O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em cerimônia de comemoração dos 80 anos do Instituto Rio Branco nesta segunda-feira (4), criticou “conluio” entre entidades brasileiras e estrangeiras ao se referir a pressão do governo dos Estados Unidos para serem interrompidas as ações judiciais contra Jair Bolsonaro.
Segundo o chanceler, “nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”, e os processos deverão continuar. Ele ainda completou que “saudosistas declarados do arbítrio”, em referência ao golpe militar de 1964, e “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”.
“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras”, declarou.
O ministro também respondeu à justificativa do presidente estadunidense Donald Trump de tarifar o Brasil porque Bolsonaro seria alvo de uma “caça às bruxas” judicial. “Sejamos claros: nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar, cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus em processos transparentes transmitidos pela TV em tempo real, com direito à ampla defesa e com pleno respeito ao devido processo legal”, apontou.