A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu para 46% em agosto, de acordo com pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 20, pelo g1.
A desaprovação recuou para 51%, reduzindo a diferença para cinco pontos percentuais. Em julho, os índices eram de 43% de aprovação e 53% de rejeição. Esse é o menor distanciamento desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico entre avaliação positiva (49%) e negativa (47%).
Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, a melhora é explicada pela percepção de queda no preço dos alimentos e pela resposta firme de Lula ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
“A melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos. De um lado, a percepção de queda no preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Do outro, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais”, afirmou Nunes.
Evolução regional da aprovação
A diferença entre aprovação e desaprovação, que chegou a 17 pontos em maio (57% contra 40%), caiu gradualmente e atingiu em agosto a menor distância desde o início do ano.
- Nordeste: aprovação cresceu de 53% para 60%.
- Centro-Oeste e Norte: avanço de 40% para 44%.
- Sudeste: aprovação subiu, mas segue abaixo da rejeição (42% contra 55%).
- Sul: desaprovação permanece em 61%, enquanto a aprovação oscilou de 35% para 38%.
Perfil do eleitorado
O levantamento mostra mudanças relevantes em diferentes segmentos:
- Gênero: entre homens, a diferença negativa para Lula caiu nove pontos. Entre mulheres, há empate técnico, com 48% de aprovação e 49% de rejeição.
- Faixa etária: eleitores com 60 anos ou mais passaram a aprovar majoritariamente o governo (55% contra 42%). Entre jovens de 16 a 34 anos, a aprovação subiu de 38% para 43%, enquanto a rejeição caiu de 58% para 54%.
- Escolaridade: crescimento da aprovação entre os que têm ensino fundamental completo ou menos (56%), mas aumento da rejeição entre quem possui ensino superior (56%).
- Renda: aprovação entre os mais pobres (até dois salários mínimos) subiu de 46% para 55%. Entre os mais ricos (acima de cinco salários mínimos), a rejeição permanece em 60%.
Religião e programas sociais
- Católicos: aprovação voltou a ser maioria (54% contra 44%).
- Evangélicos: desaprovação segue alta, em 65%, mas recuou em relação a julho (69%).
- Bolsa Família: beneficiários ampliaram aprovação de 50% para 60%; rejeição caiu de 45% para 37%. Entre não beneficiários, a desaprovação se mantém em 54%.
Repercussão do tarifaço de Trump
A pesquisa investigou também a percepção sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
- 51% acreditam que a medida tem motivação política de Donald Trump.
- 23% apontam defesa de interesses comerciais.
- 64% avaliam que o tarifaço vai encarecer alimentos no Brasil.
- 71% consideram errado Trump justificar as tarifas como perseguição a Jair Bolsonaro.
- 77% acreditam que as medidas prejudicarão a vida cotidiana.
- 67% defendem negociação diplomática; apenas 26% apoiam retaliação com novas taxações.
Avaliação geral do governo
Na classificação geral:
- 31% avaliam o governo como positivo.
- 39% consideram negativo.
- 27% veem como regular.
A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos, realizada entre 13 e 17 de agosto, com nível de confiança de 95%.


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