Ucrânia reivindica ataque a estação de petróleo russa

A Ucrânia reivindica ataque a estação de bombeamento em Unecha, ponto crucial da rede de oleodutos russa para exportação de petróleo / Reprodução

A rede de oleodutos Druzhba e o Sistema Báltico-2, vitais para a exportação russa, são alvo de ações estratégicas ucranianas recentes


A Ucrânia afirmou ter realizado um ataque a uma estação de bombeamento de petróleo em Unecha, um ponto estratégico da rede de oleodutos russos destinada à exportação de petróleo bruto. A ação teria provocado danos significativos e um incêndio de grandes proporções na instalação localizada na região de Bryansk, próxima à fronteira com a Ucrânia e a Bielorrússia, informou o Estado-Maior ucraniano em uma publicação no Facebook.

Segundo Kiev, explosões foram ouvidas tanto na área de armazenamento quanto nas seções onde estão localizadas as bombas principais e auxiliares. No entanto, não foi possível confirmar de forma independente as alegações ucranianas, e o país não detalhou se o ataque interrompeu o fluxo de petróleo. A operadora russa Transneft PJSC não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da Bloomberg.

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O governador de Bryansk, Alexander Bogomaz, afirmou em seu canal no Telegram que um incêndio ocorreu na instalação de combustível em Unecha, atribuível a ataques de foguetes e drones ucranianos. Ele acrescentou que o fogo já foi controlado, mas não forneceu informações adicionais sobre a extensão dos danos.

A estação de bombeamento de Unecha desempenha um papel central na rede de oleodutos Druzhba, que transporta petróleo russo para países como Hungria e Eslováquia, além de levar petróleo do Cazaquistão à Alemanha. A instalação também integra o Sistema de Oleodutos Báltico-2, responsável por conduzir o petróleo russo até o porto de Ust-Luga, a segunda maior base de exportação do país no Mar Báltico.

O ataque em Unecha ocorre em meio a uma série de ações semelhantes, com a Ucrânia intensificando ataques a drones contra infraestrutura energética russa ao longo deste mês. No início de agosto, quatro refinarias russas foram atingidas, interrompendo parcialmente as operações de três usinas da Rosneft PJSC. Mais recentemente, Kiev anunciou um ataque a uma importante usina de hélio na Rússia.

Analistas observam que essas ações se intensificam justamente antes do encontro entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, marcado para esta sexta-feira. A onda de ataques evidencia a capacidade da Ucrânia de atingir alvos estratégicos na Rússia, em um esforço para pressionar Moscou em meio às negociações e tensões geopolíticas em curso.

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Combate

  • Um ataque russo matou um civil e feriu outra pessoa em Shakhove, na região de Donetsk, na Ucrânia, disse o governador Vadym Filashkin em uma publicação no Telegram.
  • Forças russas bombardearam a cidade de Bilozerske, também na região de Donetsk, na Ucrânia, durante a noite, matando duas pessoas e ferindo sete, incluindo um garoto de 16 anos, informou o gabinete do promotor regional.
  • A agência de notícias AFP informou que os ucranianos estavam evacuando Bilozerske enquanto as tropas russas ganhavam terreno na área, enquanto o grupo ucraniano de monitoramento do campo de batalha DeepState informou que as forças russas avançaram em Nikanorivka, Shcherbynivka e perto de Petrivka, na região de Donetsk.
  • O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que a Rússia quer que a Ucrânia se retire de toda a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, como parte de um acordo de cessar-fogo, já que o líder russo Vladimir Putin deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para conversas sobre a guerra no Alasca na sexta-feira.
  • O Estado-Maior Ucraniano disse que suas forças estavam envolvidas em combates “difíceis” perto de Pokrovsk e Dobropillia, em Donetsk, e que reforços eram necessários para bloquear ataques de pequenos grupos de tropas russas.
  • O serviço de inteligência SBU da Ucrânia afirmou que drones ucranianos atingiram um depósito de drones de longo alcance russo no assentamento de Kzyl-Yul, na república russa do Tartaristão.
  • Uma pessoa morreu após ficar ferida em um ataque de drone ucraniano na segunda-feira em Arzamas, na região russa de Nizhny Novgorod, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS, que citou o governador regional.
  • O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, disse que a equipe da AIEA observou fumaça subindo de um prédio administrativo na Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, mas que não houve “nenhum aumento de radiação, nenhum impacto na segurança nuclear relatado e nenhuma vítima”.
  • As forças russas abateram seis bombas guiadas e 179 drones em 24 horas, informou o Ministério da Defesa russo na terça-feira, de acordo com a TASS.

Cessar-fogo

  • Zelenskyy disse que a cúpula entre Trump e Putin no Alasca na sexta-feira é uma “vitória pessoal” para Putin, “porque ele está se reunindo em território americano” e porque ele “de alguma forma adiou as sanções”.
  • Zelenskyy também disse que recebeu um “primeiro sinal” do enviado dos EUA, Steve Witkoff, de que a Rússia poderia concordar com um cessar-fogo, sem fornecer mais detalhes.
  • A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que a reunião na capital do Alasca, Anchorage, seria “um exercício de escuta para o presidente” e que o objetivo era que ele “saísse com uma melhor compreensão de como podemos acabar com esta guerra”.
  • O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, conversaram por telefone na terça-feira. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que “ambas as partes confirmaram seu compromisso de garantir um evento bem-sucedido” no Alasca.

Política e diplomacia

  • O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Putin conversou com o líder norte-coreano Kim Jong-un sobre seu próximo encontro com Trump. Putin também expressou apreço pelo apoio da Coreia do Norte na “libertação da região de Kursk das forças invasoras do regime de Kiev”, informou o ministério em uma publicação no Telegram.
  • Zelenskyy conversou com o presidente da Turquia, o emir do Catar, o presidente da Romênia e o primeiro-ministro da Holanda na terça-feira.

Com informações de AL JAZEERA e Bloomberg*

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