OO ministro da Defesa israelense, Israel Katz, fez uma publicação em português no X chamando o presidente Lula (PT) de “antissemita e apoiador do Hamas” por retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).
“Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA — o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel — colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz.
Celso Amorim, ex-diplomata e assessor-chefe do Presidente da República, falou em uma entrevista no programa Roda Viva que o Brasil estava se sentindo “manipulado” pela definição de antissemitismo da Aliança. Segundo ele, “qualquer defesa da Palestina” contra o genocídio era enquadrada como antissemitismo.
O assessor do presidente Lula reforçou durante a entrevista que o Brasil não nega o genocídio do povo judaico, e relembrou que o presidente brasileiro já visitou o Museu do Holocausto em Israel em 2010. Para ele, no entanto, a memória do Holocausto não deve ser usada como justificativa para o “genocídio na Palestina”.
A publicação de Katz foi feita nesta terça-feira (26), um dia após o Itamaraty protelar a nomeação do Embaixador nomeado por Israel para Brasília. Após a não designação do cargo, Tel Aviv declarou que iria “rebaixar diplomaticamente” as relações com o Brasil.
Amorim, ao falar sobre a decisão diplomática, citou o genocídio na Palestina e a nomeação de Lula como “persona non grata” de Israel em 2024 como as principais justificativas.