A sonda de perfuração NS-42, afretada pela Petrobras, chegou na noite desta segunda-feira (18) ao bloco FZA-M-59, em águas profundas da costa do Amapá. A embarcação será utilizada no simulado da Avaliação Pré-Operacional (APO), última etapa exigida pelo Ibama antes da concessão da licença ambiental que autorizará a perfuração de um poço na região.
Margem Equatorial: nova fronteira energética
O bloco FZA-M-59 está localizado a 175 quilômetros da costa do Amapá e integra a chamada Margem Equatorial, área considerada estratégica para o futuro da exploração de petróleo no Brasil. A Petrobras aposta no potencial da região como uma nova fronteira energética, comparável ao pré-sal em termos de relevância para o abastecimento nacional e internacional.
O simulado está programado para começar no domingo (24) e mobilizará mais de 400 profissionais, além de recursos logísticos como helicópteros, embarcações de grande porte e a própria sonda NS-42.
Etapas e protocolos em teste
Durante a operação, o Ibama avaliará:
- a execução dos Planos de Proteção e Atendimento à Fauna;
- a aplicação do Plano de Emergência;
- a agilidade das equipes em situações críticas;
- a eficiência dos equipamentos de resposta;
- o cumprimento dos prazos de atendimento à fauna marinha;
- e a comunicação com autoridades e partes envolvidas.
Experiência semelhante ocorreu em 2023, no litoral do Rio Grande do Norte, quando a Petrobras obteve liberação para perfurar os poços Pitu Oeste e Anhangá após aprovação em teste semelhante.
Declarações da Petrobras
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou a estrutura mobilizada:
“Atuaremos neste simulado com os rigorosos protocolos de segurança e prontidão que praticamos em todas as atividades da Petrobras. Estamos levando para o Amapá a maior estrutura de resposta a ocorrências já mobilizada pela companhia.”
Chambriard também apontou o impacto estratégico da exploração:
“A confirmação da existência de petróleo poderá abrir uma importante fronteira energética para o país, que se desenvolverá de forma integrada com outras fontes de energia e contribuirá para que o processo de transição energética ocorra de forma justa, segura e sustentável.”
Perspectivas e responsabilidade ambiental
A Petrobras enfatiza que sua atuação segue rígidos protocolos socioambientais e lembra a experiência acumulada em operações offshore no Brasil, que consolidou a estatal como referência mundial em exploração e produção em águas profundas.
Caso o desempenho da APO seja aprovado pelo Ibama, a Petrobras deverá receber ainda em 2025 a autorização definitiva para perfuração no Amapá, etapa vista como determinante para abrir uma nova frente exploratória no país.