No 2º turno, petista empata com Bolsonaro e Tarcísio no limite da margem de erro, em cenário de recuperação.
Datafolha — Atual ocupante do Palácio do Planalto, Lula (PT) lidera os cenários de intenção de voto para o 1º turno da eleição presidencial de 2026 com vantagem maior do que no início de junho, mas vê os adversários mais próximos nos cenários testados de 2º turno pelo último Datafolha, com pesquisas realizadas até dia 30 de julho.
O oponente com maior força eleitoral, nos cenários testados, é Jair Bolsonaro (PL), inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas que pode lançar seu nome para a disputa até ser vetado oficialmente devido à sua situação legal. No embate entre eles, o petista agora tem vantagem no 1º turno (onde antes havia um empate) e no 2º turno.
No cenário em que os dois são incluídos como alternativas de voto para o 1º turno da eleição ao lado de Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (UB), o petista é a opção de 39% dos brasileiros com 16 anos ou mais (em junho, 36%), seguido pelo antecessor (33%, ante 35% em junho). Em um patamar mais baixo aparecem, empatados, Ratinho (7%, estável), Caiado (5%, estável), Zema (4%, e tinha 5%) e os demais votariam em branco ou nulo (9%), além de 2% que não responderam.
A vantagem de Lula sobre Bolsonaro nesse cenário, com distância de seis pontos percentuais, sobe para 19 pontos na parcela com 60 anos ou mais (46% a 27%), para 24 pontos entre quem tem escolaridade fundamental (48% a 24%), para 13 pontos entre os mais pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários (44% a 31%), para 28 pontos no Nordeste (53% a 25%) e para 17% entre católicos (44% a 27%). No grupo que hoje avalia o governo Lula como regular (29% dos brasileiros adultos), o petista tem vantagem de 20 pontos sobre o antecessor (40% a 20%). O ex-presidente tem vantagem ampla sobre o petista nas faixas de renda de 5 a 10 salários (41% a 26%) e mais de 10 salários (50% a 31%), na região Sul (39% a 29%) e entre evangélicos (52% a 24%).
Somados, Ratinho Junior, Zema e Caiado tem 17% das intenções de voto no cenário contra Lula e Bolsonaro. Esse índice fica em 24% na faixa de renda de 5 a 10 salários, em 24% na parcela que avalia o governo Lula como regular e em 29% entre quem declara estar no centro da escala em que nos extremos estão petistas e bolsonaristas.
Com Tarcísio de Freitas (Republicanos) no lugar de Jair Bolsonaro como presidenciável, Lula tem 38% (tinha 37% no mesmo cenário em junho), ante 21% do governador de São Paulo (estável). Na sequência aparecem Ratinho Junior (12%, e tinha 11%), Caiado (7%, e tinha 6%) e Zema (6%, estável), com 14% de brancos ou nulos e 3% sem opinião. A vantagem de 17 pontos de Lula sobre Tarcísio neste cenário se transforma em um empate na fatia dos que estudaram até o ensino superior (32% para o petista, 31% para o governador paulista) e entre evangélicos (24% e 25%, respectivamente), e em desvantagem entre os mais ricos (25% a 35% na faixa de renda familiar de 5 a 10 salários, e 29% a 48% entre quem tem renda superior a 10 salários).
No cenário em que Michelle Bolsonaro (PL) é a candidata do campo bolsonarista, o atual presidente tem 39% das intenções de voto (tinha 37% no mesmo cenário em junho), e a ex-primeira-dama aparece com 24% (tinha 26%). Ela é seguida por Ratinho Junior (10%, e tinha 9%), Caiado (7%, estável) e Zema (6%, estável), com 11% de votos em branco ou nulo e 3% sem opinião.
Nos embates entre Lula e os filhos de Bolsonaro, os cenários são parecidos, com o petista ampliando sua vantagem em alguns pontos. Tendo Eduardo Bolsonaro (PL) como adversário, o atual presidente tem 39% das intenções de voto (tinha 37%), ante 20% do deputado federal do PL (estável), 11% de Ratinho Junior (estável), 8% de Caiado (tinha 7%) e 7% de Zema (tinha 8%). Os demais não opinaram (2%) ou votariam em branco ou nulo (13%). A soma das intenções de voto em Ratinho Junior, Caiado e Zema, neste cenário, supera a preferência por Eduardo Bolsonaro e Lula na faixa de renda familiar de 5 a 10 salários (40%, ante 26% para o petista e 20% para o deputado do PL).
Com Flávio Bolsonaro (PL) como presidenciável, Lula tem 40%, ante 18% do senador fluminense. Na sequência aparecem Ratinho Junior (11%), Caiado (8%) e Zema (7%). Neste cenário, 13% votariam em branco ou nulo, e há 3% que não opinaram.
Em um cenário em que são testados o nome de Tarcísio de Freitas e de Fernando Haddad (PT) como candidatos, há empate entre o governador de São Paulo (23%) e o atual Ministro da Fazenda (23%). Em um patamar mais baixo aparecem Ratinho Junior (14%), Zema (7%) e Caiado (7%), com 5% sem opinião e 21% de votos em branco ou nulos.
O levantamento também testou o nome de Geraldo Alckmin (PSB) como presidenciável, tendo como adversários Tarcísio, Ratinho Junior, Caiado e Zema. O resultado é semelhante ao anterior, com o vice-presidente (24%) empatado com o governador paulista (22%). Na sequência aparecem os atuais governadores do Paraná (14%), Goiás (7%) e Minas Gerais (7%), além de 21% que votariam em branco ou nulo e 5% que não opinaram.
Na pesquisa espontânea, quando não há apresentação dos cartões com os nomes dos pré-candidatos, Lula é citado por 22% (eram 18% em junho), e Jair Bolsonaro, por 17% (eram 16%). O nome de Tarcísio de Freitas é mencionado espontaneamente por 1%, e o dos demais não atinge esse patamar mínimo. Cerca de metade (49%) não citou nenhum nome (eram 56%), e 5% declararam voto em branco ou nulo.
Entre quem avalia o governo Lula atual como ótimo ou bom, 58% citam seu nome espontaneamente como candidato a presidente em 2026 (eram 48% no levantamento anterior). Na fatia que vê o governo como regular, 17% mencionam o petista (eram 13%), e entre quem considera a gestão do petista ruim ou péssima 35% citam espontaneamente Bolsonaro como nome escolhido para a próxima disputa presidencial (eram 33%).
Os brasileiros também foram consultados sobre a rejeição aos nomes dos pré-candidatos à Presidência, e Lula e Bolsonaro aparecem como os nomes mais rechaçados: 47% não votariam de jeito nenhum no petista no 1º turno da próxima disputa presidencial, e 44% não escolheriam seu antecessor. A família do ex-presidente aparece na sequência, com Eduardo Bolsonaro rejeitado por 38%, no mesmo patamar de Flávio Bolsonaro (36%) e Michelle Bolsonaro (36%). Uma candidatura de Haddad seria rejeitada por 32%, e na sequência aparecem Alckmin (27%), Zema (22%), Ratinho Junior (21%), Caiado (18%) e Tarcísio (17%). Há 2% que rejeitam todos, 1% que votariam em qualquer um deles e 1% que não opinou.
LULA SE RECUPERA PARCIALMENTE E ABRE VANTAGEM DE QUATRO PONTOS SOBRE BOLSONARO E TARCÍSIO NO 2º TURNO
Nas projeções de segundo turno para a eleição presidencial, Lula recuperou parte da vantagem que tinha em abril deste ano sobre Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, e que havia desaparecido no início do junho.
Contra Bolsonaro, Lula tem 47% das intenções de voto (tinha 44% no levantamento anterior), e seu antecessor tem 43% (ante 45% em junho). Votos em branco ou nulo somam 10%. A distância de quatro pontos os coloca em empate técnico no limite da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos, com probabilidade mais alta do petista estar à frente.
A situação é parecida no cenário em que o atual presidente é confrontado com Tarcísio de Freitas, com 45% das intenções de voto para o petista (eram 43% em junho) e 41% para o governador paulista (eram 42%). Há 12% que votariam em branco ou nulo, e 2% não opinaram.
Na parcela masculina da população, Tarcísio tem 47%, ante 41% de Lula. Entre as mulheres, o petista tem vantagem (48% a 37%). O atual presidente tem vantagem mais ampla entre pessoas com 60 anos ou mais (53% a 35%), no segmento com escolaridade fundamental (58% a 32%), entre quem tem renda mensal familiar de até 2 salários (51% a 35%), na região Nordeste (59% a 27%) e entre católicos (50% a 38%). Fica atrás do governador de São Paulo, porém, em segmentos de destaque como brasileiros com curso superior (37% a 50%), pessoas com renda familiar de 5 a 10 salários (28% a 63%) e entre evangélicos (29% a 54%).
No embate entre o atual presidente e Michelle Bolsonaro, o petista tem 48% das intenções de voto (em junho, 46%), e a ex-primeira-dama, 40% (tinha 42% em abril), desfazendo o empate registrado anteriormente. Os demais votariam em branco ou nulo (11%) ou preferiram não opinar (1%).
Contra Eduardo Bolsonaro, Lula teria 49% das intenções de voto (em junho, 46%), ante 37% do deputado do PL (tinha 38%), com 13% optando pelo voto branco ou nulo e 1% sem opinião sobre a disputa.
Cenário similar é verificado no embate entre o atual presidente e Flavio Bolsonaro, em que Lula aparece com 48% (em junho, 47%), e o senador pelo Rio de Janeiro, com 37% (tinha 38%). Votos em branco somam 13%, e 1% não opinou.
Embates diretos entre Lula e Ratinho Junior, Caiado e Zema foram consultados pela primeira vez, e o governador do Paraná surge como o oponente mais forte para o petista entre eles.
Em uma disputa direta com Ratinho Junior, o atual presidente teria 45% das intenções de voto, ante 40% do adversário. Uma parcela de 14% votaria em branco ou nulo, e 1% não opinou. A vantagem de Lula é mínima, e há empate entre eles entre homens (43% para Lula, 43% para Ratinho Junior), na faixa de 25 a 34 anos (43% a 41%, respectivamente), entre quem tem de 35 a 44 anos (40% a 45%), na faixa de 45 a 59 anos (42% a 43%), entre brasileiros com escolaridade média (41% a 42%), na fatia com escolaridade superior (39% a 42%) e entre quem tem renda mensal familiar de 2 a 5 salários (40% a 43%). Na faixa de renda de 5 a 10 salários, o governador paranaense lidera (58% a 29%), e entre os mais pobres, com renda mensal familiar até 2 salários mínimos, a vantagem ampla é do atual presidente (51% a 36%).
No cenário em que seu adversário é Zema, Lula tem 46%, e o governador mineiro, 36%, com 16% de votos em branco ou nulos, e 2% sem opinião. Contra Caiado, o petista tem 47%, ante 35% do governador de Goiás. Há 17% que votariam em branco ou nulo numa disputa direta entre eles, e 2% não opinaram.
Outros dois cenários inéditos incluem embates diretos que colocam Tarcísio de Freitas contra Haddad e Alckmin.
Em eventual disputa entre o atual governador paulista e o vice-presidente, há um empate, com 40% para Tarcísio e 38% para Alckmin. Uma parcela de 17% votaria em branco ou nulo, e 4% não opinaram.
Tendo Hadadd como adversário, Tarcísio de Freitas tem 43% das intenções de voto, ante 37% do Ministro da Fazenda. A taxa de brancos ou nulos é de 17%, e 3% preferiram não responder.
61% NÃO VOTARIAM DE JEITO NENHUM EM CANDIDATO PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUE PROMETESSE ANISTIA À JAIR BOLSONARO E ALIADOS
Seis em cada dez (61%) declararam que não votariam de jeito nenhum em candidato para presidente da República que prometesse livrar Jair Bolsonaro e aliados de qualquer pena ou punição sobre os atos do dia 08 de janeiro. Já, 14% declararam que talvez votariam e 19%, que votariam com certeza. Uma fração de 6% não opinou.
São observados índices mais altos de rejeição à um candidato que prometesse a anistia entre as mulheres do que entre os homens (64%, ante 58%), entre os menos instruídos do que entre os mais instruídos (69%, ante 54%), entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos do que entre os que têm renda familiar de mais de 5 a 10 salários mínimos (64%, ante 44%), entre os moradores da região Nordeste (71%), entre os católicos do que entre os evangélicos (66%, ante 50%), entre os que aprovam o governo Lula (84%), entre os que estão satisfeitos com o trabalho do STF (84%), entre os que pretendem votar em Lula na eleição presidencial de 2026 (86%, ante 29% entre os eleitores de Jair Bolsonaro em 2026) e entre os autodeclarados petistas (89%).
E, por outro lado, observam-se índices mais altos de certeza de voto ao candidato que prometesse anistia entre os homens do que entre as mulheres (24%, ante 16%), entre os mais instruídos (26%, ante 16% entre os menos instruídos), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (31%, ante 16% entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos), entre os evangélicos do que entre os católicos (25%, ante 17%), entre os que reprovam o governo Lula (33%), entre os que estão insatisfeitos com o trabalho do STF (40%), entre os que pretendem votar em Jair Bolsonaro em 2026 (40%) e entre os que se autodeclararam como bolsonaristas (43%).
Na análise pelo cenário de intenção de voto com Tarcísio de Freitas (Republicanos) no lugar de Jair Bolsonaro, observam-se diferenças de opinião entre os eleitores de Tarcísio, de Ratinho Junior (PSD) e de Ronaldo Caiado (União). Entre os eleitores do governador de São Paulo, 40% declararam que votariam em um candidato à presidência da República que anistiasse Bolsonaro e aliados (ante 26% entre os eleitores de Ratinho e 24% entre os eleitores de Caiado), 24% talvez votariam (ante 16% entre os eleitores de Ratinho e 17% entre os eleitores de Caiado), 33% não votariam de jeito nenhum (ante 52% entre os eleitores de Ratinho e 52% entre os eleitores de Caiado) e 4% não opinaram (ante 6% entre os eleitores de Ratinho e 7% entre os eleitores de Caiado).
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