Quaest: maioria dos brasileiros rejeita tarifaço de Trump e culpa Bolsonaro

CABALLERO-REYNOLDS, Mateus Bonomi/AFP

A mais recente pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e divulgada pelo g1, indica que 71% dos brasileiros consideram errado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas adicionais ao Brasil sob o argumento de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento foi realizado entre 13 e 17 de agosto, com 2.004 entrevistas em 120 municípios, margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.


Rejeição às tarifas

O principal resultado mostra ampla discordância da medida:

  • 71% dizem que Trump está errado em impor as tarifas;
  • 21% afirmam que ele está certo;
  • 8% não souberam ou preferiram não responder.

A pesquisa também apurou que 84% da população já conhecem o tema, contra 66% em julho, indicando aumento expressivo da atenção pública após a divulgação da carta de Trump a Lula anunciando a taxação de 50%.


Percepção de motivação política

A maioria dos entrevistados vê razões políticas por trás do tarifaço:

  • 51% apontam motivações políticas;
  • 23% entendem que se trata de defesa de interesses comerciais;
  • 2% citam motivos pessoais;
  • 2% apontam outras razões;
  • 22% não souberam responder.

Esse dado reforça a visão de que a medida vai além de questões econômicas e se conecta ao ambiente político entre Trump, Lula e Bolsonaro.


Avaliação das lideranças brasileiras

A sondagem também incluiu a atuação de políticos nacionais:

  • 55% reprovam a postura de Jair Bolsonaro diante da crise;
  • 55% também avaliam negativamente a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Esses números indicam que a associação direta da medida com Bolsonaro repercute negativamente entre a população.


Impactos e alternativas de reação

Para a maioria dos entrevistados, o tarifaço terá efeitos concretos no dia a dia:

  • 77% acreditam que as tarifas vão prejudicar suas vidas;
  • 20% dizem que não haverá impacto direto.

Quando perguntados sobre como o Brasil deve reagir, 67% defendem negociação com Washington, enquanto 26% preferem retaliar com novas taxações.


Aprovação do governo e contexto político

A pesquisa também mediu a avaliação da gestão Lula:

  • 51% desaprovam o governo;
  • 46% aprovam;
  • diferença de apenas cinco pontos, a menor desde janeiro de 2025.

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o resultado reflete fatores econômicos e políticos:

“A melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos. De um lado, a percepção de queda no preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Do outro, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais.”


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