O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (1) que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), visite o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua residência, onde ele cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto. O encontro poderá ocorrer até as 18h do mesmo dia, mediante medidas de segurança determinadas pelo tribunal.
O pedido partiu da defesa de Bolsonaro, que protocolou solicitação junto ao STF alegando o interesse do deputado em uma reunião presencial. Lira confirmou ter feito o pedido, mas não detalhou os temas a serem discutidos. Apesar da proximidade entre os dois políticos ao longo do mandato de Bolsonaro, o momento do encontro desperta atenção: ele acontece justamente na véspera do julgamento em que o ex-presidente e outros sete réus serão analisados por participação em tentativa de golpe de Estado.
As regras da prisão domiciliar permitem apenas a entrada de familiares e advogados sem prévia autorização judicial. Qualquer outra visita precisa ser avaliada pelo Supremo. Moraes determinou ainda que o veículo utilizado por Lira seja inspecionado na saída da residência, como parte dos protocolos de segurança adotados pelo tribunal.
A movimentação reacende especulações sobre os bastidores políticos em Brasília. Mesmo afastado da cena pública, Bolsonaro mantém interlocução com figuras influentes do Congresso, e a visita de Lira pode ter peso estratégico. O julgamento desta semana tende a intensificar disputas dentro da base bolsonarista e pode impactar articulações futuras no Legislativo.
Com isso, a reunião entre os dois líderes, ainda que breve e sem pauta divulgada, ganha relevância não apenas no plano jurídico, mas também no tabuleiro político, em um momento em que as relações entre o Judiciário e o bolsonarismo seguem tensas.