Condenação ao unilateralismo dos EUA
O embaixador Qiu Xiaoqi, representante especial da China para assuntos da América Latina e Caribe, condenou nesta terça-feira (9) as sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes (STF). Em coletiva, Qiu classificou as medidas como exemplo de unilateralismo e afirmou que Pequim rejeita qualquer forma de interferência em assuntos internos de outros países.
Segundo ele, Brasil e China devem manter diálogo multilateral, em consonância com os princípios da Carta da ONU. “Somos contrários ao unilateralismo e promovemos o multilateralismo. Rejeitamos a hegemonia e a interferência nos assuntos internos por parte de qualquer outro país”, afirmou.
Sanções aplicadas por Trump
As medidas norte-americanas foram anunciadas em julho pelo governo de Donald Trump, com base na Lei Magnitsky — instrumento que autoriza sanções a indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
As sanções contra Moraes incluem:
bloqueio de bens em território norte-americano;
congelamento de contas bancárias;
restrições de entrada nos EUA.
Além de Moraes, familiares do ministro e brasileiros ligados ao programa Mais Médicos também tiveram vistos suspensos.
Contexto político e comercial
As sanções foram acompanhadas da decisão de Trump de elevar para 50% as tarifas sobre importações brasileiras. O movimento foi interpretado como tentativa de pressão política diante do julgamento de Bolsonaro no STF.
Na carta enviada ao presidente Lula, Trump afirmou que havia uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente e que decisões da Suprema Corte — como a ordem de suspensão de contas de investigados por apologia a golpe de Estado — representariam violações à liberdade de expressão.
Relevância geopolítica
A condenação pública de Pequim reforça a percepção de que a China pretende se consolidar como parceira estratégica do Brasil no Sul Global, em contraste com a postura hostil do governo norte-americano. O gesto também fortalece a narrativa do Planalto de que o Brasil não deve se submeter a pressões externas em um momento de conflito diplomático com Washington.
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