Lula fecha acordo com a China para yuan invadir a economia brasileira e concorrer com o dólar

O Banco Central do Brasil anunciou, em maio de 2025, a assinatura de um swap cambial de R$ 157 bilhões (US$ 27,7 bilhões) com o Banco Popular da China. O acordo, válido por cinco anos, vai além de uma medida de proteção contra crises financeiras: é um passo estratégico na disputa monetária global, ampliando o uso do yuan e reduzindo a dependência do dólar.

O que é o swap e por que ele é relevante

Na prática, um swap permite que o Brasil recorra a reservas em yuan em caso de crise cambial, sem depender do dólar como intermediário. Diferente de outros acordos semelhantes, o firmado em 2025 é também uma ferramenta geopolítica: fortalece a posição da moeda chinesa no comércio bilateral e sinaliza que o Brasil está disposto a diversificar suas parcerias financeiras.

A medida dá mais competitividade ao agronegócio e à mineração, setores que têm a China como principal destino das exportações. Além disso, reduz custos de transação e cria alternativas ao sistema financeiro controlado por Washington.

Peso da China no comércio brasileiro

A relevância da moeda chinesa cresce porque a China é o principal parceiro comercial do Brasil há mais de uma década. Em 2024, o comércio bilateral movimentou US$ 157 bilhões, com superávit recorde para os brasileiros.

O dado mais simbólico está no primeiro trimestre de 2025: 41% das trocas já foram liquidadas em yuan, sem passar pelo dólar. Exportadores de soja, minério de ferro, petróleo e carne já operam diretamente na moeda chinesa, algo impensável poucos anos atrás.

Reação de Washington

Nos Estados Unidos, o avanço do yuan é visto como um desafio à supremacia do dólar, que ainda domina 80% das transações cambiais globais. Cada vez que um país estratégico, como o Brasil, fecha acordos desse tipo, cresce a preocupação de que se forme uma rede paralela de pagamentos internacionais, reduzindo a vulnerabilidade de países a sanções americanas.

Europa observa com cautela

Na União Europeia, a preocupação é dupla: perder espaço nas negociações comerciais com o Brasil e ver empresas do bloco em desvantagem frente à maior flexibilidade dos chineses. Além disso, o impasse em torno do acordo Mercosul–UE já desgasta a relação.

Conexão com os BRICS e a desdolarização

O swap se insere numa estratégia mais ampla dos BRICS, que discutem alternativas ao dólar desde 2023. O grupo já cogita o BRICS Pay, sistema de pagamentos em moedas locais. Ainda distante de uma “moeda única”, a prática avança com acordos bilaterais que, somados, constroem um sistema multipolar de liquidações internacionais.

Impactos diretos no Brasil

Agronegócio: contratos de soja, carne e açúcar podem ser firmados em yuan, reduzindo volatilidade.

Mineração: minério de ferro e níquel ganham liquidez em moeda chinesa.

Energia: novos contratos de petróleo e hidrogênio verde podem ter o yuan como referência.

Sistema financeiro: bancos brasileiros passam a ter acesso direto a reservas em yuan, reforçando a estabilidade em crises.


O risco da nova dependência

Economistas alertam que trocar a dependência do dólar pela do yuan pode ser arriscado. A moeda chinesa não é plenamente conversível e o mercado financeiro do país é fortemente controlado pelo Estado. Assim, o acesso ao yuan pode depender mais de decisões políticas de Pequim do que de mecanismos automáticos de mercado.

Uma disputa que moldará o futuro

O swap de R$ 157 bilhões coloca o Brasil no epicentro da disputa entre dólar e yuan. Resta saber se o país conseguirá usar o acordo como trunfo para diversificar suas parcerias ou se acabará preso a uma nova dependência.

De toda forma, em 2025, o Brasil deixou de ser apenas espectador para se tornar protagonista da disputa pela nova ordem monetária internacional.

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