O governo de Santa Catarina aposta em um modelo de expansão energética baseado em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), com o programa Energia Boa.
A iniciativa busca reduzir entraves burocráticos, destravar licenças ambientais e acelerar a entrada em operação de novos empreendimentos, ao mesmo tempo em que fortalece a indústria catarinense.
Estrutura do programa
150 projetos mapeados, com 48 em fase de obra ou projeto.
Coordenação pela Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, em conjunto com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Celesc.
Foco na redução de prazos de análise de licenças e outorgas, sem eliminar etapas ambientais e técnicas.
Regiões de maior potencial
Planalto Serrano: 65 projetos.
Grande Oeste: 56 projetos.
Essas áreas concentram rios com alto potencial hídrico, favorecendo a geração distribuída, que conecta as usinas diretamente a pontos de consumo e reduz perdas na rede.
Investimento em rede elétrica
Para garantir a conexão das novas usinas, a Celesc executa obras de infraestrutura de R$ 572 milhões, que incluem:
6 novas subestações;
225 km de linhas de transmissão.
Esses investimentos não apenas abrem espaço para novos projetos, como também aliviam gargalos históricos da rede e melhoram a qualidade do fornecimento para consumidores residenciais e industriais.
Impactos econômicos e sociais
Estimativa de 20 mil empregos diretos e indiretos, somando obras e indústria fornecedora.
Fortalecimento da cadeia industrial local, que produz turbinas, geradores e componentes eletromecânicos.
Incremento de arrecadação municipal e estímulo a setores como a agroindústria e o turismo.
Ambiental e regulatório
O IMA mantém o processo de licenciamento como requisito obrigatório. Cada projeto deve apresentar estudos de impacto e medidas mitigadoras. A proposta do programa é organizar as filas de análise e priorizar empreendimentos tecnicamente maduros, dentro da legalidade ambiental.
Perspectivas
Com os 150 projetos cadastrados, o pipeline de obras garante um ciclo de investimentos contínuo, sustentado pela expansão da rede elétrica. O modelo favorece fontes renováveis com implantação rápida e menor impacto ambiental que grandes hidrelétricas.
O governo estadual aposta na governança integrada para monitorar a execução, dar transparência e corrigir eventuais atrasos. A expectativa é de que, além da segurança energética, Santa Catarina atraia novos negócios e aumente sua competitividade regional.