Uma pesquisa do Instituto Quaest, divulgada nesta segunda-feira, 25, e encomendada pela Genial Investimentos, mostra que 49% dos brasileiros consideram injusta a decisão dos Estados Unidos de aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Outros 39% apoiam a medida e 12% não souberam ou não responderam. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Lei Magnitsky e o caso brasileiro
A Lei Magnitsky, criada em 2012 nos EUA e expandida em 2016 para ter alcance global, permite a imposição de sanções econômicas e restrições de viagem a pessoas acusadas de corrupção em larga escala ou graves violações de direitos humanos. O dispositivo já atingiu autoridades de diferentes países.
Em 30 de julho, o governo norte-americano anunciou a aplicação da lei contra Moraes, acusando-o de autorizar detenções arbitrárias e de restringir a liberdade de expressão. A medida gerou forte reação política e jurídica no Brasil, onde foi interpretada como ingerência sobre a soberania nacional.
Quem apoia e quem rejeita as sanções
Os dados da Quaest revelam profunda divisão política e social:
Rejeição (49%):
80% dos que se identificam como de esquerda (mas não lulistas).
72% dos eleitores de Lula no 2º turno de 2022.
56% dos moradores do Nordeste.
53% dos católicos.
50% das pessoas com 35 anos ou mais.
49% das mulheres.
Apoio (39%):
75% dos eleitores de Jair Bolsonaro.
74% de apoiadores da direita em geral.
49% dos evangélicos.
Entre os homens, o índice é equilibrado: 48% veem a punição como injusta e 44% como justa.
Opinião sobre impeachment de Moraes
A mesma pesquisa também avaliou a percepção da população sobre a possibilidade de impeachment de Alexandre de Moraes:
46% defendem sua saída do STF.
43% se opõem à medida.
11% não souberam responder.
Favoráveis à destituição (46%):
83% dos bolsonaristas convictos.
82% dos eleitores de Bolsonaro em 2022.
59% dos moradores da região Sul.
55% dos evangélicos.
Contrários (43%):
83% dos que se dizem de esquerda (não lulistas).
68% dos eleitores de Lula em 2022.
53% dos nordestinos.
Repercussão e leitura política
O levantamento reforça a polarização em torno de Alexandre de Moraes, hoje no centro das disputas políticas e jurídicas envolvendo Jair Bolsonaro e aliados. Enquanto setores ligados à direita veem o ministro como adversário e defendem sua saída, segmentos mais próximos ao governo Lula o enxergam como figura-chave na defesa da democracia e do Judiciário.
A sondagem ouviu 2.004 brasileiros maiores de 16 anos, entre os dias 13 e 17 de agosto, e confirma que as sanções dos EUA e a atuação de Moraes seguem como temas de alta visibilidade e impacto político no país.