A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo suas projeções de exportações do Brasil em 2025, com uma redução de US$ 5,4 bilhões em relação ao cálculo anterior. O dado consta no Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado nesta terça-feira (19), e foi publicado pelo g1.
Segundo o novo levantamento, as vendas externas devem cair de US$ 347,3 bilhões (estimativa feita no início do ano) para US$ 341,9 bilhões.
Impacto das tarifas impostas pelos EUA
De acordo com o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, a retração está diretamente ligada ao chamado “tarifaço” promovido pelo governo dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
“Grande parte da redução nas exportações se deve ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. É importante que essas taxas adicionais sejam reduzidas, pois as medidas compensatórias anunciadas pelo governo são positivas, mas não são capazes de substituir o mercado americano para um número grande de empresas e setores”, afirmou Telles.
PIB industrial e indústria de transformação em desaceleração
Além das exportações, a CNI também revisou para baixo a expectativa de crescimento do PIB industrial:
- Antes: 2%.
- Agora: 1,7%.
Na indústria de transformação, a expansão prevista caiu de 1,9% para 1,5%, em razão da redução na demanda por bens industriais e da perda de competitividade externa.
Fatores internos que agravam o quadro
O relatório aponta ainda que problemas domésticos contribuem para a desaceleração:
- Juros elevados, que encarecem o crédito e freiam investimentos.
- Aumento das importações, que têm ocupado espaço no mercado interno.
- Demanda mais fraca por bens industriais em comparação ao ano anterior.
Segundo a entidade:
“Os juros altos, o ritmo aquecido das importações e a provável queda das exportações – por causa da nova política comercial dos EUA – vão restringir a atividade industrial.”
Medidas de estímulo e limites
Mesmo com programas lançados pelo governo, como o Nova Indústria Brasil e o de Depreciação Acelerada, a CNI avalia que o cenário de desaceleração será inevitável.
Telles destacou que, embora as medidas sejam “acertadas”, não neutralizam os efeitos combinados das tarifas dos EUA, dos juros altos e da concorrência de importados.


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