Pesquisa Ipsos-Ipec mostra racha no Brasil sobre retaliação ao tarifaço de Trump

Andrew Leyden/ NurPhoto/picture alliance

A mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada pelo g1, aponta que a população brasileira está dividida sobre a melhor resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos a produtos nacionais. O levantamento mostra que 49% defendem que o Brasil adote tarifas igualmente altas contra importações norte-americanas, enquanto 43% rejeitam essa medida.

O estudo foi realizado entre 1º e 5 de agosto, um dia antes de a nova tarifa entrar em vigor, com entrevistas a 2 mil pessoas em 132 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%. Entre os que apoiam a retaliação, 33% concordam totalmente e 16% parcialmente. Já entre os contrários, 30% discordam totalmente e 13% em parte.

Perfis mais favoráveis e mais contrários
O apoio à retaliação é maior entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (61%), moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (58%), jovens de 16 a 24 anos (55%) e pessoas com ensino superior (53%). Mulheres (51%), católicos (51%) e famílias com renda entre 1 e 2 salários mínimos (50%) também registram índice acima da média nacional.

A rejeição à medida é predominante entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (56%), moradores da região Sul (52%), habitantes de periferias (52%) e evangélicos (50%).

Percepção de motivação política
A pesquisa indica que 75% dos entrevistados acreditam que a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, teve motivação política. Apenas 12% avaliam que a medida é estritamente comercial, 5% veem ambas as motivações e 8% não souberam responder. Entre pessoas de 45 a 59 anos, esse índice sobe para 80%, enquanto nas regiões Nordeste e Sudeste a percepção política chega a 77%.

Impacto na imagem dos EUA
Antes do tarifaço, 48% avaliavam a imagem dos Estados Unidos como “ótima” ou “boa” e 15% de forma negativa. Após o anúncio, 38% afirmaram que a percepção sobre o país piorou, 6% disseram que melhorou e 51% não notaram alteração.

Defesa de novos acordos comerciais
O estudo também mostra que 68% defendem que o Brasil concentre esforços em acordos com outros parceiros, como China e União Europeia, enquanto 25% discordam. Dentre os favoráveis, 45% concordam totalmente e 23% parcialmente.

Temor de isolamento internacional
Para 60% dos entrevistados, o embate tarifário pode aumentar o isolamento do Brasil no cenário internacional. Outros 32% não veem esse risco.

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