infraestrutura energética com foco em segurança do suprimento e eficiência tecnológica. A nova unidade representa uma das maiores iniciativas de geração de energia térmica com potencial de transição para matrizes de menor emissão de carbono.

A cerimônia de inauguração contou com a presença de representantes do governo federal, autoridades locais, executivos do setor energético e trabalhadores envolvidos na execução do projeto. Durante o evento, foi destacada a contribuição da usina para o desenvolvimento regional e para a modernização da matriz energética nacional.

A localização estratégica do Porto do Açu também foi apontada como elemento relevante na operação do complexo. A infraestrutura portuária permite a recepção de gás natural liquefeito (GNL) por meio de navios metaneiros, que abastecem a unidade com o insumo necessário para a geração de energia.

Com a entrada em operação da GNA II, o parque do Porto do Açu amplia a capacidade nacional de geração elétrica baseada em gás natural, ao mesmo tempo em que se prepara para tecnologias que utilizem fontes de menor impacto ambiental, como o hidrogênio. A compatibilidade da usina com a futura substituição parcial de combustíveis fósseis foi apontada como uma medida de preparação do sistema elétrico para as transformações energéticas globais.

O empreendimento é operado por um consórcio formado por empresas do setor de energia, incluindo participação de capital nacional e internacional. O projeto envolveu engenharia, construção e comissionamento realizados por fornecedores de diferentes regiões do país.

O uso de soluções técnicas com foco em eficiência operacional e redução de emissões posiciona a GNA II como uma das referências em geração termoelétrica no Brasil. A usina está preparada para atender picos de demanda do sistema nacional, além de oferecer flexibilidade na composição da matriz energética.

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