O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (25), em Brasília, uma linha de crédito de R$ 12 bilhões voltada à modernização do parque fabril brasileiro. A medida integra a Nova Indústria Brasil e busca alinhar o setor às tecnologias da chamada quarta revolução industrial.
Estrutura do programa
A linha será operada pelo BNDES e pela Finep, com taxas entre 7,5% e 8% ao ano mais o spread, abaixo do custo médio do mercado. O financiamento será destinado à aquisição de máquinas e equipamentos de ponta, com foco em robótica, inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem, sensoriamento e comunicação máquina a máquina.
Segundo o governo, o objetivo é reduzir custos, aumentar a produtividade e fortalecer a competitividade internacional da indústria nacional.
Renovação do parque fabril
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, destacou que a idade média das máquinas industriais no Brasil é de 14 anos, fator que compromete a eficiência.
“Vai modernizar o parque industrial brasileiro, com melhora de eficiência energética e redução de custos”, disse.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o caráter estratégico da medida:
“Não tem crescimento e emprego sem investimento, e o investimento precisa de inovação. Essa linha vai direto na competitividade e na eficiência.”
Inovação e soberania tecnológica
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que a linha de crédito fortalece a soberania nacional ao estimular setores de alta tecnologia.
“Máquinas, equipamentos e tecnologias portadoras do futuro são a base do crescimento.”
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que políticas industriais haviam sido desestruturadas nos últimos anos e que o governo vem retomando instrumentos de apoio.
Apoio regional e às MPMEs
A Finep destinará R$ 2 bilhões a empresas de menor porte localizadas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ampliando o alcance regional da política industrial.
Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs): até R$ 50 milhões por projeto, via rede credenciada de bancos.
Médias e grandes empresas: até R$ 300 milhões por projeto, diretamente no BNDES.
O custo financeiro total não deve ultrapassar 8,5% ao ano, com redução média de 6% frente às taxas atuais.
Impacto esperado
Estudos do setor mostram que 38% das máquinas brasileiras estão próximas ou além do ciclo de vida ideal, o que eleva custos de manutenção, aumenta o consumo energético e reduz a competitividade.
O governo projeta que o programa gerará:
Produtividade maior com novas tecnologias;
Redução de custos energéticos e operacionais;
Inovação em setores estratégicos, como manufatura avançada, agroindústria e bens de capital;
Expansão da indústria local, já que parte significativa das máquinas é produzida no Brasil.
Repercussão no setor
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira, elogiou a medida:
“Vai ao encontro de tudo o que o governo vem fazendo para retomar o processo de desenvolvimento nacional.”
Com a nova linha, o governo pretende acelerar a transição da indústria brasileira para padrões mais modernos, sustentáveis e competitivos, apostando em inovação, digitalização e eficiência energética como bases para o crescimento econômico.