Wall Street despenca com ações de IA pressionando o mercado

Queda das ações de IA destaca a volatilidade e testa a paciência dos investidores em Wall Street, mesmo com empresas ainda promissoras / AP

Nvidia e Palantir perdem valor após semanas de alta, revelando os riscos de expectativas exageradas no setor de inteligência artificial


As ações de empresas ligadas à inteligência artificial voltaram a derrubar Wall Street nesta quarta-feira, destacando a volatilidade do setor após meses de forte valorização. Nomes como Nvidia e Palantir Technologies, que se tornaram estrelas na onda de investimentos em IA, estão liderando as perdas e influenciando o desempenho dos principais índices da bolsa americana.

O S&P 500 caiu 0,5%, caminhando para sua quarta queda consecutiva depois de atingir uma máxima histórica na semana passada. O Dow Jones Industrial Average subiu ligeiramente, apenas 3 pontos, menos de 0,1%, enquanto o Nasdaq Composite, mais sensível às ações de tecnologia, recuou 1% até as 11h35, horário do leste.

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A Nvidia, que fornece chips cruciais para grande parte da expansão mundial da IA, caiu 1,6%, após uma perda de 3,5% na terça-feira, e se manteve como o maior peso da bolsa pelo segundo dia seguido. Já a Palantir, outra queridinha do setor, registrou queda de 4,7%, somando-se a um recuo de 9,4% no pregão anterior. Embora as negociações tenham sido voláteis, a Nvidia conseguiu reduzir parte de sua perda matinal, que chegou a 3,9%, ajudando a amenizar as quedas dos índices.

Entre os fatores que explicam o desânimo, um estudo recente da Iniciativa Nanda do MIT destacou que a maioria das empresas ainda não consegue mensurar retornos concretos de seus investimentos em IA generativa. Ulrike Hoffmann-Burchardi, chefe global de ações da UBS Global Wealth Management, apontou que isso pode estar gerando cautela no mercado.

Outro motivo relevante para a correção é o histórico recente de valorização das ações dessas empresas. Analistas alertam que os preços dispararam de forma muito rápida durante o frenesi em torno da IA. A Nvidia, por exemplo, subiu 35,5% no ano até terça-feira, enquanto a Palantir mais que dobrou de valor. Muitos investidores questionam se essas altas já refletem expectativas exageradas para o setor, principalmente às vésperas do relatório de lucros da Nvidia, programado para a próxima semana e considerado um dos eventos mais aguardados de Wall Street.

Apesar da pressão, especialistas ainda veem potencial de longo prazo. Alguns defendem que a inteligência artificial pode ser a próxima grande revolução nos negócios, trazendo oportunidades significativas para empresas bem posicionadas.

Enquanto isso, relatórios de lucros de grandes varejistas ajudaram a segurar o restante do mercado. TJX, responsável pelas lojas TJ Maxx e Marshalls, subiu 3,4% depois de superar as expectativas de analistas em lucro e receita. A empresa também elevou sua previsão de ganhos para o ano fiscal completo, com o CEO Ernie Herrman destacando “forte demanda em cada uma de nossas unidades nos EUA e no exterior” e um início de trimestre sólido.

Já a varejista de materiais de construção Lowe’s registrou alta discreta de 0,2%, após apresentar lucro trimestral acima das projeções. Além disso, a empresa anunciou um acordo para adquirir a Foundation Building Materials, distribuidora de drywall, sistemas de forro e outros produtos de construção para interiores, por aproximadamente US$ 8,8 bilhões.

O movimento de hoje reflete o equilíbrio delicado entre entusiasmo com a inteligência artificial e a necessidade de resultados concretos, mostrando que, mesmo em um mercado aquecido, as oscilações continuam a testar a paciência dos investidores.

O S&P 500 caiu 0,5%, marcando a quarta queda consecutiva após bater uma máxima histórica na semana passada. O Dow Jones Industrial Average avançou ligeiramente, apenas 3 pontos, menos de 0,1%, enquanto o Nasdaq Composite, mais sensível a tecnologia, recuou 1%. A Nvidia caiu 1,6%, e a Palantir perdeu 4,7%, somando-se às fortes quedas do dia anterior. Apesar da volatilidade, a Nvidia conseguiu reduzir parte do prejuízo matinal, que chegou a 3,9%, ajudando a aliviar as perdas dos índices.

Entre os motivos da pressão sobre essas ações, um estudo da Iniciativa Nanda do MIT indicou que muitas empresas ainda não observam retornos concretos de seus investimentos em IA generativa. Além disso, analistas alertam que os preços dessas ações dispararam muito rapidamente durante o frenesi do setor, tornando-as vulneráveis a correções.

No varejo, os resultados mistos também influenciaram o mercado. TJX, controladora da TJ Maxx e Marshalls, subiu 3,4% após superar expectativas de lucro e receita, e elevar sua previsão de ganhos para o ano fiscal. A Lowe’s, varejista de materiais de construção, avançou 0,2% após apresentar resultados trimestrais melhores que o esperado e anunciar a aquisição da Foundation Building Materials por US$ 8,8 bilhões.

Por outro lado, empresas enfrentando dificuldades pressionaram o mercado. A Target despencou 8% após anunciar que o CEO Brian Cornell deixará o cargo em 1º de fevereiro, sendo substituído por Michael Fiddelke, veterano de 20 anos na companhia. A rede de varejo ainda luta para reverter vendas fracas em um cenário pós-COVID mais competitivo.

No setor de beleza e móveis, a Estée Lauder caiu 5,2% depois de divulgar uma previsão de lucro abaixo das estimativas, citando impacto de tarifas que devem reduzir cerca de US$ 100 milhões em seus ganhos futuros. A fabricante de móveis La-Z-Boy registrou queda de 13,2% após divulgar resultados de lucro e receita aquém das expectativas.

Os olhos do mercado agora se voltam para Jackson Hole, Wyoming, onde o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará um discurso aguardado nesta sexta-feira. Historicamente, o evento já serviu como palco para importantes anúncios de política monetária. Investidores esperam sinais de que cortes nas taxas de juros podem estar próximos.

O Fed manteve a principal taxa de juros estável este ano, temendo que tarifas elevassem a inflação. Contudo, um relatório fraco sobre crescimento do emprego nos EUA aumenta expectativas de flexibilização, levando os rendimentos dos títulos do Tesouro a caírem. O rendimento do título de 10 anos, por exemplo, recuou de 4,30% para 4,28% na terça-feira.

No exterior, os mercados tiveram desempenho misto. O FTSE 100 de Londres avançou 1,2%, apesar de um aumento inesperado da inflação no Reino Unido, impulsionada por tarifas aéreas e alta nos preços de alimentos. O Nikkei 225 de Tóquio caiu 1,5% após o Japão registrar queda nas exportações, pressionadas por tarifas mais altas sobre produtos enviados aos EUA, e redução nas importações em relação ao ano passado. Já o Hang Seng de Hong Kong subiu 0,2%, com destaque para a Pop Mart International Group, cujas ações saltaram 12,5% após o CEO prever receita anual superior a US$ 4 bilhões e anunciar o lançamento de uma versão mini de suas populares bonecas Labubu.

O cenário atual evidencia a complexidade dos mercados, que oscilam entre o entusiasmo por novas tecnologias, resultados corporativos divergentes e expectativas de políticas econômicas futuras, mantendo investidores atentos a cada movimento.

Com informações de AP*

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