O chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz (CDU), reforçou neste sábado (23/08) a defesa de uma reforma no Estado de bem-estar social e descartou elevar impostos para financiar o sistema.
As declarações, feitas em evento do partido em Berlim, intensificam o conflito com o Partido Social-Democrata (SPD), parceiro de coalizão, que resiste à ideia de reduzir benefícios e prefere discutir aumento de tributos sobre renda alta e patrimônio.
Pressão fiscal e disputa na coalizão
Segundo Merz, o atual modelo é “insustentável” diante do crescimento das despesas públicas e do déficit nas contas. Ele citou o número de 5,6 milhões de beneficiários do Bürgergeld, programa que garante renda mínima a desempregados, sugerindo que parte deles teria deixado de buscar emprego em razão do benefício.
“Não dá para continuar assim. Nós fazemos ofertas que um ou outro olha e diz: ‘Eu seria estúpido se não aceitasse’”, afirmou.
O SPD, no entanto, se mostra contrário à proposta de cortes. O vice-chanceler Lars Klingbeil declarou no mesmo dia que “nenhuma opção está fora da mesa”, incluindo impostos sobre grandes fortunas e faixas mais altas de renda. Ele defendeu “reformas estruturais para estabilizar as contribuições sociais”, mas criticou a ideia de reduzir a rede de proteção aos trabalhadores.
Impasse sobre impostos e empresas
Merz descartou qualquer aumento na tributação das médias empresas, consideradas o motor da economia alemã. Para ele, preservar a competitividade industrial é essencial, especialmente em um contexto de perda de apoio da CDU para a extrema-direita (AfD).
“Queremos manter um caminho crítico à migração e amigável à indústria, para que a Alemanha seja governada com sucesso pelo centro”, declarou.
O posicionamento o coloca em choque direto com setores do SPD, que enxergam na taxação progressiva um meio de sustentar os gastos sociais sem prejudicar o equilíbrio fiscal.
Tensões internas e efeitos políticos
O tema gera desconforto na juventude social-democrata, que rejeita cortes em aposentadorias, saúde e assistência. Para analistas, a fala de Merz foi também um aceno ao eleitorado tradicional da CDU e à parcela de conservadores que migrou para a AfD.
Embora a coalizão CDU–SPD compartilhe o diagnóstico de que a seguridade social precisa de ajustes, as soluções apresentadas divergem fortemente, aumentando o risco de paralisia legislativa.
Contexto econômico
A Alemanha enfrenta desafios fiscais crescentes, com pressão sobre o orçamento e envelhecimento populacional que aumenta os custos previdenciários e de saúde. O debate sobre o Bürgergeld tornou-se símbolo do embate ideológico: de um lado, conservadores pedem endurecimento das regras de acesso, do outro, social-democratas defendem manutenção da rede de proteção e mais impostos para financiá-la.


Artur
25/08/2025 - 14h21
A Alemanha está quebrando devido seus gastos absurdos com defesa na guerra eterna da Ucrânia que já dura a mais de 3 anos na verdade a guerra rola na Ucrânia, mas, é uma guerra por procuração entre a Rússia e a OTAN por isso é tão difícil de resolvê-la e que vai pagar essa conta é o povo alemão aja visto 5% do PIB alemão já está indo para a defesa.
Não é só a Alemanha que sentirá e sim toda Europa que pode empobrecer com isso.
Rico
25/08/2025 - 07h50
Como está a saúde da indústria alemã? Se a resposta for “está mal”, acho q isso pode explicar a sua falência. Como está o setor de construção na Alemanha? Se a resposta for “está mal”, acho q isso pode explicar a sua falência. Enfim, como vão os super ricos e os parasitas, perdão, rentistas? Se a resposta for “estão bem”, acho q isso pode explicar a sua falência.