Em uma conversa telefônica entre o assessor especial da Presidência do Brasil para assuntos internacionais, Celso Amorim, e o chanceler chinês Wang Yi, ambos reafirmaram seu compromisso com o multilateralismo e com a liderança conjunta do Sul Global, conforme divulgado pela mídia e órgãos oficiais chineses em setembro de 2025.
Wang Yi destacou que as relações entre China e Brasil têm evoluído para “novos patamares”, e ressaltou que, diante do aumento do unilateralismo global — especialmente em relação ao uso abusivo de tarifas — as duas nações, como principais representantes do Sul Global, têm o dever de aprofundar sua cooperação estratégica, defender abertamente o multilateralismo e proteger seus interesses comuns.
Amorim, por sua vez, concordou que a proposta chinesa da Iniciativa de Governança Global (Global Governance Initiative) reveste-se de grande relevância, e enfatizou a disposição do Brasil de fortalecer a coordenação internacional com a China na defesa do multilateralismo.
Celso Amorim já havia afirmado previamente que os BRICS, em especial a China e o Brasil, são “hoje os principais defensores do sistema multilateral” diante do afastamento dos EUA — novamente apontando o papel estratégico do grupo na ordem global.
Em agosto de 2025 uma conversa similar aconteceu entre o presidente Lula e Xi Jinping sobre a evolução da cooperação no seio do BRICS, a importância de G20 e BRICS como plataformas de multilateralismo e o apoio da China à resistência do Brasil a tarifas excessivas. Xi descreveu as relações bilaterais como estando no seu “melhor momento histórico”.