Em meio à crise internacional econômica causada por Donald Trump, a Índia e a China estão estabilizando suas relações bilaterais e, para aumentar a cooperação, concordaram nesta terça-feira (19) em reabrir o comércio fronteiriço por meio de três passagens designadas e retomar a conectividade aérea direta.
As decisões foram anunciadas após a 24ª rodada do Diálogo dos Representantes Especiais sobre a Questão da Fronteira, coordenada pelo Conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval, e pelo Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
Outras medidas adotadas pelos dois países incluem a facilitação de processos de visto para turistas, empresários, profissionais de mídia e outros visitantes, e o comprometimento a promover comércio, fluxos de investimento e intercâmbios.
Em uma clara mensagem de fortalecimento do Brics, Índia e China reafirmaram o apoio ao multilateralismo e a um sistema comercial baseado em regras, com a OMC como núcleo. Concordaram também em promover uma ordem mundial multipolar que proteja os interesses das nações em desenvolvimento.
A Índia reiterou seu apoio à próxima cúpula da SCO em Tianjin, e a China deu boas-vindas à organização da Cúpula do BRICS pela Índia em 2026. Em contrapartida, a Índia apoiará a realização da cúpula de 2027 do BRICS pela China.
Sobre a questão da fronteira na província da Casimira, que causou o último conflito entre ambos países, as partes concordaram em buscar uma solução “justa, razoável e mutuamente aceitável”, alinhada aos princípios orientadores do acordo de 2005 que estabeleceu a paz na região. Os dois países também se comprometeram a criar um Grupo de Especialistas, no âmbito do Mecanismo de Trabalho para Consulta e Coordenação sobre Assuntos de Fronteira Índia-China, para explorar avanços “de resultado rápido” na delimitação da fronteira.