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EUA convidam Alckmin, mas mantêm pressão por anistia a Bolsonaro e não aliviam tarifa de 50%

Em meio às tensões comerciais provocadas pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo norte-americano enviou um convite ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para uma visita oficial a Washington. A informação foi publicada nesta quarta-feira (7) pela colunista Raquel Landim, do portal UOL. […]

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Em meio às tensões comerciais provocadas pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo norte-americano enviou um convite ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para uma visita oficial a Washington. A informação foi publicada nesta quarta-feira (7) pela colunista Raquel Landim, do portal UOL.

Segundo a apuração, o convite é tratado como um gesto simbólico de “boa vontade” por parte dos Estados Unidos. No entanto, interlocutores do governo brasileiro avaliam que, apesar da aproximação diplomática, os norte-americanos não demonstraram disposição real para aliviar a pressão política sobre o Brasil, especialmente no que diz respeito à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Dentro do governo Lula, a leitura é clara: “não é possível negociar soberania”, afirma uma fonte citada na coluna. O Brasil resiste a qualquer condicionamento comercial atrelado a temas políticos internos, especialmente relacionados ao andamento de investigações ou julgamentos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os EUA sinalizaram a possibilidade de excluir da lista da tarifa de 50% alguns produtos de interesse direto do agronegócio brasileiro, como carnes, pescados, café e manga. A retirada, no entanto, está condicionada à realização da visita oficial de Alckmin — ou, alternativamente, do secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa — a Washington.

A contrapartida oferecida pelos norte-americanos inclui a retirada de itens que os EUA não produzem em grande volume ou que enfrentam escassez interna. Apesar disso, representantes do governo norte-americano reforçaram que a flexibilização só será discutida após o encontro diplomático.

Além das exigências comerciais, o governo dos EUA também vem articulando apoio à concessão de anistia a Jair Bolsonaro, que atualmente é réu em ações que investigam sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. A atuação norte-americana nesse campo é vista com preocupação por membros do governo brasileiro, que enxergam um esforço coordenado de pressão política por parte de Washington.

O convite a Alckmin acontece em um momento de impasse nas relações bilaterais. O governo brasileiro mantém a disposição para o diálogo, mas avalia que não pode aceitar condições que comprometam a autonomia das instituições nacionais. O Planalto também monitora os desdobramentos do pacote tarifário, que já entrou em vigor e afeta aproximadamente 4% das exportações brasileiras para os EUA.

Fontes do governo indicam que o convite está sendo analisado com cautela, especialmente diante da exigência de uma visita formal antes de qualquer revisão na política tarifária. Há preocupação de que a viagem seja interpretada como aceitação tácita de imposições externas em um momento sensível para a diplomacia brasileira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou publicamente que o Brasil buscará soluções negociadas, mas que não cederá em questões que envolvam soberania nacional ou interferência em decisões do Judiciário.

O gesto de Washington é considerado contraditório: ao mesmo tempo em que sinaliza disposição para diálogo, o governo dos EUA intensifica a pressão sobre temas sensíveis à política interna brasileira. O Palácio do Planalto avalia que não é possível dissociar o componente simbólico da visita do conteúdo efetivo das negociações.

As tratativas entre os dois países continuam em curso, e uma definição sobre a ida de Alckmin a Washington ainda não foi anunciada. Enquanto isso, os setores afetados pelas tarifas seguem cobrando medidas de compensação e proteção do governo federal.

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