Os números da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg publicada nessa quinta-feira (14) revelam um Brasil onde a confiança nas instituições segue profundamente marcada pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. Enquanto ministros do Supremo Tribunal Federal como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia mantêm avaliações estáveis — com 49% e 46% de aprovação — outras instituições que flertaram com o bolsonarismo enfrentam seus piores índices históricos.
O Congresso Nacional emerge como a instituição menos confiável do país, com apenas 12% de aprovação popular — um retrato claro do desgaste acumulado após anos de crise política e sua associação com tentativas golpistas. Esse número contrasta fortemente com os 49% que ainda confiam no STF, mostrando como a estratégia bolsonarista de atacar o Judiciário falhou em minar sua legitimidade perante a população.
As Forças Armadas, outrora uma das instituições mais respeitadas pelos brasileiros, viram sua confiança despencar para apenas 30%, com 58% de rejeição explícita. Essa queda de 28 pontos percentuais desde 2023 reflete o custo político da ambígua postura de parte da cúpula militar durante os ataques às instituições democráticas.
Os dados mostram que 47,9% dos brasileiros consideram os ministros do STF competentes e imparciais em seu trabalho, enquanto 45% aprovam sua atuação na defesa da democracia. Em contraste, metade da população (50%) responsabiliza diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas invasões de 8 de janeiro, indicando que a narrativa golpista não conseguiu se consolidar como verdade alternativa perante a maioria dos cidadãos.
O cenário que emerge da pesquisa é claro: as instituições que se alinharam ou foram coniventes com os ataques à democracia pagaram um preço elevado em credibilidade, enquanto o STF — principal alvo dos golpistas — manteve sua posição como um dos pilares do sistema democrático brasileiro. Os números sugerem que, para amplos setores da população, a defesa das instituições democráticas continua sendo um valor fundamental, acima de qualquer projeto político autoritário.