Zelensky pressiona Europa por bilhão mensal na guerra

O presidente Trump está considerando 'garantias de segurança' para a Ucrânia envolvendo poder aéreo dos EUA e tropas europeias

Com a guerra já passando de dois anos, pressão financeira e política testa a disposição da Europa em sustentar Kiev


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta segunda-feira (25/8) que pretende obter um compromisso financeiro fixo da União Europeia para sustentar o esforço de guerra contra a Rússia. Segundo ele, Kiev busca assegurar pelo menos US$ 1 bilhão por mês dos países europeus, recursos que seriam destinados à compra de armamentos produzidos nos Estados Unidos.

O pedido foi feito durante uma coletiva de imprensa em Kiev, ao lado do primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store. Zelensky destacou que a Noruega, assim como outras nações europeias, pode desempenhar um papel importante nas futuras garantias de segurança da Ucrânia, especialmente no reforço da defesa aérea e na proteção das rotas marítimas.

Leia também:
STF sorteia Mendonça para conduzir caso do INSS; O que isso significa?
Rússia alerta para teimosia ucraniana nas conversas de paz
Muro da fronteira dos EUA será pintado com tinta preta para ser hostil

Mudança na postura americana

O posicionamento de Zelensky vem em meio a sinais de mudança na estratégia dos Estados Unidos em relação à guerra. O presidente Donald Trump indicou que pretende reduzir o envio direto de armas para Kiev. A ideia em análise é que os países europeus passem a adquirir equipamentos militares norte-americanos e repassem à Ucrânia, garantindo que o fluxo de armamentos continue sem depender exclusivamente de Washington.

Em entrevista à Fox News, Trump ressaltou que não cogita enviar tropas americanas para o conflito, mas admitiu a possibilidade de oferecer apoio aéreo em caso de deslocamento de forças terrestres europeias para o território ucraniano. Ele também afirmou acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria disposto a aceitar um acordo de garantias de segurança envolvendo os EUA e aliados europeus.

Negociações e concessões

As conversas diplomáticas seguem em ritmo intenso. Em 24 de agosto, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou que Moscou demonstrou maior flexibilidade nas negociações em curso. Segundo ele, a Rússia teria feito “concessões significativas”, entre elas a retirada da exigência de instalar um governo aliado em Kiev, além de aceitar discutir garantias para a integridade territorial ucraniana.

“Eles reconheceram que não conseguirão instalar um regime fantoche em Kiev. Essa era, claro, uma grande exigência no início. E, mais importante, eles reconheceram que haverá alguma garantia de segurança para a integridade territorial da Ucrânia”, disse Vance em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC News.

Na semana anterior, o portal Axios já havia revelado que autoridades dos EUA, da Ucrânia e de vários países europeus discutiam uma proposta de garantias de segurança, com possibilidade de envolver diretamente o poder aéreo norte-americano.

Reação de Moscou

Apesar das movimentações diplomáticas, a posição russa permanece dura em alguns pontos. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que rejeita “categoricamente” qualquer possibilidade de presença militar de países da OTAN em território ucraniano.

A fala reflete o impasse que ainda cerca as negociações, mesmo diante de gestos considerados de maior abertura por parte de Moscou.

Apoio europeu em xeque

O pedido de Zelensky por um subsídio fixo da União Europeia é mais um capítulo da busca de Kiev por manter o apoio internacional em meio ao desgaste do conflito, que já se arrasta por mais de dois anos. A proposta, de cerca de US$ 12 bilhões anuais, coloca pressão sobre os países europeus, que enfrentam internamente questionamentos sobre os custos financeiros e políticos da guerra.

Com a mudança de tom em Washington e as discussões sobre garantias de segurança em curso, o futuro da ajuda militar e econômica à Ucrânia depende cada vez mais da disposição dos parceiros europeus em sustentar o esforço de guerra contra a Rússia.

om informações de The Cradle*

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.