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Governo Lula enxuga máquina pública e aumenta investimentos sociais

Despesas com Bolsa Família e BPC crescem 150 % e 44 %, respectivamente, sobre último ano de Bolsonaro. Ao mesmo tempo em que o governo Lula promove uma vigorosa retomada dos programas sociais, os números oficiais mostram queda contínua nas despesas com servidores públicos e recuo da despesa total da União em relação ao PIB — o […]

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Reunião com Prefeito de Recife, João Campos, em 6 de agosto de 2025. Foto: Diogo Zacarias/MF

Despesas com Bolsa Família e BPC crescem 150 % e 44 %, respectivamente, sobre último ano de Bolsonaro.

Ao mesmo tempo em que o governo Lula promove uma vigorosa retomada dos programas sociais, os números oficiais mostram queda contínua nas despesas com servidores públicos e recuo da despesa total da União em relação ao PIB — o contrário do que sugerem acusações de “gastança”.

A despesa com servidores e encargos sociais totalizou R$ 387 bilhões nos 12 meses até junho, equivalendo a 3,1 % do PIB — queda frente aos 3,33 % no início do mandato, em jan/2023, e muito abaixo do pico de 4,31 % registrado em 2018.

Os números são do Tesouro Nacional.

A despesa total do governo federal, que atingiu 26 % do PIB no auge da pandemia (nov/2020), está hoje em 20,35 %, inferior aos 22,67 % de jan/2016. Essa redução nos gastos públicos totais se deu, reitere-se, mesmo com o aumento nos investimentos em saúde, educação e programas sociais, como Bolsa Família e BPC. Isso significa duas coisas: que o PIB cresceu, absorvendo relativamente o aumento nas despesas totais, e que o enxugamento da máquina não se deu nas áreas sociais mais sensíveis.

As despesas federais com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) passou de 0,79 % do PIB no início da atual administração (jan/23), para 0,98 % em junho de 2025. Já o Bolsa Família saltou de 0,93 % para 1,36 % do PIB no mesmo intervalo, reforçando a rede de proteção social.

Segundo o último relatório do Tesouro Nacional, o governo federal gastou R$ 123 bilhões com BPC no acumulado de 12 meses até junho, alta de 12 % sobre o ano anterior. Na comparação com junho de 2022, último ano da gestão Bolsonaro, o gasto cresceu 44 %.

Repare ainda que o governo Bolsonaro iniciou seu mandato com importantes reduções nas despesas do BPC, medido em participação no PIB. O programa, que respondia por cerca de 0,8% do PIB no início do governo Bolsonaro cai para cerca de 0,75% no início de 2022, para disparar de maneira abrupta nos meses próximos da eleição. Após a posse de Lula, em janeiro de 2023, o aumento nas despesas com BPC se torna mais consistente e regular.

O Bolsa Família somou R$ 170 bilhões nos últimos 12 meses até junho, avanço de 150 % sobre igual período encerrado em junho de 2022. Os valores já estão corrigidos pelo IPCA de junho de 2025.

Na comparação com os 12 meses terminados em junho de 2024, houve declínio de 5,7 % nas despesas do Bolsa Família, possivelmente pela saída de quase 900 mil beneficiários em razão do aumento de renda dessas famílias.

As despesas com Saúde avançaram de 1,38 % do PIB (jan/2023) para 1,64 % (jun/2025), enquanto Educação subiu de 0,27 % para 0,29 %.

Dessa forma, o reforço dos programas sociais convive com uma máquina administrativa mais enxuta e uma despesa federal total que permanece menor — em termos relativos — do que nos picos recentes.

Outro aspecto interessante nos relatórios divulgados pelo Tesouro Nacional é a melhora nos resultados primários e nominais, indicando uma saudável recuperação da situação fiscal do governo.

O resultado nominal, que havia atingido um déficit de quase 9,2% do PIB em junho de 2024, vem sendo reduzido de maneira bastante acelerada nos últimos meses, mesmo com o Banco Central jogando contra, através dos aumentos nos juros da Selic.

Em junho, o déficit nominal do governo central ficou em 6,55%, no acumulado de 12 meses até junho, o menor em quase dois anos.

Já o resultado primário em 12 meses entra no segundo mês em terreno positivo, atingindo superávit de 0,11% do PIB em junho.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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